CAP 37: Caralho de asas.

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Então ele começou a se aproximar mais dos meus lábios, prestes a me beijar.

Meu Deus, eu não acredito que estou prestes a beijar o Aaron, o garoto que me empurrou no lago, que discutiu comigo por que eu vi sua briga com ex-namorada, que eu quase atropelei propositadamente, que eu xinguei até a sétima geração, o garoto que eu cai na porrada em algumas semanas atrás e agora estamos prestes a nos beijar.

O mundo realmente não gira, ele capota.

- Anna Liz, vamos! - Meu pai grita e começo a ouvir passos no corredor.

Imediatamente empurrei a cadeira de Aaron para longe de mim, fazendo ele bater o cotovelo na parede e gemer de dor.

- Foi mal. - me desculpo e coloco a Silvinha do grau no meu colo novamente.

- Ah, você está aí. Vamos. Tchau Aaron! - Ele diz já saindo depois de observar nós dois.

- Tchau.

- Tchau, Aaron. Espero não te ver tão cedo de novo.

- Digo o mesmo para você. Já estou enjoado da sua cara.

- Pelo menos a gente concorda em alguma coisa. - Falo indo em direção à porta.

- Espera! - Ele diz e eu paro na porta e me viro para ele. - Você vai sair com a galera mais tarde?

- Vou. Por que?

- Ótimo, Sugiro que vá de saia. Agora some da minha casa.

- Ah vá tomar no cu, Aaron. - Falei indo embora.

- Quando você está em um quarto com garoto vê se lembra de fechar a porta, Anna Liz. - Meu pai fala quando estamos no elevador.

- Por que raios eu fecharia a porta se a gente só estava conversando?

- Conversando? - Ele pergunta como se fosse piada. - E sobre o que vocês conversavam?

- Sobre a silvinha do grau.

- Silvinha do grau? - Ele pergunta rachando o bico de rir. -inventa outra, Anna.

- É sério, esse é o nome da gata dele.

Fomos embora para casa e assim que abri a porta me arrependi amargamente de ter voltado para casa.

Minha mãe estava fazendo faxina.

- Ainda dá tempo de voltar, ela não nos viu. - Meu pai fala baixinho.

- Apareceram as margaridas. - Ela quase grita. - Na hora de ajudar todo mundo corre, né? E eu tenho que enfio uma tora no meu cu e tenho que fazer tudo sozinha, se eu reclamar eu sou grossa, eu sou escrota, eu sou isso e aquilo, então eu sou mesmo! eu sou a puta que o pariu e o caralho de asas! Ninguém tem coragem de levantar um dedo nessa casa para me ajudar. Ah, e digo mais! O almoço ainda esta para fazer e eu não vou fazer, não casei e tive filhos para ser a empregada da casa não, enquanto um dos dois faz o almoço o outro vai limpar a parte de cima da casa, e eu quero ver essa casa brilhando hoje, entenderam?

Eu e meu pai concordamos com a cabeça, nessas horas é melhor ficar em silêncio para não estressar a fera ainda mais, ou se não ela fala por mais meia hora sem parar.

- Ótimo! Tira as compras do carro para eu organizar elas no armário, Marcos.

Olho para o meu pai e ele está com a cara de quem tomou no cu de várias formas diferentes e seguro a risada, pois rir só pioraria a situação.

- Que cara é essa, Marcos?

A gente não fez compras de mercado.

Minha mãe respirou fundo e disse:

Meu vizinho é meu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora