Hegemony • Taehyung [+18]

Uma chance

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A primavera deixava a ONG bem mais aconchegante, quase um mês tinha se passado depois do alagamento e agora eu já conseguia lidar um pouco melhor com a rotina corrida, mas minha tese de conclusão de curso não possuía uma letra escrita. Yun-Hee tinha concordado em me deixar sozinha mais alguns meses na direção, então era minha chance de mostrar serviço, apesar de conseguir comandar a ONG todos os meus outros compromissos restavam de lado.

— Eu nunca vou conseguir organizar minha vida? - reclamava sozinha na sala bagunçada.

A hora de ir para o meu estágio na clínica se aproximava e eu não tinha terminado o trabalho em grupo da faculdade. Abaixei a cabeça batendo a testa na mesa algumas vezes tentando obrigar meu cérebro a achar soluções remotamente.

— Você... não devia fazer isso, não deve fazer bem para os neurônios. - a voz grave me fez levantar o rosto de imediato, um dos papéis grudou na minha testa deixando tudo pior.

Paralisei por alguns instantes, os olhos puxados sumiram em um sorriso mas ele não tirou a máscara. Enquanto eu ficava imóvel, o homem se aproximou e removeu o papel da minha testa com cautela.

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ꕀ ꕀ

— Como? O quê? - respirei procurando as palavras.

— Oi? Deve ser isso que você quer dizer. - ele sentou na cadeira em minha frente jogando os papéis pelo chão.

O idol cruzou as pernas despretensiosamente. Notei que ele usava uma camisa branca por baixo do casaco de mesma cor. As calças milimetricamente passadas em um tom acima e sandálias marrom que pagariam meu almoço por um ano. Sua mão esquerda foi para o queixo e ele parecia extremamente confortável mesmo em meio ao caos. O cabelo preto tinha crescido e notei uma aparência de cansado apesar de tranquilo. Uma corrente de ouro reluziu em seu pescoço por alguns instantes, voltando a sumir por baixo da camisa.

— Oi... V. O que você faz aqui? - questionei, tentando achar uma posição confortável. Minha mente assimilou que ele era um homem e estava sozinho comigo ali.

— Eu vim atrás da minha chance... não ache que eu esqueci. - ele nem piscou enquanto falava.

— Quê? Ah... eu achei que...

— Desculpe a demora, eu precisei viajar com o grupo, e tive alguns problemas pessoais recentemente... mas de alguma maneira isso não sai da minha cabeça. - ele mal me deixou falar.

Ajeitei meus óculos de grau e cruzei as pernas me encostando na cadeira, imitando sua posição, reconheci a camisa de uma marca famosa coreana, tinha certeza que eu tinha uma igual de segunda mão.

— Bom, então diz sua proposta.

— Então, você me vai me dar uma chance. - ele não perguntou, apenas afirmou.