Hegemony • Taehyung [+18]

De volta para casa

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— Desculpa... desculpa ter me aproximado dele sem pedir para você. - falei, e ele arrumava a cama toda de novo pacientemente.

— O problema... ah.. eu ia deixar pra fazer isso amanhã.

— Isso o quê? - eu estava tão confusa com tudo, era primeira vez que eu passava por algo assim.

— O problema Alyss... é você ter mentido pra mim, você disse de propósito que tinha ido à uma festa da ONG. Ele me procurou ontem, inclusive não me deixou dormir, me contou da campanha, da festa, de como você cuidou dele e por isso perdeu a viagem... - nós deitamos na cama, de frente um para o outro.

Taehyung me olhava decepcionado mais uma vez e mais uma vez eu sentia meu coração se partir com aquele olhar, aquela sensação de frustração era tão característica que eu não sabia muito bem como lidar, primeiro com Yun, depois com Choi e sempre com ele.

— Eu não quis estragar a viagem de novo, então achei melhor inventar qualquer coisa, mas me desculpe por isso também. - fui sincera.

— Ele tem razão... você não sabe nada do mundo mesmo, ah, não me interrompa. - seu dedo indicador longo e quente tocou meus lábios, me impedindo de falar. — Mas eu gosto de ensinar você e te mostrar como as coisas são. - me corrigiu satisfeito.

— Eu já sei que não sei nada do mundo, blá, blá... vocês dois adoram dizer isso... - reclamei mesmo estando errada.

— Rum, vamos dormir. - falou e apagou as luzes mais uma vez, nos deixando no total escuro.

— Vocês fizeram um acordo? - insisti segundos depois.

— Sim, eu protejo você quando estivermos juntos e ele faz o mesmo. - sorri para o nada da bobagem dos dois. 

Eu não precisava de proteção, mas não questionei, ele estava mesmo cansado e eu também.

— Ah, merda... não consigo dormir, muita adrenalina... - ele falou depois de um tempo no escuro, eu já estava sonolenta mas ainda pensativa.

— Você precisa acalmar um pouco suas terminações nervosas... - usei o termo técnico da psicologia e ele sorriu alto.

— Preciso de um cigarro.

— Vira pra mim... - procurei seu rosto no escuro, mas quase enfiei a mão no seu nariz.

— Ai! Você é muito desastrada... ai! - dei um leve tapa na sua testa pela reclamação e virei seu rosto na minha posição, sem ele me olhar era mais fácil não obedecê-lo.

— Minha avó fazia isso quando eu estava inquieta no campo de refugiados. - vagas lembranças de momentos felizes encheram meu coração naquele momento.

Fiz um carinho em sua testa com o dedo indicador, apenas o posicionando no centro, depois senti cada extremidade do seu rosto, voltando ao centro no final, sua pele macia arrepiava-se com o meu toque mas ele se calou. Pude perceber que fechou os olhos e a respiração era quase imperceptível, repeti o movimento até adormecer também.