Simplesmente Um Medo Bobo | Mailila

Capítulo 42

Maiara Narrando:

Se passaram horas, eu não sabia o que fazer. Ver ela ali machucava tanto quanto levar um tiro, e saber que a culpa é minha me faz ter uma dor enorme.

Ela dormia serena, cheia de agulhas por seu corpo e uma máscara de oxigênio.
Fui até a mesma fazendo carinho em seus cabelos loiros, escutando seus batimentos acelerando.

- Oi, meu Amor. - Digo sorrindo em meio as lágrimas. - Olha nós aqui de novo... Quem diria que depois de anos eu lhe veria assim. - Seus batimentos aceleram mais. - Amor, eu não pude dizer o quanto amava você, mas sei que está me escutando agora. Mesmo que não seja olho no olho, eu preciso lhe dizer, afinal, não sei se vai querer me ver ao acordar. - Eu digo.

Os batimentos dela estavam acelerados, seu peito subia e descia em uma velocidade média. Desci delicadamente os carinhos para seu rosto, sentindo sua respiração ir se acalmando.

- Meu Amor, eu ainda amo você mais que tudo no mundo. Eu não fiz aquilo por vontade própria, você sabe o porquê daquilo. Ele iria tirar você de mim, do Léozinho, da D. Ruth, de todos nós. Me perdoa, eu fiz isso pensando em você. Eu sabia o quanto iria doer mas não sabia que seria dessa forma. - Minha voz sai embargada. - Volta pra gente, vamos conversar, se acertar, vamos voltar pra nossa família. - Eu aperto forte sua mão. - Nossa Estrela ainda precisa saber o porquê do nome que carrega com ela.
Eu não disse ainda porque quero falar com você ao meu lado, eu não quero simplesmente disser à ela sobre você e ter que mostrar uma foto sua, eu quero que ela veja você, quero você ao meu lado para que assim ela realmente saiba quem é o amor da minha vida e a inspiração do seu nome. - Eu continuo.

Seus olhos mesmo fechados escorreram lágrimas, sua mão apertou a minha levemente.

- Amor... Lembra quando me disse que me amava pela primeira vez? - Eu me lembro sorrindo em meio as lágrimas. - Eu soltei fogos por dentro de felicidade. - Ela aperta levemente minha mão. - É, você lembra. - Sorrio olhando para nossas mãos. - Há, e o dia que fomos para a feira escondidas da Isa? A gente comprando nossas calcinhas iguais. - Ela novamente aperta minha mão. - Aquele dia foi tão legal. Nós compramos tantas coisas bregas para usar combinando deixando a Isa de fora. Ainda tenho o pijaminha de ursinhos e as pantufas de panda. - Ela respira fundo. -
Eu me alimento dos nossos melhores momentos pra viver.

Eu me aproximo dela e tiro sua máscara de oxigênio, colando nossos lábios.

E mais uma vez seus batimentos estavam acelerados.

Fico alguns segundos sentindo seus lábios macios nos meus, e logo mesmo não querendo me separo, sussurrando um breve "Eu Te Amo, Minha vida".
Coloco novamente sua máscara e me sento na poltrona ao lado da sua cama, deitando minha cabeça no colchão olhando nossas mãos entrelaçadas.

- Você não tem o direito de me deixar, prometeu que mesmo de longe sempre estaria aqui pra gente. - Digo suspirando.