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Depois de sairmos do trabalho resolvi ir para a casa de Luke, já estava virando costume. Jade, a empregada da família, já se acostumou comigo e me trata como se eu fosse daquela casa há anos. Os pais de Luke quase não ficam em casa, mas quando estão eu praticamente não os vejo, mas eles parecem ter se acostumado comigo também.

Eu e Luke estávamos deitados na beira de sua enorme piscina, apenas olhando para o céu.

— Quando eu acordei hoje a Melissa me viu e ficou toda preocupadinha comigo por causa dos chupões que você deixou. Aí ela colocou alguns band-aids da Hello Kitty no meu pescoço porque eu fiquei com dodói. — O loiro falou e eu ri baixo, Melissa é mesmo um amor.

— Por que você não foi pra loja com eles? Eu queria te ver com curativo da Hello Kitty no pescoço.

— Por isso mesmo, você ia rir da minha cara. Mas eu fiquei uma gracinha só pra você saber, tá? — Eu ri mais ainda.

— Não sei por que te achava punk quando você chegou na escola, você é a pessoa mais gay que eu já vi na vida.

— Você me achava punk é?

— Por causa dos seus piercings, só isso.

— Espera só quando eu tiver tatuagens.

— Aposto que vai ficar mais lindo ainda. — Sorri.

— Também acho. — Revirei os olhos por sua "modéstia" — O que você acha que eu posso tatuar primeiro?

— Eu.

— Posso pensar no seu caso. — O loiro riu — Mas sério, o que eu posso fazer?

— Sei lá, faz um tribal nas costas.

— Cala a boca. — Ele bateu em meu braço — Desse jeito eu não vou te tatuar.

— Então tá.

Ficamos calados por um tempo até Luke se pronunciar:

— Eu preciso te dizer uma coisa. — Eu franzi o cenho e me sentei. Luke se sentou de frente para mim com uma expressão triste, o que me preocupou.

Ele segurou minhas duas mãos e olhou no fundo dos meus olhos.

— Michael, pra mim é difícil dizer isso... — Meu coração já estava apertado ao ouvir aquilo, ele iria terminar comigo. Mas o que foi que fizemos de errado? — Você lembra quando eu te disse que os meus pais estavam querendo se mudar pra Nova Iorque? Eles decidiram que vão daqui a algumas semanas, eu não sei quando, mas não vai demorar muito...

— Me diz que você não vai junto, por favor. — Minha voz começou a ficar tremula e eu quis me bater por já estar com vontade de chorar.

— Eu vou sim Mike... Mas não vai ser pra sempre. — Abaixei a cabeça e ele colocou a mão em meu queixo — Eu vou voltar daqui a dois anos amor.

— Dois anos? É muita coisa. — Funguei — Eu não quero me separar de você Luke.

— Eu também não babe, mas você mais ver, vai passar rápido.

— Você vai fazer faculdade lá?

— Eu vou esperar poder voltar pra fazer, porém vou fazer um curso lá antes. Mas não se preocupa com isso, eu vou ficar bem. — Sorriu tristemente.

— O Calum já sabe?

— Eu já contei pra ele, deixei pra contar pra você depois porque ainda estava tomando coragem.

Eu apenas o abracei depois.

Fora o abraço mais apertado que eu já havia dado nele. Comecei a pensar em como seriam esses dois anos sem ele e logo senti as lágrimas caírem.

— Não chora meu amor. — Luke sussurrou.

— Como você quer que eu não chore? Eu não vou te ver por dois anos! — Falei irritado e Luke começou a acariciar meus cabelos, ainda me abraçando — Por que você tem que me deixar logo agora?

— Não fala assim, eu tô me sentindo pior do que eu estava. — Sua voz estava tremula.

— Me desculpa. — Tentei secar uma lágrima.

— Eu te amo muito Michael, muito mesmo. Eu não quero te ver assim, por favor.

— Eu também te amo Luke. — As lágrimas continuavam caindo e minha voz ficava cada vez mais embargada — E é por isso que eu não quero que você vá.

Ele se afastou um pouco do abraço e me beijou. Seus beijos sempre me traziam a melhor sensação possível, mas tudo o que eu sentia era dor.

Logo naquele momento em que estávamos tão apaixonados e apegados com o outro um de nós tem que partir.

Vai ser difícil passar os dias sem ao menos vê-lo, tocá-lo e muito menos sem beijá-lo. Eu precisava de seus beijos, de seus sussurros em meu ouvido, até de suas mordidas. Eu precisava dele ao meu lado. Eu apenas não consigo aceitar que nós vamos nos separar assim, do nada. Eu posso parecer totalmente dependente dele, mas não me importo, ele é importante pra mim.

— Eu te amo eu te amo eu te amo eu te amo... — Falei enquanto minhas mãos estavam em suas bochechas e nossas testas estavam encostadas.

Luke estava com os olhos fechados e a testa franzida, aquilo acabou comigo. Ver meu loiro triste simplesmente acaba comigo de verdade.

— Pensa que eu vou voltar pra você babe, só pensa nisso, eu não quero te ver assim. — Ele disse e abriu os olhos.

O puxei para outro abraço e ele levou as mãos a minha cintura, me colocando em seu colo.

— Você acha que vai estar aqui pro nosso aniversário de um ano? — Perguntei receoso.

— Provavelmente não.

— Mas que droga.

— Eu sei.

Ouvi alguns passos e me afastei de Luke, vendo que Jade estava a alguns metros de nós.

— Eu fiz o jantar, vocês vão querer comer agora? — Ela parecia ter percebido que atrapalhou algo, pois nem nos olhava.

— Daqui a pouco nós vamos, obrigado Jade. — Luke falou baixo, mas ela entendeu e saiu dali entrando na casa novamente — Você quer ir agora?

— Quero sim. — Sequei minhas lágrimas com a barra da minha camisa, suspirei e me levantei.

Tudo o que eu conseguia pensar é que precisava aproveitar cada momento com Luke a partir daquele momento.

punk boy ✖ mukeWhere stories live. Discover now