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Eu vou ver Luke hoje.

Eu estou pensando essa mesma coisa desde a hora em que acordei - 8 horas da manhã, isso tudo por causa da ansiedade.

Passamos esses últimos dois anos nos falando apenas por chamada de vídeo, mensagem e celular, isso é horrível pra qualquer casal. Eu nunca pensei que namoraria a distância, e muito menos que daria certo, mas deu.

A partir do dia que ele me disse que iria voltar um dia antes do nosso aniversário de três anos de namoro eu já comecei a contar os minutos.

Eu havia feito a maior besteira da minha vida quando fui a aquele aeroporto de regata, acho que nunca senti tanto frio na minha vida, sério. Eu estava congelando e não podia fazer nada.

Pior ainda é que o voo de Luke havia atrasado e eu estava esperando lá fazia horas.

Acho que ao todo tomei umas cinco xícaras de café, o que não era nada saudável, mas coloco toda a culpa na ansiedade. Se bem que o café só atrapalhou e me deixou mais ansioso ainda, eu estava praticamente sem unha de tanto roer e meus sapatos estavam praticamente sem sola de tanto eu gastá-los no chão do aeroporto andando de um lado para o outro.

Depois de mais um tempo, Luke finalmente chegou, as pessoas em nossa volta pareciam estar borradas e apenas ele estava nítido. Acho que meu coração nunca bateu tão rápido daquela forma. Demorou um pouco para ele me achar, mas quando me viu abriu aquele seu sorriso maravilhoso, eu quase desmaiei lá mesmo no chão do aeroporto.

Sabe aquelas cenas de filme em que os personagens correm ao encontro do outro e se abraçam depois? Então, por incrível que pareça foi o que aconteceu, só que no caso só eu corri e o idiota continuou andando calmamente.

O abracei o mais forte que podia e ele me abraçou de volta, eu não pude conter as lágrimas e ele começou a rir. Não tô dizendo que é um idiota?

— Do que você tá rindo? — Falei ainda o abraçando.

— Eu não faço a mínima ideia, acho que é porque tô feliz demais em te ver e nem estou acreditando. — Ele colocou a mão em minhas bochechas e eu continuei com os braços envolvidos eu sua cintura. Só agora vendo o seu rosto de perto percebi o quão lindo ele estava, mais que o normal na verdade.

Ele havia cortado o cabelo e abandonado o topete, seu semblante parecia muito mais maduro do que de dois anos atrás — mas os piercings continuavam intactos e os alargadores ficaram um pouco maiores — e agora ele tinha uma barba para fazer.

— Você está lindo. — Falei ainda hipnotizado por seus olhos, senti falta de me sentir assim.

— Você também. — Ele selou nossos lábios e começamos um beijo calmo, sem pressa nenhuma de terminar. Só consegui pensar no quanto eu senti falta disso, era tudo o que eu estava precisando.

Quando infelizmente tivemos que separar o beijo, Luke me olhou de uma forma que me fez derreter por dentro, falando sério.

— Eu tô morrendo de frio. — Falei e ele começou a rir.

— Quer que eu te dê minha jaqueta? Finalmente vou poder fazer aquela coisa de filme que o cara dá a jaqueta pra namora- pro namorado no caso.

— Você não vai ficar com frio?

— Tudo bem, dá pra aguentar. Além disso, no carro tem aquecedor.

— Carro?

— É, meu pai comprou um novo e pediu pra um cara trazer até aqui, provavelmente ele já deve ter chegado.

— Nossa, que coisa mais chique.

— Não é? Eu acho exagero do meu pai, mas você sabe... — Luke começou a tirar a jaqueta e meu queixo quase foi ao chão quando vi tatuagens em seus braços.

— Porra, você fez tatuagem? — Praticamente gritei e ele riu.

— Fiz sim, você gostou? — Ele me deu a jaqueta e eu a vesti.

— Caralho Luke! Eu amei, você ficou maravilhoso! — Eu estava parecendo uma criança animada com algo novo ou sei lá.

— Valeu. — O loiro sorriu e me deu um selinho.

— Então é por isso que você sempre aparecia de blusa de frio nas fotos e nos vídeos? Eu achei que era por causa do frio.

— O frio também ajudou bastante, mas eu queria mesmo é te fazer uma surpresa quando eu chegasse.

— Meu Deus homem! Não faz uma coisa dessas comigo. — Eu apenas continuava olhando encantado para seus braços agora cobertos por diversos desenhos.

— Tô vendo que mesmo com quase vinte e um anos nas costas você continua pintando o cabelo e até hoje ele não caiu todo, isso é uma conquista. — Dei um tapa em seu braço — Eu gostei de azul.

— Obrigado. — O abracei novamente.

-

Quando fomos embora descobri que o carro novo de Luke era uma Range Rover, o que não me surpreendeu muito, conhecendo sua família...

Luke me contou que seu pai também havia comprado um apartamento para ele num dos bairros mais nobres da cidade, sinceramente, eu queria muito ser rico agora. Nós fomos até seu apartamento novo e encontramos tudo já arrumado. Acabamos fazendo um "tour" pelo lugar juntos já que nem o loiro havia ido lá antes, era bem espaçoso e logicamente nada simples.

Voltamos à sala de estar e ficamos abraçados no sofá, Luke com a desculpa de que estava exausto da viajem e eu porque não queria desgrudar dele por nenhum segundo.

— Eu senti sua falta Mike. — Ele disse me puxando para mais perto para me beijar.

— Eu também senti Luke. — Ele sorriu e começou a acariciar meus cabelos, eu senti tanta falta dessa sua mania.

— Eu prometo que mais tarde eu tiro o atraso de todos esses dois anos, mas caralho, eu tô tão cansado que tudo o que eu preciso fazer agora é dormir. — Ri e assenti o dando espaço para se levantar — Vem comigo, aposto que você também tá cansado de me esperar naquele aeroporto.

— Como estou. — Me levantei e peguei em sua mão. Fomos até o quarto e caímos na cama sem nem nos preocuparmos em trocar de roupa, só tiramos o sapato antes.

Luke dormiu instantaneamente e eu continuei acordado, traçando algumas de suas tatuagens com o dedo. Olhei para seu ombro direito quase fui pro céu e voltei quando vi um "M" desenhado ali.

— Você gostou da tatuagem que eu fiz pra você? — Ele disse ainda de olhos fechados e eu levei um susto.

— Achei que você estava dormindo.

— Tô quase.

— É sério isso da tatuagem? — Ele assentiu e eu o dei um selinho demorado. — Eu te amo tanto Luke.

— Eu também te amo Michael. — Luke fechou os olhos novamente. — Mike.

— Hum?

— Eu posso te fazer uma pergunta? — Ele abriu um dos olhos e eu assenti com a cabeça. — Você se casaria comigo?

Arregalei os olhos e me sentei na cama, o vendo sorrir.

— Por acaso isso é um pedido de casamento Hemmings?

— Talvez, depende da sua resposta.

— Então sim, eu me casaria com você.

punk boy ✖ mukeWhere stories live. Discover now