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Eu havia colocado o relógio para despertar as nove horas da manhã e quase me arrependi totalmente, mas Luke precisava sair antes que minha mãe acordasse e nos sábados ela costuma acordar umas nove e meia.

Antes de acordá-lo, resolvi procurá-la pela casa para não ter perigo de nos encontrarmos com ela em algum cômodo. Por sorte ela não estava em lugar nenhum, pensei que pudesse ter saído para comprar algo.

Voltei para meu quarto e fiquei com tanta dó de acordar Luke que quase me deitei de novo, mas ele precisava ir, por mais que eu não quisesse.

— Amor, acorda. — Falei baixinho em seu ouvido e mexi um pouco seu braço. Repeti o ato e depois de algumas tentativas ele finalmente acordou — Vai colocar sua roupa, você tem que ir.

— Puta merda que dor de cabeça. — Ele grunhiu e esfregou o olho — Porque eu estou no seu quarto?

— Você bebeu todas ontem e eu tive que te trazer, agora anda que a minha mãe pode chegar a qualquer minuto. — Saí do quarto e fui pegar um copo d'água e um analgésico para Luke. Quando voltei ele ainda estava colocando a calça preguiçosamente — Luke eu disse pra andar logo.

— Eu tô com preguiça. — Ele fez biquinho e eu revirei os olhos.

— Toma isso aqui. — O entreguei o copo e o remédio. Depois de tomar ele finalmente decidiu andar rápido.

Logo estávamos na porta da minha casa.

— Valeu por ter me trago aqui babe, se os meus pais me encontrassem daquele jeito ontem eu estaria ferrado. — Ele sorriu e me beijou, logo depois indo embora. Eu realmente não queria que ele fosse, eu queria passar o resto da minha manhã de sábado dormindo abraçado a ele. Mas querer não é poder.

Resolvi que iria dormir mais então caí de cara na cama e senti levemente o perfume de Luke. Ele havia dormido só uma vez aqui, como o perfume dele ficou?

Acabei caindo no sono e acordei novamente as onze e meia da manhã. Me levantei e fui até a cozinha, encontrando meu pai e minha mãe conversando.

Espera, meu pai?

— Pai? — Praticamente gritei, atraindo a atenção dos dois. Ele sorriu, abriu os braços e eu corri para abraçá-lo, fazia tanto tempo. Desde que meus pais se separaram, ele começou a morar em outra cidade, o que nos impedia de nos ver frequentemente. Mas o pior é que seu emprego não o deixa vir aqui muitas vezes por causa dos poucos dias de folga.

— O que o senhor está fazendo aqui? — Perguntei assim que me sentei ao seu lado.

— É bom te ver também, viu Michael?

— Foi mal. É bom te ver de novo pai.

— Eles me deram folga sexta e o final de semana, então eu resolvi vir pra cá.

Depois de ele me contar sobre praticamente tudo e eu fazer o mesmo — pois é, ele me questionou sobre o cabelo e o piercing, mas cara, é o meu pai, é claro que ele gostou — minha mãe teve que citar o que aconteceu ontem sobre a festa.

— Você tem um namorado? — Foi a primeira coisa que ele disse depois de ela contar.

— É, eu tenho sim. — Sorri envergonhado e ele bagunçou meu cabelo como se eu fosse uma criança.

— Isso aí cara, meu filhão! — Ele falou tão animado que eu ri — Como é o nome dele? Ele é bonito?

— Luke, e ele é lindo. — Sorri mais ainda ao me lembrar do loiro.

— Ah meu Deus Karen, olha como ele tá apaixonadinho. — Ele disse animadamente para minha mãe e ela apenas revirou os olhos — Eu quero saber se ele é tudo isso.

— Eu tenho foto dele aqui. — Desbloqueei meu celular e escolhi uma foto de Luke que não estivesse zoada, o entregando.

— Mas que tanto de piercing. Gostei.

— Que bom, porque a mamãe parece ter odiado ele.

— Eu não odeio ele, é só que ele te levou pro caminho errado. — Ela fez aquela voz de mãe, se é que isso existe — O menino fuma, Daryl vê se isso é boa influência pro meu filho?

— Mãe, você disse que ia aprender a gostar dele!

Nosso filho Karen. E se o menino fuma deixa ele, o Michael sabe muito bem que não pode, né filho? — Assenti e ele sorriu. Eu amo meu pai por isso, ele é tão calmo comparado a minha mãe — Eu quero conhecer esse garoto, você pode chamar ele pra vir aqui em casa hoje a noite Mike?

— Tem que ser hoje?

— Tem sim, eu quero te levar pra uma partida de baseball amanhã. Só nós dois. — Daryl ama baseball, e eu fui obrigado a gostar já que é a única coisa que fazemos juntos quando ele vem aqui.

- Tá, eu vou ligar pra ele.

Depois de convencer Luke, eu e meu pai resolvemos passar o resto do dia jogando video game, o que irritou bastante a minha mãe. Mas ela não disse nada além de um "Só não fiquem aí até duas horas da madrugada como antigamente" eu sei que ela não queria estragar aquele momento, depois de tanto tempo sem nos vermos, nós precisávamos de algo como aquilo, por mais simples que fosse.

As oito horas da noite a campainha tocou, eu já sabia que era Luke então fizquestão de atender.

— Hey babe. — Ele me deu um selinho e entrou, sendo recebido por meu pai gritando da sala:

— Então esse é o famoso Luke! — A noite vai ser longa...

punk boy ✖ mukeWhere stories live. Discover now