CAP 23: Buquê De Flores

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AARON WHITLOCK

— Eu espero que vocês tenham uma boa explicação para tamanha agressão — O diretor disse alternando o olhar entre nós. — O que aconteceu, exatamente?

— Ela me agrediu — Respondi sério.

Tudo bem que eu a provoquei primeiro, mas desse detalhe ele não precisa saber.

— Disso nós sabemos, Aaron, mas por quê?

— Por que ele provocou. — Anna Liz disse.

— Meus jovens, as coisas não se resolvem a base de agressão, resolveu alguma coisa você ter agredido o seu colega, Anna Liz?

— Adiantou.

— E o que isso te trouxe de bom?

— O prazer de quase ter quebrado o nariz dele. Não está vendo o gelo que ele está segurando no rosto?

Nesse momento alguém bateu à porta e disse algo que não entendi direito e o diretor teve que sair.

— Já volto, por favor comportem-se crianças.

— Você sabe que você só conseguiu essa proeza por que eu deixei, certo?

Eu não encostaria um dedo nela sem que ela deixasse. Por isso eu apanhei dela. Até que cansei de apanhar e comecei a tentar pará-la.

E esse vai ser o motivo de eu ser zoado pelo restante do ano, minha irmã vai rir de mim para sempre por ter apanhado de mulher.

Como eu odeio a Valentina agora.

—  Continue dizendo isso a si mesmo e em algum momento você acreditará em sua própria mentira.

— Acho que nunca odiei alguém como te odeio agora.

— Me sinto lisonjeada, não sabia que tinha um papel tão importante na sua vida.

— Claro, afinal você nunca passa batido, tem sempre que chamar a atenção de todos ao seu redor. Você se acha a última bolacha do pacote, não é mesmo?

— Eu realmente não me acho a última bolacha do pacote, mas parece que eu sou a última bolacha do seu pacote, Aaron. Já que ultimamente você vem me dedicando mais atenção do que o normal.

— Eu estou lhe dedicando mais atenção do que o normal? Você achou mesmo que não notei que você fica me observando durante as aulas após você voltar do intercâmbio? E esses olhares estão se intensificando ao decorrer dos dias? Você é mesmo uma tola.

— O mundo não gira ao seu redor, Aaron, deixe de ser tão egocêntrico.

— Não é egocentrismo se eu realmente for incrível, Valentina.  — Falei e ela começou a rir.

— Desculpa, é que você realmente tem um ego muito alto. Tô começando a achar que esse esse ego todo é pra substituir algo. — Ela olha rapidamente sem disfarçar para o meu pau.

— Se você quiser eu posso te mostrar, aí você tira suas próprias conclusões — pisquei para ela com um sorriso no rosto.

Antes que ela pudesse responder, o diretor retornou a sala nos dando um sermão e logo liberando a gente.

Mas a cara dela foi impagável.

Entramos na sala e Arthur, Alex e Igor estavam tentando ficar sérios enquanto nós observavam passar, até que eles não aguentaram mais e começaram a rir.

Palhaços.

Olhei para o professor e ele segurava o riso também.

— Ai gente, eu não aguento vocês não. Tenho duas noticias para vocês dois, uma boa e outra ruim, qual vocês querem primeiro?

Meu vizinho é meu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora