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— Vocês se beijaram? — perguntou Ashton.

— O que? Claro que não!

Eu havia falado com Ashton sobre o dia na casa de Luke e tudo o que ele fazia era dizer coisas como "Ai meu Deus vocês vão acabar namorando" "Será que ele não vê que tem que te pedir em namoro logo?" Acho que vou parar de contar as coisas pra ele.

— Cara o Luke é um otário, só sendo cego pra não ver que você tá caidinho por ele.

— Tá tão óbvio assim?

— Claro né Michael, no intervalo quando a gente tá no refeitório as vezes eu fico observando vocês dois. Enquanto ele tá falando você tá lá olhando pra ele com aquele brilho apaixonado nos olhos e quase babando.

— Cala a boca que eu não fico assim. — dei um empurrão de leve nele.

— Você precisa ver, aí quando o Luke acaba de falar você fica tipo "o que?" por que passou o tempo todo olhando pra boca dele e não prestou atenção.

— Eu preciso disfarçar mais. — sussurrei.

— Eu sabia! Tá muito na cara que você tá afim dele, só ele não percebeu ainda. — praticamente gritou a primeira parte.

— E o que eu faço?

— Faça ele perceber.

— Mas eu não acho que ele vá querer ficar comigo, ele é meu amigo Ashton.

— Cala a boca! Você não me disse que ele é gay? Então, o que custa tentar? Se você não tentar não vai saber se ele quer ou não.

— E se ele não quiser e ficar com raiva de mim? Nós não vamos mais ser amigos e minha única chance de pelo menos me aproximar de Luke Hemmings vai embora.

— Eu já disse, tenta. — Ash disse entrando em sua sala, nem percebi que já tínhamos chegado. Fui até a minha e olhei para o canto encontrando Luke em seu lugar, que por sorte ou não era atrás do meu, não tinha como fugir dele.

— Hey Mike. — cumprimentou e eu dei um sorriso logo desviando o olhar — O que aconteceu?

— Nada. — ele ia responder mas o professor entrou na sala e eu dei graças a Deus.

— Depois a gente conversa.

O professor passou uma atividade só para não ficarmos fazendo nada, estava muito fácil então eu acabei logo.

— Mike, a gente pode conversar agora? — senti Luke cutucar meu ombro, ele tem que parar com isso.

— Não.

— Por que?

— Tem atividade.

— Você já acabou.

— Mas você não. – me virei.

— Você sabe que eu não faço.

— Você não quer passar de ano mesmo né?

— Desde quando você se preocupa com isso? — ele arqueou a sobrancelha.

— Desde que... Desde quando você virou meu amigo.

— Pois é Michael, você é meu amigo, não meu pai pra se preocupar com essas coisas. — depois disso eu me virei e o ignorei o resto da aula.

O que aconteceu aqui? Eu briguei com Luke? Se sim foi por uma causa muito idiota, quem briga por causa de atividade, pelo amor de Deus. Mas de qualquer forma eu vou continuar ignorando ele até ele se desculpar, eu só estava tentando ajudá-lo, ele que estava errado em falar aquilo, certo? Certo.

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Era hora do intervalo e acho que foi a primeira vez naquele ano que não passei no refeitório com os meninos, eu fui até a biblioteca. Não estava com paciência nenhuma pra ler um livro então fiquei apenas sentado lá ouvindo música.

Senti alguém se sentando na cadeira ao meu lado mas ignorei, até ele tirar um dos meus fones.

— Como se atreve? — me virei dando de cara com Luke, que ótimo. – O que você tá fazendo aqui?

— Você tá me ignorando?

— Não.

— Claro que tá, você nunca passa o intervalo na biblioteca, aposto que foi pra me evitar.

— O mundo não gira em torno de você Hemmings.

— Qual é Michael, o que aconteceu? Você tá estranho desde que chegou na sala.

— O que aconteceu é que eu só disse uma coisa pro meu amigo e ele me respondeu mal.

— Isso tudo é só por causa daquilo? Você é a rainha do drama mesmo. — ele disse e eu me virei colocando o fone no ouvido de novo, mas ele tirou — Para de show Mike, foi mal, tá bom?

— Você não sabe pedir desculpas mesmo né?

— Eu disse foi mal.

— Foi mal não é a mesma coisa.

— Me desculpa por ter dito aquela coisa lá, tá bom assim?

— Eu só te desculpo porque aquilo foi bem idiota. — ele riu fraco.

— Nós somos muito estranhos. Agora vamos lá embaixo.

— Não, eu quero ficar aqui.

— Então eu fico aqui com você — revirei os olhos — e você vai ter que dividir o fone.

— Além de me infernizar vai pedir pra eu dividir o fone?

— Não parece que eu estou te infernizando.

— Você não acabou de ver o que eu fiz? Eu revirei os olhos, isso significa que você tá me infernizando. — fiz questão de revirar de novo.

— Cala a boca e passa o fone. — bufei derrotado e entreguei um dos fones para ele.

No final do intervalo nós voltamos para a sala e voltamos a conversar como se nada tivesse acontecido.

- Dá pros namoradinhos pararem de conversar um segundo? – me virei e vi que a professora estava olhando para nós dois com raiva.

— Foi mal. — Luke disse e quando a senhora se virou ele a mostrou o dedo do meio me fazendo rir.

— Do que o senhor está rindo Clifford? — ela se virou novamente para nós e por sorte o loiro já havia abaixado a mão.

— Nada senhora Roberts, desculpa. — falei e me virei para frente enquanto ela voltava a escrever no quadro.

Mesmo virado de costas para Luke ele continuou conversando comigo o resto da aula e eu fazia de tudo para segurar o riso das coisas que ele dizia.

Eu estava definitivamente apaixonado por Hemmings, mas será que dizer à ele era a coisa certa?

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o michael é tão otário que ele devia ter dito "então se fode aí" na hora que o luke falou aqui mas nããããão ele tinha que ignorar o garoto e começar essa "briguinha" idiota que não durou nem um dia

punk boy ✖ mukeWhere stories live. Discover now