Capítulo 36

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Maiara Narrando:

Falar aquilo vendo ela ali ajoelhada com as alianças alianças mãos após aquela declaração linda me quebrou por dentro. Espero que um dia me perdoe.

Desci dali segurando o choro, vendo minha metade me olhar com um sorriso enorme no rosto, assim como D. Ruth, mas logo os sorrisos são desfeitos.

Fui até minha mãe pegando minha filha de seus braços, peguei a bolsa e quando ia saindo Isa pega em meu braço.

- Cadê a Marília? - Ela pergunta.

- Cuida dela por mim, por favor. - Digo quase sem voz.

Maraisa olhou para D. Ruth, que subiu desesperada para o quarto da filha. Sai dali e Isa veio atrás, entramos no carro e fomos em direção a nossa casa. Ela não parava de perguntar o que havia acontecido, porque eu estava daquela forma.

- Eu voltei com o Fernando! Satisfeita?- Digo olhando para ela.

- Você o quê? - Ela para o carro me olhando.

- isso mesmo, eu voltei com ele e vamos nos casar. - Digo agora olhando para a janela para que ela não percebesse que eu estava segurando o choro. - A Marília é passado. - Falo baixo.

- Não, você só pode ter merda na cabeça. - Ela diz indignada e volta a dirigir.

O resto do caminho fomos caladas, assim que chegamos em casa eu apenas saí do carro e subi com a minha filha, ela estava dormindo em meus braços como um anjo. Respirei fundo e fui até a porta de seu quarto, onde havia pendurado um quadro com a foto de nós quatro, e em baixo uma legenda...

- "Onde os sonhos se tornam realidade."

Sendo assim, entrei, fechando meus olhos querendo que ela estivesse ali brincando com nosso menino no enorme tapete de veludo, mas assim que abro meus olhos vejo apenas o quarto vazio, silêncioso. Caminho em passos lentos até o berço, vendo fotos nossas espalhadas por todo o cômodo, sempre com legendas recordando aquele exato momento escrito as mãos da loira.

Aquele quarto tinha se tornado o local onde mais ficávamos, as coisinhas do Léo estavam ali, misturada nas coisas da pequena Estrela.

Coloquei minha filha no berço com cuidado e fechei o mosqueteiro, indo até uma das fotos. Essa em específico, foi o dia que o Léo conheceu a Estrela, fechei meus olhos lembrando daquele dia tão especial, viro a foto vendo o que estava escrito ali, senti meu coração se quebrar ainda mais ao ler.

- "Os inimagináveis amores que a vida nos dá."

Deixei aquela foto ali e sai o mais rápido, indo para meu quarto, entrei e comecei a chorar escorada na porta. A dor me dominava. E se eu nunca mais vê-la?
Saber que ela está chorando agora por culpa minha é a pior dor que eu podia sentir.

- Por que do chororo? - Escuto uma voz masculina.

- Eu odeio você! Odeio você! - Grito desesperada.

- Terminou com ela? Tira o cordão! - Ele diz se aproximando.

Aquele era o presente mais precioso que ela havia me dado, o nosso cordão da amizade, o quê nos unia.
Eu retruquei, peguei o cordão em minha mão como forma de proteção, mas o mesmo o arranca do meu pescoço rebentando o fino fio de prata, o pingente caiu no chão e o cordão estava em sua mão.
Eu já tinha perdido todas as minhas forças, apenas me sentei no chão e voltei a chorar encolhida ali, abraçada em minhas pernas. Ele levantou minha cabeça e me deu um selinho olhando em meus olhos.

Simplesmente Um Medo Bobo | MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora