— Elie... — ela diz lentamente enquanto me olha com os olhos semicerrados. Abro os olhos de forma lenta e me afasto da parede. Não devia ter me sentado em um dos primeiros lugares hoje.
Tento me manter acordada e prestar atenção na aula, mas estou cansada demais para isso.
— Se veio para ficar dormindo, era só não ter vindo.
Sorrio e assinto. As implicâncias da professora de história não serão correspondidas hoje, com certeza. Essa sempre foi a minha matéria preferida, até conhecer a Srta. Marques e ser a vítima de toda a sua maldade simplesmente porque o meu pai não quis sair com ela.
Eu achei que ela fosse fazer mais uma lista de reclamações minhas, mas por um milagre apenas me lança um olhar ameaçador e volta a dar aula.
Quando o sinal irritante toca, eu me despeço de algumas colegas de classe e saio do colégio. Hoje é o penúltimo dia, e então finalmente vou ter as tão esperadas férias, antes de começar a faculdade.
Ando até uma praça e quando me sento para comer, não consigo resistir a pegar o celular desligado no meu bolso, a fim de pesquisar sobre o que aconteceu na noite passada. Eu pesquiso na internet o nome da rua pela qual eu passava, mas não há nenhuma notícia recente.
Suspiro pela vigésima vez no dia e me levanto deixando o meu hambúrguer pela metade. Do outro lado da praça há uma loja de carros seminovos que eu sempre quis entrar, mas sempre adiei para outro dia.
O que houve ontem me fez perceber que não posso mais voltar de ônibus tão tarde.
Entro na loja e um homem de trinta e poucos anos vem em minha direção. Estou pronta para me pronunciar quando ele se vira e sai da loja tranquilamente. Me safo de um mico, vendo que não é um atendente.
— Olá! — diz uma mulher sorridente caminhando até mim.
— Oi. - sorrio.
— Posso ajudá-la?
— Eu queria um carro bom com um preço acessível.
— Certo. — a mulher sorri de orelha a orelha, com um olhar de quem finalmente vai receber o bônus por uma venda.
Sigo a ruiva até chegarmos em um carro branco. Ela me diz que o seu nome é Jac 2, que é pequeno e prático. Me dá mais informações sobre o seu motor e outras coisas que eu nunca vou entender, ao mesmo tempo em que eu penso no preço e no quanto é bonitinho. Por fim diz que é um carro leve e me pergunta se quero vê-lo por dentro.
Eu me apaixono pelo carro, como se fosse amor à primeira vista. Nós conversamos sobre o preço e sobre finalizarmos a compra depois de amanhã. Sorrio, feliz, e saio da loja tendo passado menos de uma hora sem me lembrar do que aconteceu ontem. Pelo menos alguns minutos de paz e algo positivo na minha vida.
Quando chego em casa, encontro o silêncio que eu esperava. A minha mãe não está aqui, como na maioria dos dias, porque vai para o trabalho de manhã e chega em casa no fim da noite. Também viaja no mínimo uma vez por mês, por ser secretária de um engenheiro que voa por todo o país e precisa dela ao seu lado.
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como esse capítulo é bem curto e chatinho, já vou logo postar o próximo
(é a segunda postagem desse capítulo pq o outro bugou, então ignorem o outro e as confusões)
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A Fera
RomanceEle sempre esteve por perto. Sempre. Ele nunca parou de me observar, cuidando para que eu nunca ficasse em perigo, para que nada de mal acontecesse comigo. Se algo desse errado, simplesmente aparecia, me ajudava e, então, sumia outra vez. Ele me pr...