Meu vizinho é meu inimigo

CAP 55: Duas fodidas

Espera… como assim meu romance?

O Aaron tem outra? E me tratando como se eu fosse sua namorada? Como assim?

Logo trato de disfarçar o que eu vi, deixando para processar a informação quando eu estiver sozinha.

Me despedi do pessoal, e pouco antes de ir, Aaron me puxou atrás da pilastra de minha casa e me beijou, eu o beijei de volta, aproveitando cada segundo, desejando que não acabasse, por que lá no fundo eu sei que eu sempre irei querer mais do seu beijo, mas esse era nosso último, apesar de tentar não pensar muito na mensagem eu estava desacreditada e me sentindo como se eu fosse sua amante ou algo do tipo.

Assim que ele foi embora tomei um banho e me tranquei no meu quarto para poder ficar sozinha e poder pensar.

A confusão invade minha mente, e eu nem sequer sei por que estou tão abalada. Mas por que me sinto traída novamente? Eu quero chorar, eu quero surtar, fazer um escândalo ou qualquer coisa do tipo, mas estou paralisada sentada em minha cama.

Ele me tratou tão bem o dia todo, e por algumas horas quis acreditar que ele gostava de mim, mesmo dizendo para mim mesma que não. Mas por que estou decepcionada, se eu disse para mim mesma que não tinha nenhum sentimento amoroso por ele?

Por que as coisas para mim tem que ser tão confusas?

Eu me sinto como se estivesse voltando no tempo, no dia em que desmaiei em minha apresentação, acordando em uma cama de hospital com a noticia que de que eu era uma corna mansa. Apesar de uma coisa não ter nada haver com outra o sentimento de traição são bem similares.

Pego meu celular ao meu lado e inicio uma chamada de vídeo para Madu.

— Tem um tempo? — Pergunto assim que ela atende, uma lágrima escorrendo do meu olho direito.

— O que aconteceu?

— Você estava certa. — Madu parecia não entender. — Sabe, eu acho que tem uma pequena porcentagem de chance de eu realmente gostar de Aaron.

— E o que aconteceu para você perceber o que já estava estampado na sua cara?

— Ele tem outra. — Falei e a expressão de Madu passou para chocada. — Mas é homem, né? A maioria não presta mesmo. — Falei e mais uma lágrima escorreu.

Espero que esteja de TPM, assim tenho uma desculpa plausível para esse choro idiota.

Observo minha amiga ela está deitada em sua cama, seu olho está levemente avermelhado.

— Você está bem? — pergunto e ela mexe a cabeça em sinal negativo. — E eu te enchendo com meus problemas fúteis, quer sair daí?

— Não são fúteis, tá bom? — Ela não responde minha pergunta, mas sei que sua resposta é um sim.

— Chego aí em quinze minutos. — Falo.

Mandei uma mensagem para o meu pai avisando que peguei seu carro e fui em direção a casa de Madu, ela já me esperava na calçada. Ela entrou no carro, e sai dirigindo, sem uma direção certa. Já se passam da meia noite, meu pai deve estar dormindo, mas o importante é que avisei.

— Briguei com Alex mais cedo. — Madu fala pela primeira vez depois que entrou no carro.

— Imaginei que isso poderia acontecer. Você estava um pouco bêbada.

— Ele disse que quer me namorar.

— Isso é bom. — Respondo.

— Mas ele disse que primeiro eu tenho que aprender a me amar.

— Então ele só quer que você se ame primeiro antes de amar ele, para que você se coloque sempre em primeiro lugar.

— Você acha?

— Sim. Você tem que parar de sempre bancar a durona, sem sentimentos.

— Você faz a mesma coisa.

— É diferente. — Falo, mesmo sabendo que não. — E você acha mesmo que não notei que nas últimas semanas você está meio triste? Até parou de postar seus vídeos.

— São meus pais, eu não aguento mais.

— Mas no ano que vem você vai sair da sua casa, não é?

— Vou, já tenho uma graninha guardada, só vou esperar a formatura, o ano já está acabando, aí eu me mudo e dou um rumo para minha vida.

— Se lembre que você não pode ficar longe de mim, ok?

— ok. — Ela me olhou e meus olhos se encheram de lágrimas, eu amo essa garota. — Nem se eu quisesse eu ficaria longe de você.

— Eu sou sua fã número um, Eduarda.

— Isso é um eu te amo?

— Talvez.

— E o que aconteceu entre você e Aaron? Brigaram ou que?

— Pouco antes dele ir embora eu vi uma mensagem de uma garota no celular dele, e pensa em uma garota bonita, toda padrãozinha, parecia que saiu do pinterest.

— E o que ela mandou?

— "e aí meu romance?" Para uma garota mandar uma mensagem assim tem que ter intimidade.

— Só.

— Você ainda fala só? O contato dela estava salvo com um coração e um ponto.

— Nossa e eu jurava que ele gostava de você. Desculpa, pela primeira vez eu errei feio. Mas você quer que eu descubra que é? Posso tocar um tijolo nela para que ela se afaste do seu homem.

— Ele não é meu homem, nunca foi e nunca será, e ainda bem que o ano já está acabando por que pretendo ignorar o Aaron pelo resto da minha vida.

— Você sabe que fingir que as pessoas não existem não resolve seus problemas, né?

— Funcionou com o Ryan. Mas de qualquer forma, eu comecei a me sentir como se fosse única na vida dele. Eu não quero estar na vida de alguém que é meu e se divide com as outras, eu quero ser única e primeira escolha de alguém, estou cansada de ser deixada como última escolha.

— Mas isso é algo difícil nos dias atuais, pelo jeito a moda agora é não ter respeito pelo próximo.

— O Aaron é solteiro, não tenho nada a haver com quem ele namora ou deixa de namorar, mas poxa me tratar do jeito que ele me tratou hoje sem querer nada sério, achei sacanagem.

— Somos duas fodidas, mesmo.

— Sim, Mas sabe o que devemos fazer? Começar a criar amor próprio e ir atrás dos nossos objetivos. Por que a partir de hoje o meu foco vai ser somente em mim e na minha carreira.

— Eu também! E a gente vai trabalhar feito duas cadelas se for preciso para cada uma ter seu carro para participarmos de rachas no futuro.

CONTINUA...