Fiquei em total choque depois do que Aaron falou, senti um frio na barriga e procurei uma resposta a dar mas acabei gaguejando.
Ele me deixou completamente desconcertada.
— Gaguejou perdeu o argumento. — Aaron disse se aproximando de mim.
— Não perdi o argumento não, você só me deixou coisada.
— Te deixei "coisada"? — Ele pergunta tentando entender.
— Sim, deu pane no meu sistema, me desconfigurou, acho que você entendeu. — Falei e ele se aproximava ainda mais.
— Hm, mas você ainda não me respondeu. — Ele disse com seu olhar fixo em minha boca.
Um desejo em mim despertou com Aaron tão próximo, eu quero muito ele e não tenho como negar.
Devido a sua aproximação constante eu acabei chegando à minha cama e como não havia mais como andar para trás eu me sentei tendo que olhar para cima.
Ele sorriu com a visão que tinha de mim e eu sorri também sabendo que tipo de pensamento pervertido ele teve.
Ele realmente não presta, mas eu também não, então acho que isso nos faz dignos um do outro.
Ele deslizou seus dedos carinhosamente sobre meu rosto observando cada detalhe, ele se inclinou sobre mim, fazendo com que eu me deitasse e ele ficasse acima de mim.
O metal gelado de sua correntinha bateu contra meu rosto, mas eu não me importei muito, pois meu olhar estava fixado no de Aaron.
Eu efetivamente gostaria de ser a sobremesa dele. Mas isso eu não vou admitir para ele.
Desde quando nossa relação de ódio se transformou em tensão sexual em 80% do tempo? E como eu deixei que isso fosse acontecer?
— É impressão minha ou estamos formando uma reação exotérmica? — Perguntei.
— Quer gastar ATP? — justo quando eu tinha uma resposta fui interrompida.
Ouvimos uma tosse e olhamos ao mesmo tempo para a porta encontrando tia Sônia com a cara fechada para a gente e braços cruzados.
— É para vocês virem almoçar. — Ela disse saíndo.
— Mas essa sua tia não dá trégua, hein? — Aaron falou.
— Ela é extremamente insuportável, você ainda vai perceber que ela consegue ser ainda pior.
Ele saiu de cima de mim e me estendeu a mão para eu me levantar. Desde quando ele é educado comigo?
Olhei meu reflexo no espelho e ajeitei meu cabelo escondendo direito o chupao que Aaron havia deixado no meu pescoço.
— Mas você realmente é muito narcisista. — Aaron falou e percebi que ele se referia ao fato que minha cama é enfrente a um espelho.
— Não é narcisismo, é amor próprio. Se eu não gostar de mim mesma ninguém irá fazer isso por mim. — Falei e sai do quarto com Aaron logo atrás.
Após o almoço meu irmão foi ajudar a arrumar a cozinha e a tia Sônia ficou o olhando torto e julgando o coitado.
Para minha tristeza Madu ficou apenas para filar a boia e depois meteu o pé, me deixando com a companhia arrogante de Aaron.
Após o almoço Gabriel, Aaron e eu fomos para sala, Aaron se jogou em um sofá, meu irmão no outro e eu me deitei no tapete e joguei minhas pernas para cima do sofá, ou melhor, em Aaron.
Logo meus amigos inventaram uma chamada de vídeo, eu atendi e apoiei meu celular na mesinha de centro.
— Boa tarde, companheiros apocalípticos, onde é a boa de hoje? — Arthur falou assim que atendi.
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Meu vizinho é meu inimigo
RomanceAnna Liz, uma jovem que persegue desde a infância um desejo: um intercâmbio para LosAngeles. Com sua melhor amiga ao seu lado, a promessa de uma aventura repleta de descobertas se materializa. Contudo, na trama complexa da vida, um elemento inespera...