Sleepy dress

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Descansei previamente antes do jantar com Woo-shik, agora com a rotina de treinos, trabalho e estudo, eu tinha focado totalmente em manter sempre minha saúde bem acima de qualquer outra coisa. O endereço do jantar era no hotel mais luxuoso e caro da cidade, talvez do mundo, sorri desdenhando quando vi o convite endereçado ao meu nome dentro da caixa. Logo embaixo, o papel de seda revelou um cheiro suave de flores e o vestido longo e branco de alças, feito de seda francesa, impecavelmente dobrado à mão. O retirei com cuidado sem reconhecer sua marca, não era AMI de certo, nem PRADA, muito menos DIOR, mas minha mente recordava aquele corte perfeito de algum lugar.

Fiz uma maquiagem leve, e procurei um dos meus novos sobretudos da Valentino de mesma cor para enfrentar o congelante inverno de Manhattan, como o vestido era fluido e leve, se eu não tivesse muito cuidado poderia desmaiar de frio a caminho do hotel. Escolhi meus saltos brancos da Valentino e prendi o cabelo em um coque alto sob a cabeça. Agora, já acostumada, usava lentes de contato na maior parte do tempo e tinha praticamente aposentado meus óculos de grau.

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Desci as escadas do prédio por baixo de uma fina neve que insistia em cair, extremamente cuidadosa com a fenda profunda do vestido na perna direita. Eu levava apenas meu celular na mão esquerda, que eu mesma tinha comprado com o aluguel do meu apartamento no primeiro mês em Nova York, com muita resistência, a tecnologia tinha virado minha melhor amiga. Sempre em ligações com minha vó e Yun-Hee, além de toda a vida conectada que a high fashion exigia. Dentro do táxi, pensativa,  tentava não resolver toda a minha vida em apenas alguns minutos.

Se eu vender o apartamento, posso dar entrada em aglo aqui e trabalhar para a Valentino. - a possibilidade de nunca mais voltar para a Coreia fez minha cicatriz arder.

— Senhorita? Não vai descer? - o motorista do táxi me despertou.

Um outdoor gigante de Hoseok apareceu logo acima, com o anúncio do seu show da virada do ano na Times Square, eu sorri involuntariamente para ele, além de tudo, eu sentia falta do caos que eram os sete. A esta altura o padrinho de Yun-Hee, Seok-Jin já tinha ido para o exército e em breve meu idol também iria.

— Ah, desculpe... - paguei a corrida com o celular e desci em frente ao grande hotel Ritz-Carlton.

Um chofer me recebeu na suntuosa entrada de luxo, logo depois me guiou até o saguão onde passei por uma porta de cristais que verificou meu corpo em uma máquina de raio-X nada discreta. Abri o casaco assim que fui liberada, incrivelmente eu não chamava nenhuma atenção, ali eu só era mais uma coreana, nem famosa, nem conhecida, nada que valesse a pena. Caminhei quase uma eternidade até chegar à recepção.

— Boa noite... - o jovem fardado americano me cumprimentou em inglês. — Senhorita, em quê posso ser útil?

— Eu sou aguardada na suíte presidencial. Song-Mee Alyss. - disse, ainda nada impressionada com aquele exagero.

A convivência com o mundo da moda ainda mais de perto acabou fazendo meus olhos perspicazes não se impressionarem mais com o luxo exacerbado que os cercavam, além disso, após conhecer o ator que jamais se deslumbrava e um idol excêntrico, não existia mais nada na face da terra que me surpreendesse.

— Ah, sim... claro. Só um segundo, por gentileza. - o jovem se afastou um pouco do balcão e senti todas as câmeras do hotel me analisarem provavelmente por questão de segurança.

Depois de alguns segundos um cantor americano passou por mim acompanhado de seus assessores e staffs, chamando atenção dos que também estavam entretidos na grande recepção.

— A senhorita pode usar o segundo elevador. Bem-vinda ao Ritz... - ele pôs um cartão branco de acesso em cima do balcão, com meu nome gravado.

Peguei o cartão rapidamente mas antes que eu pudesse retirá-lo da pedra fria, o jovem pôs a mão em cima da minha, me impedindo.

— Se me permite, a senhorita está muito bonita... - ele disse com um sorriso malicioso no rosto e eu puxei a mão de imediato.

Somente dois homens tinham me tocado até ali e assim continuaria. Desde que tinha saído da Coréia, eu tinha me fechado mais uma vez para qualquer tipo de amizade ou relacionamento contundente. Eu dei um sorriso de lado e encostei meu corpo em frente ao balcão quase colando nossos rostos em resposta.

— Você não devia brincar com o que não pode controlar.

Deixei o lobby calmamente na direção do elevador. Agora quanto mais homens eu conhecia, menos eu queria encontrar. Recordei do cuidado que os dois tinham comigo sempre e sorri genuinamente, sozinha no elevador. Apesar de ir reencontrar apenas Woo-shik no jantar essa noite, seria o mais próximo de pura alegria que eu tinha chegado nos últimos meses.

O elevador parou à caminho do último andar e uma modelo alta, esbelta de cabelos pretos entrou sozinha. Ela me cumprimentou com a cabeça, parecia familiarizada com os hábitos coreanos e eu fiz o mesmo.

— Desculpe a intromissão, mas esse vestido é magnífico. - comentou entusiasmada, apontando sutilmente para o vestido colado que aparecia entre o meu casaco aberto.

— Obrigada...

— Eu já o vi em algum lugar... de onde...?

— Celine. - respondi.

Hegemony • Taehyung [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora