Capítulo 30

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Marília Narrando:

Tinha acabado de dar banho nas crianças, agora, a ruiva estava sentada na cadeira de amamentação dando o tete da Estrela e eu andava pelo quarto tentando fazer Léo dormir, que já estava chatinho de sono. Sua cabecinha estava apoiada em seus seios, chupeta na boca e agarrado no paninho que estava amarrado na chupeta feito pelas mãos da vovó Ruth.

- Você está crescendo e eu ainda não consigo aceitar... - Falo baixo acariciando seus cabelos.

Sinto os olhares da ruiva caírem sobre mim.

- De tanto me ocupar com o trabalho eu não consigo ter tanto tempo pra você, eu não consegui ver seus primeiros passos pessoalmente, sua primeira palavra. Nada me tira essa culpa, meu Amor. - Sussurro.

Esses dias isso estava me martelando, pelo simples fato dele ter dito à minha mãe que eu passava mais tempo com a multidão do que com ele, ele estava doentinho e eu não estava lá pra cuidar dele. Ele estava um pouco distante de mim e isso era fato. Sempre que volto de viagem tenho que conseguir conquistar ele, fazer ele entender todas as vezes que faço isso por nós.

Eu me sentia a pior mãe do mundo!

Quando percebo, eu já estava chorando novamente. Respirei fundo e sequei as lágrimas e quando olho, meu menino já dormia tranquilamente em meus braços, parecia se sentir tão seguro ali, e é isso que eu quero que ele entenda: que nos meus braços ele está seguro! Não só nos meus, mas nos do papai, das vovós e titias, mas principalmente o meu.

Como eu estava passando mais tempo ali na mansão M&M do que na minha própria casa, decidimos por uma caminha pro Léo ali, o que o mesmo achou uma ideia brilhante. Sua caminha era branca combinando com a temática do quarto, e tinha as grades que subiam e desciam, apenas por precaução. Coloquei o mesmo aqui cuidadosamente e dei batitinhas em seu bumbum para não correr o risco dele acordar, cobri o mesmo e levantei as grades travando as mesmas. Vou até a ruiva que no momento se encontrava tentando por a menina pra dormir.

- Quer ajuda, meu Amor? - Pergunto me aproximando.

- Ela não quer dormir. - Ela diz saltando o ar preso em seus pulmões em forma de frustração.

- Me deixa tentar? - Ela assente me entregando a menina.

Digo para mesma ir tomar seu banho e assim ela faz. Comecei a andar pelo quarto fazendo carinho na menina, que até então me olhava atenta e curiosa. Fiquei conversando com a mesma até perceber ela lutando contra o sono.

"Mais que sapequinha, mamãe!"

Aquela menina cada dia que passava ficava mais a carinha da mãe, e aquilo era perfeito! Até os lábios ela puxou a mamãe, o nariz, os cabelos.

"Será que sua mamãe não te fez com o dedo não? Porque você não tem nada do seu pai. Agradecida por isso."

Acabo sorrindo com os meus próprios pensamentos e quando percebo, a menina já dormia. Amém! Agora posso curtir minha ruiva.

Coloquei ela em seu perco cuidadosamente e faço o mesmo processo que fiz com o meu filho, quando percebo que ela já se aconchegou em seu berço fecho o mosquiteiro bem fechado e ligo o abajur no cantinho do quarto com a luz média pra não acorda-los, saio do quarto fechando a porta com o máximo de cuidado e sai dali dando pulinhos de alegria indo até o quarto da minha princesa. Quando chego lá, ela não estava, olho para o banheiro e a porta estava fechada, mas sem barulho de chuveiro. Duas opções: ou ela já terminou o banho e está fazendo algo, ou está enrolando (o que ela mais fazia era enrolar pra tomar banho). Fui até seu closet e separei um pijama para a mesma e para mim, já que já tinham roupas minhas ali.

Simplesmente Um Medo Bobo | MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora