30 dias de V

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Era sábado e eu estava na porta da ONG às 16:00 horas em ponto, com medo das nuvens de chuva que se formavam sobre minha cabeça. Tinha passado a noite em claro, pensando no que escrever sobre o ídolo mas ainda não possuía nenhuma ideia conclusiva. Ele praticamente não tinha me mostrado nada de sua personalidade, era sempre educado e comedido em suas ações, raramente o via sem máscara, e eu ainda não sabia nada da sua vida real.

A SUV estacionou em minha frente pontualmente às 16:05, tirando-me dos meus pensamentos. Desta vez escolhi roupas mais confortáveis para aguentar a rotina desconhecida que me esperava pelas próximas horas. O short-saia era mais leve e como o verão se aproximava o calor também já começava a incomodar, prendi parte do cabelo em um rabo de cavalo alto e ajustei meus óculos de leitura.

Peguei a maçaneta cuidadosamente, mas a porta já estava aberta, apenas a desloquei, me certificando de quem estaria no banco do motorista. Lá estava ele, uma mão no volante e a outra na marcha, a camisa de linho e calça das mesmas cores das minhas fizeram-me dar um sorriso desdenhoso de canto de boca. Ele me observou por alguns minutos encarando minha roupa.

— Oi! - eu disse antes que ele pudesse cobrar alguma coisa. — Como o idol está hoje?

— Estou bem e você? - perguntou, fazendo sinal para eu colocar o cinto.

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Respondi com a cabeça positivamente, notei que o som do carro estava ligado pela primeira vez desde que nos conhecemos, a música era uma velha conhecida minha: Frank Sinatra.

— Você gosta? - ele perguntou ao me notar curiosa.

— Eu achei que voce só ouvia pop. - fui sincera.

— Você não sabe nada sobre mim, não é mesmo? - apesar da inquisição não parecia frustrado.

— Não... eu realmente não me interesso por nada do mundo pop.

— E você não pesquisou nada... nem na internet?

A internet era minha maior inimiga, eu tinha passado a infância em um país controlador, filha de um militar norte-coreano e aprendido a não depender nem materialmente e nem emocionalmente de nada ou de alguém, propositadamente eu só a usava quando não tinha outro recurso, preferia mil vezes ler. Fiz sinal de negativo com a cabeça e ele pareceu satisfeito.

— Então continua assim, eu tenho ainda mais chances de te convencer, se você não ler as bobagens que escrevem sobre todos nós. Olha, aquele ali sou eu. - Taehyung apontou para um outdoor digital da Vogue Korea que passava sobre nossas cabeças.

Hegemony • Taehyung [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora