Há um tempo eu parei de atualizar A Fera aqui por alguns motivos que, caso queiram saber, outra hora eu entro em detalhes. Há uns dias uma leitora me chamou e me pediu pra voltar e, mesmo que não tenha muita gente aqui mais, eu vou continuar por ela e por você que está lendo isso. Me perdoe se já tem tanto tempo que você esqueceu do que leu no último capítulo, então: os personagens estão observando pelos olhos de Elisa, uma descendente de Zarina (a mulher que lançou a maldição), um flashback de anos atrás, na época dos pais de Sloan. Cassandra é o nome da mãe dele, e Arthur o nome do pai.
Espero ter ajudado a não se sentir tão perdido(a). Obrigada por estar aqui e boa leitura <3~~~~~~
Noah está diferente de como eu me lembrava, de tempos atrás quando eu apodreci a sua mão. Não é só o cabelo maior ou as tatuagens, mas ele parece ter envelhecido uns três anos e se passou apenas um e pouco.Nesse exato momento, estamos sentados na mesa de jantar da sua casa, comendo uma pizza. Cassie e eu chegamos fazem uns trinta minutos e eu ainda não tive coragem de olhá-lo nos olhos ou sequer encarar o seu rosto por mais de dois segundos. Ele também não fez nenhum comentário sobre o que eu fiz a ele, mas usa uma luva vermelha na mão que ferrei.
— O que aconteceu com os garotos? — Cassie quebra o clima tenso, ou tenta. Ergo o olhar para Noah, curiosa, me lembrando que além da minha amiga haviam outros garotos com ele.
— Uma semana depois eles encontraram um lugar.
— E você?
— Também encontrei o meu lugar. — algo me diz que ele não se refere a essa casa. Ela é menor do que a sala de Stewart, há apenas três cômodos: um banheiro, um quarto e uma sala ligada a uma cozinha, divididas por uma mesa de quatro lugares.
Eu parto para o meu terceiro pedaço e me sinto envergonhada por comer tanto, mas estou faminta. Cassie se levanta ao meu lado, deixando seu segundo pedaço pela metade.
— Eu vou tomar um banho e dormir, estou morta de cansaço. — assinto, Noah deseja uma boa noite a ela, que o abraça pela quinta vez e anda até mim para abraçar os meus ombros com força antes de sair.
Fungo, sentindo uma queimação passando rapidamente pela minha garganta.
Ficamos só eu e Noah na mesa pequena. No centro, está a caixa de pizza com apenas um último pedaço, que ele pega e começa a comer enquanto olha para a madeira. Sua mão com luva está pousada ao lado da caixa vazia e me pergunto mentalmente se ela "funciona". Ele me pega olhando-a e move o braço para debaixo da mesa.
— Você pode desfazer isso? — é a primeira vez que ele fala diretamente comigo.
— Não sei, eu posso tentar. — vejo-o assentir lentamente — Posso ver?
Noah hesita, mas tira a luva e ergue a mão extremamente pálida; as suas veias roxas e escuras são meio que esverdeadas e as pontas de seus dedos enrugados. É quase como se eu pudesse ver a frieza dela através dos seus tremores constantes.
— Me desculpe pelo que fiz. — suspiro, me livrando do peso nas costas.
— Você não tem que se desculpar, no seu lugar eu teria feito pior. — um silêncio incômodo dura alguns segundos — Naquela época eu deixei tudo tomar conta de mim.
— Mesmo assim, peço desculpas.
Os seus olhos fixam nos meus, tão apagados quanto profundos, e então ele movimenta a cabeça uma vez, assentindo. Terminamos de comer calados.
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A Fera
RomanceEle sempre esteve por perto. Sempre. Ele nunca parou de me observar, cuidando para que eu nunca ficasse em perigo, para que nada de mal acontecesse comigo. Se algo desse errado, simplesmente aparecia, me ajudava e, então, sumia outra vez. Ele me pr...