Simplesmente Um Medo Bobo | Mailila

Capítulo 61

Eu continuava ali, ajoelhada, olhando para minhas mãos. Estava me comparando com uma palhaça, mas estava tudo bem, era por ela.

Ela já não estava mais em minha frente, agora, ela andava de um lado para o outro em frente a nossa cama. Não conseguia olhá-la.
Naquele momento, justo naquele momento, me veio na cabeça tudo que passei para tê-la ali comigo. Lembrei das suas palavras que tanto me magoaram, do tanto que me humilhei por ela.

Espera!

Eu continuei insistindo depois de receber diversos nãos. Continuei sabendo que ela não me amava. A fiz me amar...

Ergui minha cabeça a olhando, vendo ela agora parada olhando para o chão em direção onde eu estava.
Me levantei rapidamente com o intuito de correr até ela e a abraçá-la, dizer que iriamos nos encontrar de novo, que voltaríamos a ser como antes. Mas não ocorreu assim...
Senti uma tontura muito forte e junto um enjoo que queimava minha garganta, então ao invés de correr até ela, corri em direção ao banheiro com a mão na boca impedindo que tudo aquilo saísse antes de eu chegar no vaso sanitário. Me ajoelhei ali e segurando meus próprios cabelos. Deixei com que tudo aquilo saísse.

Uma mistura completamente nojenta de tudo que eu havia comido a uma hora atrás. Meu corpo em si fazia força para que saísse mais, na tentativa de sair tudo que me fazia mal, e aquilo me deixou fraca, tonta.

Senti seus dedos adentrarem meus cabelos, tirando minha mão dali e juntando todos os fios, enquanto fazia carinho ali.
Após alguns minutos naquela situação deplorável, tentei me levantar, mas minhas pernas fracassaram maravilhosamente nessa missão, então, me sentei ali no chão me encostando na parede com as mãos no rosto. Ela pegou um pedaço de papel e limpou minha boca.

- Amor...

- Não... Por favor, diz que tudo que disse é brincadeira. Agora, Maiara!

Eu disse completamente sem forças, agora, olhando em seus olhos, vendo os mesmos se inundarem. Por mais que eu tentasse me enganar, sabia que ela estava sendo sincera.

- Me desculpa... - Ela se sentou ao meu lado, encostando a cabeça também na parede.

Respirei fundo e juntei forças do além para me levantar, fui apoiando em tudo que via pela frente, escovei meus dentes para tirar o gosto ruim e continuei o trajeto até chegar na cama, onde me sentei com uma mão na barriga e a outra em minha testa.

- Diz ao menos que aceita minha proposta?

- Marília, você sabe que talvez não de certo...

- Mas tem que dar! - Me alterei. - Nós não vamos nos separar. Maiara... Você está esperando um filho meu. - A olhei.

- Marília...

- Não! Chega! Acabou essa discussão idiota! - Gritei.

Ela me olhou assustada, e recuando para trás.

- Tudo bem, a gente deixa a transa pro final, a gente esquece a porra da cama. Só vamos continuar nossa vida, continuar com a nossa família. - Continuei alterada.

Seus olhos que antes seguravam todas as lágrimas, agora não aguentaram o peso, as deixando cair por sua bochecha molhando sua roupa.
Ali eu percebi que tinha feito merda. Não deveria ter perdido a cabeça. Eu deixei ela assustada.

- Por favor, eu não vou aguentar ficar sem você de novo... Amor, vai ser impossível algum remédio no mundo tampar a dor que isso vai me causar. Eu juro por tudo, eu não vou aguentar ficar sem vocês de novo. - Agora, eu disse calmamente, quase chorando.

- Nem eu... - Sua voz saiu baixa, quase impossível de ser escutada.

Estiquei meu braço, e ela veio lentamente até mim, pegando em minha mão. A direcionei para se sentar em meu colo, e assim ela fez. Em um movimento lento, coloquei a mecha de cabelo que tampava  seus olhos atrás de sua orelha, logo após, fiz carinho em sua bochecha.

- Seja o mais sincera possível. Não se importe com a dor que talvez me cause. Me conta tudo que está acontecendo.

- Não, Marília...

- Por favor? Estou lhe implorando. Eu quero resolver o que está acontecendo com a gente, mas pra resolver preciso saber os seus motivos. Meu amor, por favor.

- Eu não sinto mais desejo em você... Eu não sei o que está acontecendo comigo... Me perdoa. Eu sinto com as nossas noites de amor, mas quando penso em provocar já não sinto mais a mesma energia, a mesma vontade.

Seus olhos passeavam por meu rosto, mais nunca me olhava nos olhos. Minhas bochechas já estavam molhadas.

Não acredito que aquilo estava acontecendo...

É apenas um sonho, e eu preciso urgente acordar.

__________________________________________

Me desculpem o capítulo pequeno, não tive muito tempo para escrever hoje mas n queria deixar vocês sem as "explicações" da Maiara.