Capítulo 15

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Passaram-se algumas semanas do ocorrido e a Mai já nem olhava na cara do Fernando, ela se afastou de mim, falamos apenas pelo celular e quando pessoalmente ela não olhava muito para mim.

Sexta-feira | 16:20 PM:

Eu estava terminando de arrumar minhas malas, iría passar o final de semana fazendo shows. Termino tudo e vejo pela babá eletrônica que meu leãozinho acordou.
Vou toda boba até seu quarto e o pego nos braços.

- Mamã... - Ele diz choramingando.

- Oi, meu leãozinho! - Digo enchendo ele de beijos.

Nós descemos e eu fui fazer seu leitinho, peguei a fórmula, dilui na água e tampei a mamadeira de leão que ele amava, chaqualhei e coloquei no micro-ondas para dar uma esquentada já que hoje estava friozinho. Ele estava em meu colo, agarradinho, parecia que sabia que a mamãe iria viajar para bem longe dele. Aquilo doía tanto, mas um dia ele entenderá que faço isso por ele, ou melhor, por nós dois!

Sua mamadeira ficou pronta e antes de dá-lo vejo se não esta tão quente para que não queime sua boquinha, então dou para o mesmo que sorri já tomando seu leitonho.

- Cheguei. - Diz minha mãe entrando.

- Oi, mãe. - Eu digo.

Nos cumprimentamos com um abraço apertado e ela enche o neto de beijos. A mesma disse que subiria para tomar um banho e me encontrava por qualquer canto da enorme casa.

Escuto meu celular tocar e logo pego em meu bolso para atender.

Vídeo chamada on...

- Oiiii. - Diz Maraisa do outro lado da linha completamente sorridente.

Tem algo errado!

- Oi, gatinha! Iai, como andam as coisas? - Pergunto.

- Estão indo bem. - Percebo a mesma olhar por cima do aparelho, tentando entender algum sinal.

- Tem alguém aí, Isa? - Pergunto.

- Nã- Não tem não. - Ela gagueja.

Fiquei calada...

Vi pelo reflexo do espelho aqueles lindos cabelos ruivos saírem do quarto em que ela estava. Suspirei e olhei para meu filho que brincava com meus cabelos loiros.

- Ela está chateada comigo? Eu fiz ou falei alguma coisa, Isa? - Pergunto tristonha.

- Aí Lila... Isso é assunto de vocês, eu não posso entrar no meio não. O que está acontecendo só quem pode te falar é ela. - Ela diz abaixando a cabeça.

- Ela está bem? Aí meu Deus! Aconteceu alguma coisa com a minha ruiva? - Pergunto preocupada.

- Calma Lila, ela está bem sim, relaxa. - Ela tenta me acalmar.

- Tudo bem... - Respondo apenas isso.

- E você e o leãozinho? Vocês estão bem? - Ela pergunta.

- Estamos sim. - Mostro meu filho.

Ficamos conversando por um tempo e eu desliguei a ligação, escutando alguns passos e logo avistando minha mãe. Sorri e ela veio até a gente. Ela se sentou ao meu lado no sofá e eu me deitei no mesmo com o Léo deitado em meu peito. A mais velha começou a fazer carinho em meus cabelos e cantarolar para mim. Aquilo era tão bom!

Ficamos ali por bastante tempo, até eu sentir uma respiração leve em meu peito, olho e ela o meu pequenino que dormia feito um anjo ali, solto um sorriso bobo e ajeito seus cabelinhos com cuidado. Me levantei devagar e subi com ele, abri a porta do seu quarto com o pé e fui até seu berço, ajeitei apenas com uma mão e coloquei o menino ali dentro com o máximo de cuidado. O mesmo resmunga e eu dou batidinhas em seu bumbum cantando baixinho sua musiquinha para que ele voltasse ao seu sono, o que não demorou muita coisa. Deixei a luz do abaju acesa e liguei a babá eletrônica, peguei outra e sai do seu quarto fechando a porta com muita delicadeza, fui até meu quarto me jogando na cama.

- Aí meu amor, o que será que esta acontecendo com você? - Penso alto.

Fiquei ali pensando tanto que acabei dormindo. Acordei com barulhos fortes, abri meus olhos e escuto uma trovoada altíssima. Escutei o choro do Léo e corri até seu quarto pegando ele nos braços tentando acalmá-lo.

- Calma, meu Amor, calma. São só barulhos. - Digo fazendo carinho nele.


Volto para meu quarto me sentando na cama acalmando ele e escuto meu celular tocar. Peguei e vi no visor ser a Mai. Me deu arrepios, um nervosismo, na minha cabeça passou mil coisas. Fiquei olhando parada olhando até o quinto toque, onde atendo.

Ligação On:

- Alô? - Digo com a voz trêmula.

- Lila... - Seu tom de voz parecia de medo.

- Mai, está tudo bem? - Pergunto preocupada.

- Eu tô com medo Lila, está muito barulho... - Ela diz quase chorando.

- Cadê a Isa? - Pergunto.

- Ela está na casa de algum peguete, não voltou ontem a noite. Eu tô com medo, Lila. - Ela começa a chorar.

- Me espera, eu já chego aí pra cuidar de você! - Digo me levantando com meu filho.

Ligação Off.

Escovei meus dentes, fui até o quarto do meu filho, coloquei uma roupa bem quentinha dele, fiz sua mochilinha com as coisas necessárias, e voltei até meu quarto, coloquei meu menino na cama e troquei de roupa rápido, peguei ele novamente, sua mochila, meu celular e desci, peguei a chave do carro e fui até a garagem, abri o carro, coloquei meu bebê no bebê conforto e passei seu sinto, entrei no banco do motorista e logo dei partida pra casa da Maiara. No caminho mandei uma mensagem avisando minha mãe.

Assim que cheguei, peguei meu filho, sua mochila e tranquei o veículo, indo até a porta da sua casa, tocando a campainha.

- Lila, Léo. - Ela me abraça ao abrir a porta.

- Calma a gente está aqui. - Abraço ela com apenas uma mão.


Ela me pede para entrar e assim eu faço, a olho e a mesma estava trancando a porta. Ela sobe e eu vou atrás, assim que chegamos em seu quarto vejo que Léo tinha dormido em meu colo, coloco ele na cama com os travesseiros em volta, vou até Maiara e a abraço apertado.

- Eu estou aqui, eu sempre vou estar aqui! - Digo em seu ouvido.

- Eu preciso falar com você, Lila... - Ela diz se afastando de mim.

A olho por inteiro e a mesma estava de cabeça baixa, suas mãos estavam juntas na frente de seu corpo e tremiam. Me sentei no sofá dali e a puxei para sentar em meu colo, e assim a mesma fez. Fiz carinho em seu rosto e senti as lágrimas descerem e junto vejo seus olhos perdidos e com medo.

- Me fala o que está acontecendo. - Digo simples.

- Marília... Eu... - Ela diz gaguejando procurando palavras.

- Você voltou com ele? É isso? - Procuro respostas.

- Não, é algo pior, ou melhor, eu não sei. Eu... Eu tô muito confusa. - Ela diz chorando.

- Tudo que estiver acontecendo venceremos juntas! Me deixa ajudar, o fardo é menor quando dividimos com alguém. - Digo limpando suas lágrimas.

- Me perdoa, Marília, por favor. - Ela da uma pausa suspirando pesado - Eu estou grávida. - Ela abaixa a cabeça.

Simplesmente Um Medo Bobo | MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora