Acidentes não acontecem

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Por Kim Tae-hyung


— Morte. - aquela palavra me dava calafrios mas não tinha nada que eu pudesse fazer, invoquei o comando de emergência.

— Não. Eu quero o resto da sessão, eu preciso... - eu desamarrava a desconhecida com pressa.

— Eu preciso que você pegue suas coisas e saia, agora. - não subi o tom mesmo com a insistência da garota, entrei no closet o mais rápido que consegui. Eu só me importava com Alyss.

Me vesti correndo enquanto saía do apartamento, coloquei o gorro e a máscara e deixei a porta aberta para que a submissa pudesse ir embora. Depois eu sofreria as consequências de abandonar a sessão daquela maneira, mas eu precisava achá-la. Conhecendo sua alta capacidade de se colocar em risco, ela naquele estado de choque, sozinha, podia ser ainda mais perigoso.

Jura pra mim... jura que você não vai envolvê-la nos seus vícios. - a voz do Woo-shik hyung ecoava enquanto eu descia os degraus da escada pulando de cinco em cinco, descalço e ofegante.

Ela é uma criança... - Yun Hee também gritava em minha mente com o alerta de meses atrás.

Ah, meu deus o que eu fiz? Eu devia tanto ter mostrado logo, eu queria tanto ter mostrado tudo.

Eu estava tão arrependido, não devia jamais ter a levado lá sem contar tudo de uma vez, ela com certeza ficaria curiosa e voltaria sem me avisar. Minha única responsabilidade era sua proteção e agora eu não tinha ideia de como ela estava ou mesmo onde ela estava. Quando saí na rua, a multidão se aglomerou de uma vez, muitas pessoas andavam pelo centro na hora do rush, ainda demorei um tempo para recuperar o fôlego dos lances de escadas praticamente corridos, ouvi a sirene da polícia, e uma ambulância começou a sinalizar de longe. Olhei para todos os lados, desesperado, raramente me descontrolava mas eu sabia que tinha algo errado.

Eu precisava de mais tempo, eu tinha prometido pra mim mesmo não ser mais o garoto impulsivo da adolescência. Eu queria mais tempo pra planejar contar tudo a ela. Alyss onde você está?

Em um súbito momento de lucidez, tirei meu celular do bolso do short, ainda usava a luva de vinil e acabei a rasgando para conseguir digitar, abri a tela e digitei seu nome, o localizador instalado em meu outro telefone, que era dela agora, estava ativo. Segui os comandos do GPS andando pela rua descalço à sua procura, e o que eu tanto temia estava bem à minha frente. O óculos tão característico destruído no chão da rua e as pessoas se aglomeravam ao redor de algo, exatamente do ponto vermelho no meu telefone.

— Não... - eu corri mais desesperado, atravessando a rua interditada e lá estava ela rodeada do seu próprio sangue.

— Meu Deus, ela atravessou de uma vez praticamente se jogou... - alguém comentou.

— Eu acho que ela desmaiou... alguém deixa a ambulância passar.

Eu me meti entre a multidão imprudentemente e aproximei meu corpo do seu, ela estava fria e pela primeira vez quieta. Eu mal sentia, mas um turbilhão de lágrimas começou a escorrer do meu rosto, sem nem pensar eu levantei seu tronco, tentando alguma reação, mas ela não se movia, não me respondia, não me provocava.

Hegemony • Taehyung [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora