Se passaram duas semanas, eu não saia desse hospital a dias, me sentei em frente a porta do seu quarto e passo todo meu tempo a olhando atentamente pelo vidro transparente de seu quarto. Ia em casa, tomava um banho, colocava minha filha pra dormir, comia o mínimo por obrigação da minha irmã e voltava para o hospital.
No momento, me encontro de mãos dadas com ela, sentada em sua cama, admirando ela dormir.
- Tanta falta faz sua voz; sua cantoria; você! - Eu sussurro.
Ela aperta forte minha mão.
- Amor... Acorda por favor. - A imploro.
"Mai... Amor, eu não consigo acordar.
Por que está chorando? Eu estou bem, meu Amor.
Vai pra casa, por favor, ouvi dizer que você já não dorme, não come direito, sua irmã está preocupada com você e eu também.
Cadê meu filho? Será que ele está bem? O que vocês disseram pra ele sobre a minha ausência?
Mai, com quem está a Estrela? Por favor, vai pra casa, cuida dela, por mim... Pela nossa família" - (pensamentos de Marília).Marília Narrando:
Depois da ligação com a Mai, eu já não me sentia muito bem, estava tudo embaçado e girando, minhas mãos começaram a tremer, a cabeça doer, coração acelerado... Eu tentei me levantar para pedir ajuda já que não conseguia mais falar, me apoiei na cadeira onde estava meu violão colocando todo meu peso, mas acho que a mesma não suportou e caiu, me assustei com o barulho e cai também sem conseguir ter suporte em nada. Dali para frente mesmo com os olhos "abertos" eu já não enxerguei mais nada.
Se passou algum tempo, não sei ao certo, mas começo a escutar uma voz conhecida, me esforcei o máximo que conseguia para poder lembrar. Era ela... A minha ruivinha!
Seus carinhos fizeram meu coração acelerar, sua voz doce me acalmou, suas declamações de saudades me fizeram enxergar que nós poderíamos ter um final diferente se ele não estragasse toda a nossa família e a nossa história de amor.
Ela recordava nossos momentos enquanto lágrimas rolavam por seu rosto, mesmo que eu não pudesse ver sabia que ela estava com seu rosto corado e seus olhos demonstrando toda sua tristeza. Eu dava respostas, apertava levemente sua mão mesmo que eu não tivesse forças.Eu implorava à Deus que me deixasse voltar, não quero ir agora, quero ficar com a minha família, minha mãe, meu irmão...
Ela abaixou minha máscara de oxigênio, e selou nossos lábios. Quase morri bem ali. Minha vontade era de puxar ela pro meu colo e beijá-la como sonhei todos esses anos longe uma da outra.
Sentir seus lábios nos meus depois de tantos anos ainda me deu borboletas no estômago, ainda fez meu coração acelerar e tomou minha mente. Senti meu rosto molhar e logo ela limpar, na certa suas lágrimas escorreram por minha pele.Não seu ao certo, mas já faz alguns dias que estou aqui, mas consigo de uma forma inexplicável escutar todos ao meu redor e sentir seus toques.
Agora, escuto a voz de Maraisa implorando para Maiara ir dormir e comer algo, a mesma relutava dizendo com autoridade que não iria. Maiara se cala escutando os sermões da irmã que dizia que ela também precisava se cuidar, que eu estava bem.
"Isso Isa, por favor, cuida da nossa pequena por mim."
Não escuto mais a voz de ninguém, até sentir o toque macio de suas mãos em meu rosto.
- Eu te amo... Volto já já, prometo. - Disse a ruiva com a voz falha.
Ela tirou minha máscara e eu já sabia o que viria. Me encho de alegria ao sentir seus lábios nos meus. Ela dessa vez chupou meu lábio inferior, dando uma leve mordida. Em minha mente veio seu olhar perverso e consegui imaginar aquela cena.
- Deixa de putaria, Maiara! Marília está dormindo. - Isa briga com a minha menina.
- Eu conseguia acordar ela assim... Hoje não mais. - Ela diz com a voz tristonha.
Ela põe novamente minha máscara e a sinto se afastando, logo em seguida recebo um beijo na cabeça da Isa que dizia me amar, em seguida a porta é aberta e em poucos segundos fechada novamente.
Sozinha novamente...
Tempos depois:
Escuto a porta ser aberta.
"Mai? Amor, vai descansar por favor."
- Vim lhe dar um banho, loirinha. - Escuto a voz de um homem.
Ele passa a trinca na porta e escuto seus passos se aproximando da cama. Sua mão se direcionou em minha coxa, subindo cada vez mais. Pelo que me parece eu usava um "vestido" que logo foi levantado.
"O que esse merda está fazendo? Ei, desencosta daí, meu coração tem namorada e meu corpo só aceita um toque, seu palhaço!"
- Como você tem um corpo lindo... - Sua outra mão se direciona ao meu seio.
Ele começou a passar as gases por meu corpo se aproveitando daquilo, apertava todo meu corpo, ria daquilo, me chamava de "Cinderela Adormecida".
Eu só quero acordar...
Ele abaixou minha calcinha, beijou minhas coxas, passou seus dedos por meu sexo mas não fez nada além disso.
Terminou seu trabalho e saiu rindo como uma hiena.
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Simplesmente Um Medo Bobo | Mailila
FanficMarilia Mendonça, mais conhecida como rainha da sofrencia, vinte e seis anos, mãe do pequeno Léo de dois aninhos. Atualmente solteira. Ela faz parceria com as Melhores amigas Maiara e Maraisa em um projeto chamado "Patroas". Maiara Carla, vinte e o...