CAP 64: Como se fosse a primeira vez.

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Me olho no espelho, limpando um pequeno borrado do meu batom vermelho preferido, quando termino guardo meu batom na minha pequena bolsa de mão, me afasto um pouco no espelho avaliando meu look, estou vestindo um vestido preto com uma única alça composta por duas correntes prateadas que contornam graciosamente meu corpo, evidenciando minha cintura, gosto desse vestido por que além de realçar minha cintura ele realça minha bunda. Nos meus pés tenho um Saint Lourent no modelo Kayla patent pumps, uso uma pulseira delicada no pulso esquerdo que combinam com meu vestido e os brincos que estou usando, meu cabelo está solto, minha maquiagem está razoável.

Para completar passo meu perfume preferido, e finalmente me sinto pronta. Bom, pra quem não estava muito afim de ir estou arrumadinha, até.

Sai trancando meu apartamento e bati no apartamento de Madu, a mesma abrindo a porta quase imediatamente encarando o celular.

— Pra quem não estava afim de sair. — Ela falou me olhando dos pés a cabeça.

— Você também não está nada mal. — Falei com falso deboche vendo que ela vestia um vestido vermelho e um salto igual ao meu nos pés, o que não foi surpresa para mim.

Já me acostumei a sairmos parecidas ou com pelo menos um acessório ou peça de roupa igual, a gente sempre acaba saindo igual mesmo sem combinar.

Comecei a andar na frente enquanto girava as chaves do meu carro no meu indicador, entramos no elevador e assim que a porta se fechou senti um tapa na minha bunda.

— Tarada! — Falei enquanto ela olhava para o lado disfarçando o sorriso bancando a sonsa.

Saímos do elevador, nossos saltos sendo o único som presente, eu ainda andava girando minhas chaves e na minha outra mão minha bolsa, então um sorriso inevitável surgiu em meu rosto.

Eu e minha melhor companheira saindo para uma festa ela no seu carro e eu no meu carro lindo, maravilhoso, com roupas caras, se isso é um sonho eu não quero ser acordada.

— Antes da gente chegar, devo te dar um aviso.

— Qual?— Então ela resmungou algo que não entendi. — Fala português.

— Aaron vai estar lá. — Ela falou de forma rápida, parei por um segundo processando a informação.

— Até amanhã. — Falei me virando pronta para voltar para meu apartamento, mas ela me impediu.

— Ah, qual é Aly! Você está a semanas entocada naquele seu apartamento sem sair pra canto nenhum.

— Eu fui na casa dos meus pais anteontem.

— Não conta, olha, me escuta, você vai sair e vai se divertir, beijar na boca e o caralho todo, estamos entendidas? Trabalhamos feito duas loucas, precisamos de no mínimo algumas horas para um pouco de diversão.

Revirei os olhos, mas concordando. Então entrei no meu carro, vendo ela entrar na sua Mercedes.

Então saímos da garagem, cerca de dois minutos depois parei no sinal vermelho, vendo a Mercedes preta parando lentamente ao meu lado, ela abaixou os vidros mais escuros do que era permitido pela lei, me olhando com uma sobrancelha arqueada quase como em uma pergunta, uma pergunta que eu conhecia bem.

Vamos apostar uma corrida. Muito adultas, eu sei.

O trânsito noturno era inesperadamente leve, e as ruas da cidade estavam tranquilas, o que nos permitia correr.

Nossos olhares se encontraram e, em um instante, o sinal ficou verde. Sem dizer uma palavra, pisamos fundo no acelerador, os motores rugindo em perfeita sincronia. As luzes da cidade se tornaram raios de luz borrados enquanto rasgávamos o asfalto. A corrida estava intensa, curva após curva, ultrapassagem após ultrapassagem. Nós conhecíamos cada centímetro daquelas ruas.

Meu vizinho é meu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora