epílogo

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se preparem pro clichê hein

x x x

Eu nem acredito que já é véspera de Natal, parece que foi ontem que eu e Luke estávamos comemorando o ano novo na nossa casa.

Nós resolvemos deixar o apartamento, pois queríamos que nossa família tivesse mais espaço.

Sim, família, depois de finalmente nos formarmos na faculdade e conseguirmos um emprego nós decidimos que nossa casa estava muito vazia e calada, precisávamos de algum animo. Ok, para simplificar; nós precisávamos de crianças.

Eu nunca fui de gostar de crianças — menos Melissa, prima do Luke, ela já tem quase dezessete anos, mas eu ainda a trato como se fosse aquela menininha de doze anos atrás.

Mas enfim, eu aprendi a gostar bem mais de crianças quando Luke veio com a ideia de adotar. No começo eu achei que ele estava brincando, mas no dia seguinte já estava até procurando na internet alguns orfanatos.

— Lucy! Vem aqui agora! — Luke grita pela milésima vez e a garotinha de cinco anos apenas ri, correndo pela casa enquanto o loiro de quase dois metros corre atrás dela de forma desengonçada.

Achou que eu estava brincando quando queria colocar o nome da minha filha de Lucy?

Na verdade foi pura coincidência, nós simpatizamos com ela na hora e assim que a garotinha disse seu nome eu não pude ficar mais surpreso.

Apesar do nome ela não tem nada a ver com Luke, sua pele é um pouco morena como a de Calum e seus cabelos pretos são cacheados. Mas eu não me importo de ela não parecer com seus pais, não me importo mesmo.

— Luke para de correr atrás da Lu e vai ver o que o Zack derrubou na cozinha, eu ouvi o barulho daqui. — Grito para que ele possa me ouvir.

— Por que você não me ajuda?

— É o último episódio! — Tento me defender. — Vai logo ver o que ele fez.

— Que tipo de pessoa fica vendo série na véspera do Natal? Ah é mesmo, meu marido de vinte e nove anos nas costas. — Ele bufa e coloca Lucy em meu colo. — Olha ela e pelo amor que você tem a mim, não deixa ela ir pra árvore.

O Zack é um amor, mas ao mesmo tempo é uma benção. Ele não consegue fazer nada sem fazer uma baguncinha básica.

Eu sei que ele tem três anos, mas é incrível, não tem um dia que o chão dessa casa consegue ficar completamente limpo, pois ele sempre faz questão de derrubar alguma coisa.

Foi assim no dia em que fomos ver ele pela primeira vez também, no começo desse ano, ele deixou leite quente derramar na camisa de Luke — eu me lembro bem desse dia, ele chamou o loiro de mamãe, foi engraçado e até fofinho.

Na verdade até hoje ele chama o Luke de mamãe apesar de sua barba e suas tatuagens e piercings.

— O que você tá vendo papai? — Lucy pergunta, ficando na minha frente.

— Uma série.

— E por que você não tá junto com o papai Luke como você sempre fica?

— Porque eu tô ocupado vendo TV enquanto ele tá ocupado cozinhando pra hoje à noite. — Explico pacientemente, pois está nos comerciais.

— O que tem hoje à noite? — Ela inclina a cabeça para o lado em confusão e eu tenho vontade de apertar suas bochechas.

— Nossos amigos e nossa família vão vir aqui pra comer a comida do papai Luke e dar presentes de Natal pra vocês.

punk boy ✖ mukeWhere stories live. Discover now