⚡87┇A Marca.

677 58 57
                                    

"A dor pode desaparecer, mas
as cicatrizes servem como
lembrete do sofrimento."

✦ ──  A Marca  ──  ✦ 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

✦ ──  A Marca  ──  ✦ 

Harry sentiu o cheiro de sal e o barulho das ondas; uma brisa leve e gelada despenteou (mais) seus cabelos quando ele se virou para contemplar o mar enluarado e o céu de estrelas. Estava parado no alto de uma rocha escura, sob a qual a água espumava e se revoltava. Ele olhou por cima do ombro. Às suas costas, erguia-se um penhasco, escarpado, negro e indistinto. Algumas rochas, como aquela em que Harry e Dumbledore se achavam, pareciam ter se destacado da face do penhasco em algum momento do passado. Era uma paisagem desolada e agreste; a monotonia do mar e da rocha, sem árvore, sem nada a interrompê-la, até agora.

— Que é que você acha? — perguntou Dumbledore. Era como se estivesse pedindo a opinião de Harry sobre um bom lugar para um piquenique.

— Eles traziam os garotos do orfanato para cá? — perguntou Harry, que não conseguia imaginar um local menos convidativo para um passeio.

— Não era bem para cá. Há uma aldeiazinha a meio caminho dos rochedos às nossas costas. Acredito que traziam os órfãos para tomar um pouco de ar e ver as ondas. Não, acho que apenas Tom Riddle e suas jovens vítimas algum dia visitaram este lugar. Trouxas não poderiam chegar aqui, a não ser que fossem alpinistas excepcionais, e barcos não podem se aproximar das pedras; as águas ao redor são muito perigosas. Imagino que Riddle tenha descido; a magia teria sido mais útil do que as cordas. E trouxe com ele duas crianças pequenas, provavelmente pelo prazer de aterrorizá-las. Acho que só a viagem em si teria bastado, não?

Harry tornou a erguer os olhos para o penhasco e sentiu arrepios na espinha.

— Mas o destino final de Tom, e o nosso, fica um pouco mais adiante. Vamos.

Harry seguiu Dumbledore na descida pelas rochas, ambos lentos e cuidadosos, um pelo enfraquecimento causado pela mão, e o outro pela água que se derramava em seus pés e fazia as rochas ficarem escorregadias.

— Lumos — o diretor murmurou e vários pontinhos brilhantes acenderam ao longo do mar e da parede da caverna. — Está vendo? — perguntou em voz baixa, erguendo um pouco mais a varinha. Harry viu uma fissura no penhasco onde a água escura remoinhava. — Você não se importa de se molhar um pouco?

— Não.

— Então, tire a sua Capa da Invisibilidade, não é necessária agora, e vamos dar um mergulho.

E, com a súbita agilidade de um homem mais jovem, Dumbledore escorregou pela pedra, caiu no mar e começou a nadar de peito, com movimentos perfeitos, em direção à fenda na face do penhasco, a varinha acesa presa entre os dentes. Harry tirou a capa, enfiou-a no bolso e acompanhou-o.

E se os Potter voltassem à vida? [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora