Droga.
— Ah meu Deus... — eu passo a tremer mais, e é impossível controlar as lágrimas. O spray quase cai, e enquanto o seguro pego o meu celular e começo a discar os números de Amelia outra vez.
São os mesmos olhos fixantes daquela noite, a mesma pele branca e os mesmos lábios convidativos. Os cabelos pretos são quase azulados e as mãos estão nos bolsos da calça jeans.
O homem dá um passo em minha direção e eu grito outra vez.
— Eu disse para não se aproximar!
— Respire, Elie.
Mil vezes droga.
— Como você sabe o meu nome? — ele dá outro passo em minha direção.
— Não se aproxime. — eu tento disparar o spray, mas esqueci de tirar a tampa e ele não funciona. O homem volta a andar e eu não hesito em correr para o meu carro, ao mesmo tempo em que ligo para Amélia.
Então, mais uma vez e para que eu me desespere mais, ele me impede de continuar parado na minha frente. Como na outra noite.
— Mas que droga. — tento correr para outra direção, mas ele me segura.
— Eu só quero conversar. Só quero conversar sobre aquela noite.
O desconhecido me solta e eu tampo o rosto com as mãos, me perguntando onde me meti.
Eu conto até três e tiro as mãos do rosto.
— Tudo bem, mas você pode fazer isso depois de dar três passos para trás e me entregar o meu spray de pimenta. — ele faz o que peço e ergue as sobrancelhas.
— Eu não quis assustar você.
— Mas assustou. Quem é você e como sabia que eu estava aqui?
— Eu estava no mercado e te vi. — é claro que eu não acredito.
— Você matou aqueles homens?
— Eu não os matei. Sei que você não gostaria disso.
— O quê? Como você sabe que eu não gostaria disso?
— Está dizendo que quer que eu os mate? — arregalo os olhos e tiro a tampa do spray.
— Não quero que mate eles, quero que me diga o que você fez com os dois.
— Nós três demos um passeio e eu os deixei na cidade vizinha.
— Por que fez isso? E o que significa um passeio?
— Acho que você sabe as respostas para as duas perguntas. — engulo em seco.
— Eu agradeço do fundo do meu coração por ter me ajudado, mas isso é assustador. Eu mal consigo dormir e de repente você aparece aqui.
O estranho se aproxima e eu dou passos largos para trás, até encostar em algum carro, que infelizmente não dispara nenhum alarme.
— Como sabe o meu nome? Você está me seguindo? Te agradeço por ter me ajudado, mas isso é assustador. — engulo em seco e olho ao redor. Ele dá mais um passo em minha direção.
— Você... Você me disse que não se aproximaria.
— Você não deve acreditar em estranhos.
Mil vezes droga.
Automaticamente, todo o meu corpo responde ao desespero que sinto, e a única coisa que consigo fazer é erguer o spray de pimenta. Estou pronta para atingir o meu ex-herói, mas ele toma o objeto da minha mão.
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A Fera
RomanceEle sempre esteve por perto. Sempre. Ele nunca parou de me observar, cuidando para que eu nunca ficasse em perigo, para que nada de mal acontecesse comigo. Se algo desse errado, simplesmente aparecia, me ajudava e, então, sumia outra vez. Ele me pr...