Capítulo quinze

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— ... ele me olhou como se eu fosse louca. Era óbvio que eu não tinha nenhum problema na bexiga, mas precisava ir ver a Amelia. Todos os meus amigos riram e eu acabei ficando na enfermaria até que a minha mãe pudesse me buscar. — eu rio e ele finge me acompanhar, mas seus olhos ficam fixados nas minhas expressões. Sloan parece estar fascinado na forma como eu conto as minhas histórias, mas nem um pouco surpreso. Às vezes sinto que ele sente vontade de me corrigir ou acrescentar algum detalhe.

Eu não tenho tempo para me sentir constrangida, a sua companhia me deixa me deixa empolgada demais para isso.

— Quer ir comigo em um lugar? — ele pergunta com receio.

— Melhor do que esse? — está amanhecendo, o clima gelado e a minha cabeça está no peito dele.

É estranho. Estou abraçando um homem que tem olhos pretos, habilidades assustadoras e problemas com modos; eu sei que isso é estranho. Mas eu não sou completamente normal, eu acho.

— Podemos voltar para cá depois, mas eu acho que você vai querer ir.

— Eu vou... Eu vou. — quero dizer que irei com ele para onde quiser que eu vá e que não quero sair de pero dele tão cedo, mas seria estranho e eu ainda tenho um pouco de sanidade em mim.

— Onde nós estamos indo? — tento não me sentir incomodada por ele estar dirigindo o meu carro.

— Ver o meu avô.

Oi?

— Não é o que você está pensando, mas você quer entender tudo, não é? Você quer respostas e eu vou dá-las a você. — Sloan está focado na estrada, seguindo o caminho que eu não começo. No fundo, há um frio na barriga e certo medo de ele ser um psicopata, como eu suspeitava desde o início.

— Por que de repente você vai me responder?

— Tem certeza que é isso que você quer que eu responda?

— Certo. Eu não sei o que o seu vô tem a ver com isso tudo, mas tudo bem.

— Você já pode começar.

— Nico é igual a você? É que, você sabe, se Amelia estiver em perigo...

— Não. Ele também tem singularidades, mas não é igual a mim.

— Singularidades?

— Prefere que eu diga que ele também é fodido? — Sloan sorri de canto.

— O que vocês são um do outro? A minha amiga está em perigo?

— Crescemos juntos, somos quase irmãos. Não, ela não está em perigo. — não me convence.

— O Nico tem olhos iguais os seus?

— De certa forma, sim.

— Por que você quer tanto que eu seja sua?

— Sinceramente, não sei explicar, mas desde que coloquei os olhos em você pela primeira vez, eu quis continuar te olhando, só te olhando... Para sempre.

Limpo a garganta, tentando me recompor.

— Quando foi a primeira vez que me viu?

— Eu não posso te responder agora, mas também não quero mentir. Assim que eu te explicar tudo, eu juro que vou responder essa pergunta.

— Eu não sei porque estou perguntando isso, mas você é meu?

— Se você quiser que eu seja.

A FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora