Simplesmente Um Medo Bobo | Mailila

Capítulo 35

Maraisa me disse que Maiara estava terminando de se arrumar, então fui tomar meu banho junto ao meu pequeno.

[...]

Eu estava sentada na sala jogando papo fora com uns amigos, copo de bebida na mão e vendo meu filho brincando no tapete pertinho de mim.
Vejo a porta se abrir e logo o barulho dos saltos, os cabelos ruivos e a bolsinha de bebê.
Meu sorriso foi impossível conter, meus olhos brilhavam ao olha-la entrar. Coração disparou, as mãos gelaram e meus olhos passaram por todo seu corpo. Me levantei indo até a mesma.

- Você está linda! - Digo a admirando.

- Você também. - Ela disse sorrindo.

Peguei minha menina nos braços dando um cheiro sentindo seu perfume de bebê. Olho para minha mãe que sorria orgulhosa, ela veio e tomou a menina de mim a mimando junto com os pais das gemias que já estavam ali. 

Ela estava com uma calça justa preta, top rendado e decotado da cor de sua calça e saltos, com um blazer branco jogado por seus ombros, maquiagem leve e cabelos com um leve amdulado.

Já eu, estava também com uma saia longa preta transparente com brilho, um top preto leve, cabelos soltos, maquiagem leve, nos pés um tênis preto.

Maraisa, com um vestido curto colado vermelho decotado, nos pés um salto da cor do vestido, cabelos em um rabo-de-cavalo e maquiagem leve.

- Acho que se combinasse não daria certo, princesa. - Me refiro a nossas roupas.

- Verdade. - Ela ri.

Nós nos sentamos no sofá e começamos a conversar sobre novos projetos, entre outros assuntos. Eu bebia bem pouco, Maiara estava no refrigerante junto com o Léozinho por ainda estar dando de mamá, Maraisa bebia igual caipora.

Eu passei meu braço por trás do corpo da ruiva pegando em sua cintura, vendo seu sorriso. Eu estava nervosa, ansiosa e muito, MUITO feliz. Não via a hora de gritar para todos que venci, que agora oficialmente seria dela.
Minhas mãos suavam, procurava ocasiões para tirá-la dali e levá-la até meu quarto.

- Galera, eu vou roubar a Mai rapidinho. Vem cá, pequena. - A puxo dali.

Eles me olham confusos mas não explico nada. Nós subimos até meu quarto e eu pedi para que a mesma abrisse a porta. Assim que ela abre vejo seus olhos se encherem de lágrimas, ela entrou olhando tudo aquilo encantada.

- Quem fez isso? - Ela pergunta me olhando.

- inacreditável, eu sei! Mas foi euzinha. - Digo sorrindo.

Ela me abraçou tentando decifrar em palavras seu amor por mim, e meu coração só acelerava ainda mais. Me soltei da mesma pegando a caixinha e me ajoelhei em sua frente.

- Levanta daí, Lila! - Ela diz me olhando.

- Mai, meu Amor, todas as noites sem dormir que passei chorando depois de levar um fora seu, as viagens que me lembravam você... Tudo valeu a pena apenas por um fato: o amor que sinto por você.
No início acreditei que pudesse tirar isso do peito mas não deu certo. Mesmo depois de meses, anos meu corpo ainda sente as mesmas sensações de quando te viu pela primeira vez, meu coração acelera, minha respiração falha, perco o eixo.
Eu quero ter você pro resto da minha vida e isso é só o começo. Quero nossa família juntinha até o fim, e quando as crianças crescerem ficarmos só nós duas bem velhinhas, bengala, creches, sentadas na frente de casa fofocando da vida alheia e lembrando de todos os momentos que passamos juntas em toda nossa vida.
A vida não vai ser fácil, nunca foi, mas quero passar todos os obstáculos com você. Eu estou a uma semana planejando isso aqui, e acredite, é uma das maiores provas de amor que eu poderia fazer porque eu nunca me submeteria a preparar isso para alguém igual me submeti a preparar para você. Então, hoje, eu te faço o pedido que me cobra a meses. - Eu abri a caixinha revelando as alianças. - Maiara Carla, aceita ser minha namorada? - Pergunto olhando em seus olhos.

Seu rosto já tinha sido tomado pelas lágrimas, suas mãos tremiam assim como as minhas. Ela olha para as alianças e depois para meus olhos...

- Eu não posso... - Ela diz fechado seus olhos.

- Co- Como? - Gaguejo olhando para a mesma.

- Eu não posso, Mendonça! - Ela reforça sua frase.

Me levantei me aproximando da mesma.

- Por que? O que está acontecendo? Mai, até ontem... - Ela me corta.

- O ontem é passado. O fato é que eu voltei com o pai da minha filha. - Ela diz rápido.

Eu senti meu coração se despedaçar,agora eu realmente não sentia mais nada. Meu coração foi amenizando as batidas, até ficarem lentas, as lágrimas tomavam minhas bochechas. Eu coloquei a caixinha das alianças em cima da cama e me sentei ali passando as mãos no rosto.

- Quando? - Pergunto sem olhar para a mesma.

- Hoje de manhã. - Ela responde baixo.

- E tudo que fizemos? Nós passamos a noite fazendo amor, Maiara. - Me levanto olhando em seus olhos. - Me diz, ele esta te ameaçando? Ele fez alguma coisa com você? Me dá uma explicação válida. - Digo procurando uma resposta.

- Não, Mendonça. O problema é que minha filha também é filha dele e é bom a família ficar junta e... - Eu não deixo ela terminar.

- Sim, a nossa família! Eu, você, o Léo e a Estrela. Lembra, seriamos nós quatro para sempre. - A respondo.

- Não Lila... Vai ser nós três. Por favor, me perdoa, eu amei sua iniciativa, amei tudo que vivemos, mas... - Ela para de falar.

- Por quê? Maiara, por quê? Como eu fico nessa história? Então porque disse que me amava, que queria um futuro comigo se no final vocês voltariam. De novo eu acreditei em você, de novo eu corri atrás de você igual cachorrinha de rua. Porra, você só fode comigo. - Eu desabafo deixando o choro tomar conta de mim.

Apenas ouço o barulho de seus saltos de afastando rapidamente dali, deixando o quarto vazio.

Porque sempre tem que ser assim? Estava tudo tão bom, eu realmente estou apaixonada por ela. Por quê?
Ela novamente quebrou meu coração e novamente terei que juntar a pedaços. É como se ela tivesse arrancado toda a minha felicidade com apenas uma frase. Olhei para todo aquele quarto... Como eu fui ridícula em acreditar que o amor seria pra mim, acho que nasci para sofrer e fazer os outros sofrerem.
Como a vida é injusta...
Eu só queria experimentar um pouco dessa experiência, e não ter repertórios imensos sobre a minha vida amorosa.

Eu me encontrava encolhida na cama chorando muito, uma imensa dor um vazio em meu peito. Em minha mente passava todos os nossos momentos, seu sorriso, sua gargalhada, aquilo que me fez se apaixonar por ela.
Se ela não te quer, supera, Mendonça!
Eu só consigo me perguntar: De quem é a culpa? Talvez seja dela por ter aquele sorriso apaixonante, ou minha, por me apaixonar por ela.
Realmente, amar por dois só nos dá prejuízo.
Hoje minha herança são as memórias e todas as dores de um amor impossível.

É, hoje meus versos fazem sentido...