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No outro dia fui obrigado a ir à escola, como o esperado. Chegando lá eu fiz de tudo para ignorar Luke, acho que ele também já que não falou nada comigo. Mesmo que eu queira ficar longe dele por um tempo me doeu um pouco ver que ele mudou de lugar na sala só para me evitar.

Eu não estava afim de fazer coisa alguma então resolvi fazer como Luke e dormir na aula, depois eu pegaria a matéria com alguém.

Bateu o sinal do intervalo e eu bufei indo até o pátio, pensando que com certeza Luke iria ficar com Calum e Ashton no refeitório, mas me enganei. Depois de alguns minutos eu vi o loiro andando até minha direção, eu sabia que teria que conversar com ele alguma hora mas não achava e nem queria que fosse tão rápido.

— Oi. — Falou se sentando ao meu lado, eu continuei de cabeça baixa mas respondi:

— Oi.

— Então... Eu acho que a gente precisa conversar.

— Eu acho que não.

— Qual é Michael, eu tô tentando de verdade aqui. Eu só... Queria falar com você sobre ontem, você sabe.

— Você não precisa falar nada comigo, eu já entendi que você me acha um idiota por me apaixonar pelo meu amigo e ainda vai me deixar numa puta friendzone. — Finalmente olhei para ele vendo uma expressão triste em seu rosto.

— Não fala assim, você não é um idiota por gostar de alguém.

— Foi o que o Ashton disse.

— Então. Você quer conversar sobre isso? Você nem me deu tempo de falar ontem.

— Foi mal por isso, eu tava nervoso. — Falei coçando a nuca — E eu acho melhor a gente conversar mais tarde.

— Tudo bem, nós podemos ir pra um lugar depois da aula. Só por favor não fica fugindo de mim, eu odeio ficar longe de você por mais que não tenha sido nem um dia. — Sorriu e eu não resisti a sorrir também, Luke me fazia bem e eu não podia negar.

— Você não tá bravo comigo? — Falei quase inaudível.

— Se eu tô bravo? Tem como ficar bravo com uma pessoa como você? Cara, tirando o Calum eu só tenho você de amigo de verdade aqui, e olha que a gente se conhece só faz alguns meses. — "Amigo de verdade" a dor é ótima — Vem cá, me dá um abraço Mike.

Eu hesitei um pouco mas acabei o abraçando, deitei a cabeça no ombro dele e caramba, como ele é cheiroso, isso não é normal.

Ele não dava sinal nenhum de que queria se afastar mas eu o fiz, antes que eu começasse a pensar demais sobre tudo e voltasse a chorar de novo.

Quando ficamos de frente para o outro, Luke sorriu e acariciou minha bochecha. Cara, falando sério, é assim que ele quer que eu seja seu amigo?

— Você trouxe seu fone? Eu to a fim de ouvir alguma coisa. — Ele perguntou e eu assenti pegando o celular e o fone. Nós passamos o resto do intervalo ouvindo músicas silenciosamente, eu odiava ficar em silêncio, ainda mais com Luke.

Quando voltamos para a aula o loiro não voltou ao seu lugar de costume, que era atrás de mim. Então eu passei as últimas aulas calados, já sentia falta de conversar com ele a todo momento.

Apesar daquele abraço, ainda acho que Luke não está completamente "de boa" com o que aconteceu. Acho que vou arranjar uma desculpa e não conversar com ele hoje, nós podemos fazer isso depois.

No final da aula quando todos haviam saído menos eu e Luke eu o chamei.

— Lembrei que a minha mãe me pediu pra eu acompanhar ela até o... até o mercado, então não vai dar pra gente conversar hoje. — Falei e ele ergueu uma das sobrancelhas.

— Michael você não me engana, mas tudo bem se não quiser conversar hoje. — Ele piscou e saiu andando.

Desci as escadas até o corredor de armários para pegar um dos meus livros, quando cheguei encontrei um garoto, ele era popular na escola por ser valentão mas eu nem fazia questão de lembrar seu nome.

— Hey Clifford! - Falou se aproximando demais me fazendo encostar no armário atrás de mim — Eu vi você e o novato ontem, você tá achando que aqui é o que? Tá pensando que vai ficar por aí pagando de gayzinho e sair ileso?

— Do que você tá falando?

— Não se faz de idiota, eu vi você beijando aquele loiro ontem. Nunca fui com a sua cara mesmo, acho que tá na hora de dar um trato nela. — Ele levantou o punho para me dar um soco mas eu fui mais rápido e o dei uma joelhada no meio das pernas, ele caiu deitado no chão choramingando e praguejando.

— Mas o que? — Virei para o lado vendo Luke correr até nós — O que tá acontecendo?

— Esse cara veio me bater e aí- — Nem terminei de explicar e Lule começou a falar alto:

— Tá achando que pode sair batendo nas pessoas assim? — O loiro deu um chute no garoto que ainda estava no chão e eu o puxei pelo pulso.

— Mas o que está acontecendo aqui? — Outra voz, era a do vice-diretor da escola, ele veio até nós e ajudou o garoto que eu ainda não lembrava o nome a se levantar — Senhor Hemmings o que deu em você para agredir o senhor Lewis dessa forma?

— Esse idiota bateu no Michael!

— Na verdade ele ia bater, mas eu chutei ele bem no- — O vice-diretor me interrompeu, porra, não vão me deixar terminar uma frase?

— Então o senhor agrediu ele também Clifford?

— Eu estava indo até o meu armário e o senhor Lewis aqui — Falei sarcástico — Começou a falar um tanto de merda e levantou a mão pra me bater, mas antes eu chutei ele, foi um gesto de auto-defesa!

— Mas agredi-lo não era necessário. Por isso, vocês três vão ganhar uma advertência e vão trazer ela assinada amanhã. — Sério? É o máximo que ele pode fazer? Eu ganhava essas coisas na sétima série.

— Nós três? — O cara de sobrenome Lewis perguntou.

— Sim, eu vou ligar para seus responsáveis. Me sigam. — Ele saiu andando e nós o obedecemos. Chegamos na diretoria da escola e ficamos esperando ele ligar para nossos pais, depois de um tempo ele nos entregou as advertências e nos liberou.

Minha mãe vai me matar quando eu chegar em casa.

punk boy ✖ mukeWhere stories live. Discover now