Hegemony • Taehyung [+18]

Teste

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O dia seguinte ao meu encontro com Kim Taehyung tinha sido caótico. Eu não tinha conseguido finalizar o trabalho de equipe e ainda estava atolada de pedidos de refugiados na ONG para submissão, mal me concentrei nos afazeres do dia e tinha prometido a Juan que ia buscar as roupas na Dior antes do fim da semana, já que a coleção mudaria em breve para o verão. Saí do prédio correndo em direção à parada de ônibus, mas antes mesmo que pudesse atravessar a avenida, um carro de passeio encostou perto de mim, abaixando o vidro da janela do passageiro.

— Entra. - Taehyung disse condescendente, ele usava um gorro e um capuz sobre a cabeça mesmo sendo sete da noite.

— Mas... eu tenho aula, preciso ir pra faculdade... - falei, dando um passo para trás.

— Eu levo você até lá, mas precisamos conversar. - ele era ainda mais sério que de costume.

Abri a porta traseira e ele veio até mim por dentro do carro, passando pelos bancos, sem descer.

— Min-Jun vai pra Universidade, mas pega a rota paralela, dá tempo de chegar lá... Oi. - ele disse ainda impaciente, parecia chateado com alguma coisa.

Taehyung subiu o vidro que dividia os bancos de passageiros, exigindo privacidade. Tirando o veículo da Yun-Hee que eu quase não entrava, era a primeira vez que eu andava em um carro como aquele, o cheiro de novo, os bancos de couro, todos os outros carros passavam bem mais abaixo que nós. O vidro triplo, provavelmente blindado, o fumê no nível máximo, era discreto e poderoso, como ele.

Ele procurou alguma coisa no apoio por trás das nossas cabeças, vasculhando com a mão direita.

— Oi... quanto tempo você está me esperando? - perguntei, ainda confusa com tudo.

— Uma hora. - Taehyung respondeu seco enquanto abria um envelope bege. — Você não atende o seu telefone.

— Ah... desculpe. Eu... eu... - fiquei envergonhada de dizer que meu celular era uma lata velha que mal funcionava, que eu não o carregava há semanas, e que ele demoraria semanas também para carregar. 

— Aqui. Isso é pra você, tem meu número pessoal salvo e o do Min-Jun que é meu assessor. Quando eu ligar, você atende. - ele era extremamente imperativo.

Peguei o Galaxy dobrável do ano, todo arroxeado, que reluzia no escuro.

— Não posso aceitar isso... - eu era totalmente contra aquelas coisas caras demais.

— É um empréstimo, depois você me devolve. Amanhã esse horário você tá livre? - Taehyung abaixou levemente o vidro enquanto passávamos pela praça das cerejeiras, o cheiro da primavera inundou o veículo.

— Estou. - menti, com um pouco de culpa por ter deixado ele esperando tanto tempo sem saber como falar comigo.

— Ótimo, eu peço pra pegar você na ONG às 18, eu tenho ensaio para o comeback e nós dois vamos fazer nosso primeiro teste.

— Dos 30 dias?

— Sim. Você não desistiu...

— Não, não. - me apressei em responder.