CAP 63: Valentina

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O olhar de Aaron se encontrou com o meu, em um piscar de olhos ele retirou suas mãos, passando por mim com uma expressão neutra.

Ele realmente está me ignorando? Como assim nenhum comentário me irritando? Por que ele está tão sério? Por que essa indiferença comigo?

Tudo isso por que levou um tapinha na cara? Ele falou demais e recebeu o que mereceu. Playboyzinho mimado!

Se tem alguém que deveria estar agindo com tal indireferença aqui sou eu, se bem que fiz isso por alguns anos consecutivos...

E assim o restante da tarde se passou, cantamos parabéns para Théo, para minha surpresa seu bolo era de chocolate e nada saudável, e em algum momento ele passou a me chamar de tia, o que me fez sentir uma idosa.

Aaron permaneceu me ignorando, até então não tínhamos trocado uma palavra diretamente. Vez ou outra ele me pegava olhando para ele, mas eu não fazia de propósito, eu só me distraia em meus pensamentos e quando me dava por conta estava encarando ele.

Eu estava deitada no colo do meu irmão, quase dormindo enquanto escutava a conversa alheia, eu realmente preciso separar um tempo para colocar meu sono em dia, mal dormi durante toda a semana virando as madrugadas trabalhando.

— Vá para a cama, Aly. — Meu irmão disse mexendo em meu cabelo.

— Não, só estou descansando os olhos. — Resmunguei.

— Você está quase babando na minha perna, Anna.

— Não estou não. — Respondi ainda com os olhos fechados.

Então os braços dele passou pelas minhas pernas e minha cintura, me levantando e me carregando até nosso quarto.

Ele me deixou na minha cama e em seguida fechou as janelas, abrindo a cômoda e pegando uma mantinha para me cobrir após ligar o ar condicionado.

— Quando sair fecha a porta. — Falei me  virando para o canto e praticamente capotando.

Fazia um bom tempo que eu não dormia assim, quando acordei demorei a raciocinar onde eu estava. Me levantei, saindo do quarto e me dando conta de que havia anoitecido.

Não estou vendo o pessoal, cadê meus pais? Laura? Carol?

Então vi dois carros ao longe um atrás do outro. Será que eles me esqueceram aqui?

Ao olhar para o lado vi uma moto esportiva que só poderia pertencer a Aaron.

— Até que enfim acordou, já estava indo te acordar. — Aaron falou, me assustando.

Era a primeira vez que ele falava comigo hoje.

— Cadê todo mundo?

— Já foram, você vai comigo.

— Como assim? Por que?

— Laura passou um pouco mal e como não queriam te acordar, seus pais disponibilizaram levá-la.

Que bando de vagabundos, eu poderia muito bem continuar dormindo no carro.

— E agora eu tenho que ir com você?

E eu nem sequer posso me dar a opção de ficar por que preciso de no mínimo meu notebook para trabalhar.

— Sim, Mas não é por que eu quero, se dependesse de mim você poderia ficar aqui.

— E o que a loira bur-  Laura, tem?

— Ela só estava meio enjoada.

Será que ela está grávida? Se bem que Aaron seria um bom pai.

Meu vizinho é meu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora