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— Meu Deus, quantos convites, o que é isso tudo? - minha mesa na ONG tinha presentes, convites de todas as cores, para festas, editoriais, sessões de fotos, uma caixa da AMI gigante tinha uma coleção de moletons do outono e um buquê de rosas em agradecimento pela campanha.
— Olha quem voltou... - a essa altura eu não sabia, mas precisava muito ouvir sua voz.
Soltei a mochila e alguns dos convites no chão, bagunçando a sala, o administrador me deu um olhar de reprovação enquanto eu atravessava o caos para a abraçá-lo. Woo-shik estava perfeitamente arrumado em uma roupa leve e fresca de verão, usava tênis, bermuda e uma camiseta amarela, seu cheiro me deu paz e conforto e ele balançou os braços, confuso.
— O quê aconteceu com ela? Ela nunca me abraçou desse jeito.
— Você acha que eu sei? Ela acabou de chegar e já está assim. - o administrador o respondeu deixando a sala por trás de nós.
Mesmo confuso seus braços me envolveram de maneira agradável, ele acariciou minhas costas e aceitou sem resistir ao meu rosto desaparecer em seu peito definido. Em outros momentos, eu procuraria Yun-Hee para aquele tipo de contato, mas ela provavelmente ficaria furiosa por saber que eu tinha tanto envolvimento com um idol outrora desconhecido.
— Alyss, o que houve, baby girl? - nos desfizemos do abraço, mas ele continuou segurando minha mão esquerda.
— Eu senti sua falta... - eu sabia que ele não ia acreditar em meias verdades, dias atrás eu mal queria que ele me encontrasse na ONG.
— Hum... ele não fez nada com você fez? - o jeito que ele falou pareceu perigoso e a imagem da garota nas fotos invadiu minha mente.
— Não... e em breve isso tudo vai acabar. - eu tentava mais me convencer que tudo estava bem do que a ele.
— Eu não vou deixar você. Eu disse pra ele que nós dois temos uma relação diferente da de vocês dois. - ele se aproximou mas eu soltei sua mão e dei um passo para trás.
— O quê você disse pra ele? - agora minha mente focava em outro problema.
— Eu contei como nos conhecemos e todo o resto...
— Nosso beijo no jardim...
Woo-shik sorriu da minha preocupação boba, ele voltou a se aproximar mas pediu apenas a minha mão, como se provasse que tudo estava bem e que eu estava segura ao seu lado, eu a peguei novamente enquanto ele me respondia.
— Não, eu achei que se você quisesse você que deveria contar... o beijo é algo seu, eu o dei pra você.
Ele me fez sorrir infantilmente, aquele jeito de sempre ser um galã brega de livros de romance ou dos doramas em que trabalhava era clichê mas caía perfeitamente bem nele. Em seguida inclinou a cabeça de lado também sorrindo de volta, e eu o abracei mais uma vez.
— Você continua sem atender seu telefone... precisei vim aqui pra dizer que vou viajar hoje à noite. - ele me balançava no abraço como uma criança. — Quando eu voltar vamos analisar esses convites... se você começar aceitar eles, sua vida pode mudar.
De repente tudo que eu queria era ir com ele na viagem, desaparecer também. Em uma simples aposta boba minha vida tinha mudado de todas as maneiras, eu questionava minhas escolhas, meus relacionamentos e até minha carreira profissional. Ele se despediu em seguida, me deixando sozinha na sala com convites em todos os cantos.
⌔
⌔ ⌔
⌔ ⌔ ⌔
⌔ ㊕ ⌔ Horas depois:
— Merda... merda! Ele vai me matar... - eu xingava o ar fazendo todo o percurso até a segunda casa de Taehyung.Ainda bem que o prédio era em downtown e tinha uma estação de metrô bem próxima, no relógio eram quase sete da noite quando passei pela catraca em direção às escadas. O centro estava movimentado de carros, pessoas, vendedores ambulantes, parecia um caos. Eu tinha voltado todo o percurso para buscar o celular roxo no apartamento escondido do idol. O problema é que eu só tinha me dado conta que o deixei em cima do balcão da cozinha quando já estava dentro de casa, no bairro dos refugiados. Subi as escadas correndo, como ele teria compromisso e só eu sabia do seu apartamento, não teria problema, pegaria o celular e depois avisaria que estive lá.
Por quê eu sou tão destabanada?
Digitei a senha na porta e a luz da antessala se acendeu, eu nem troquei os sapatos, o celular reluzia como uma joia bem em cima do balcão, fui correndo até ele, me mal dizendo mentalmente por ser tão imprudente e esquecida o tempo todo, não era possível que isso fosse normal. Quando já me dirigia a saída, ouvi uma voz suave vim de um dos quartos. Parecia quase um sussurro, minha nuca se arrepiou da pior maneira que poderia: despertando minha curiosidade.
Ah, que ódio ser curiosa.
Dei meia volta e segui, a porta entre aberta era ainda mais convidativa, quem quer que estivesse ali não se importava, estava seguro, estava protegido. Uma luz vermelha refletiu direto em meu rosto quando me aproximei e meus olhos paralisados não acreditavam no que eu via, meu corpo, ao contrário, parecia deleitar-se e levou-me para dentro do quarto inebriado em vermelho e preto, escancarando a porta.
— Mestre... - a garota coreana amarrada e vendada na cama sussurrou chamando a atenção dele.
O lugar era totalmente incipiente para mim, uma grande cama com quatro colunas de madeira estava à esquerda, o lençol preto de seda pura brilhava no chão e por baixo da garota nua, amarrada na cama. O quarto tinha um tapete de veludo por todo o comprimento e muitas, muitas coisas penduradas no teto que eu não podia nem numerar e muito menos nomear.
Já ele era uma pessoa que eu nunca tinha visto, o cabelo molhado todo para trás, uma máscara de vinil que cobria tanto seu rosto quanto seu pescoço, deixando apenas suas extremidades aparentes. A calça apertada que dava um vislumbre perfeito e preciso do seu corpo inteiro, ele estava sem camisa mas usava um suspensório também de vinil que tinha vários acessórios e não satisfeito suas duas mãos estavam presas, cada uma em uma corrente diferente, bem na altura dos seus pulsos, bem nas marcas arroxeadas que ele tinha de maneira recorrente. Os olhos suaves e doces de Daegu eram agora perigosos e certeiros, mas era ele, eu sabia que era ele, eu sentia ele ali.
— Alyss... - ele dizer meu nome só engatilhou meu medo.
Eu dei as costas ao que quer que estivesse acontecendo e corri, como eu corri dele na primeira vez que ele me deixou na universidade e como corri da minha antiga vida na Coreia do Norte, eu desci as escadas em questão de segundos e não via nada além do que a mesma cena repetidamente, ele acorrentado e a garota nua em sua cama. Os nomes na pasta, a outra garota presa na imigração, nada fazia sentido, e mais que isso nosso beijo também não fazia mais sentido. A multidão se aglomerava na calçada enquanto eu corria até a entrada do metrô, eu sabia que ele viria atrás de mim o quanto antes eu saísse dali, com mais clareza eu conseguiria pensar. Cruzei a rua em direção à outra saída, ainda correndo, era impossível ele me achar naquela multidão.
Eu não tinha ideia de quem ele --
ꕀㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ꕀ
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Hegemony • Taehyung [+18]
Fanfic┄ ♡ um dominador fora de série e uma virgem inconsequente, perfeição. 🕊 Rankings: - 3° lugar: Army - 13.12.2023; - 1° lugar: Taehyung - 24.01.2024; ┄ Sinopse: Taehyung sofre uma grande decepção pessoal quando encontra Alyss pela primeira ve...