Capítulo doze

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 Mal espero o carro parar para sair do carro e avançar antes dos outros dois; eu corro até a entrada da casa e abro a porta rapidamente, então tento empurrá-la e girar a chave, mas uma mão me impede e empurra-a contra mim. Eu faço o máximo de força que consigo, mas isso parece não mudar nada. Quando sou quase arrastada junto da porta, saio de trás dela e olho para o que me espera perto do sofá, eu não me surpreendo muito, mas ver Amelia ao lado da minha mãe me frustra, queria que ela estivesse longe daqui.

Não tenho tempo de perguntar o que elas estão fazendo aqui, porque Nico começa a se aproximar dela e eu me coloco em sua frente.

— Nem ouse chegar perto dela. — a minha voz soa trêmula e eu realmente estou com medo, mas juro que se ele tentar alguma coisa, não vai poder ter filhos mais.

— Elie... — eu ouço a voz de Amelia atrás de mim um milésimo antes dele dar um passo em minha direção, mas me mantenho firme. É estranho quando Sloan, outra vez, se põe em minha frente e encara o amigo. Eu não sei o que acontece, mas eles trocam algum tipo de olhar e Nico arfa antes de baixar os ombros — Elie, está tudo bem, não foi ele.

Lentamente, eu me viro para ela e franzo o cenho, então Nico passa direto por mim e vai até ela, a puxando para o seu peito. Eles se abraçam e a sala é enchida por o som do choro da morena. É egoísmo, mas não consigo não me sentir estranha ao ver que acabou de rolar algo com ela e ele entendeu, não entendeu. Então, dois segundos depois, a ficha cai.

— Meu Deus, Amelia, foi o seu pai?! — ela tenta falar, mas a sua garganta se fecha, talvez não muito diferente da minha.

— Vocês podem nos deixar a sós, por favor? — Nico pede. Eu quero ficar, mas sei que ele pode acalmá-la melhor do que eu. Eu e Sloan somos os primeiros a sair da casa, ele está pronto para falar algo, mas a minha mãe atravessa a porta e lança um olhar estranho para o homem antes de me fitar.

— Eu ia te pedir pra me explicar o que aconteceu, mas acho que já sei. — ela diz e eu assinto. Está se referindo a um dia parecido com esse, que aconteceu anos atrás. Amelia não tinha quatorze anos e de repente apareceu machucada em casa, nos pedindo para protegê-la do pai, ele bebeu tanto que acabou a confundindo com mãe e fez com ela o que era comum na vida do casal: a agressão.

— Eu mandei uma mensagem para a Amanda, ela me disse que está na casa da mãe. Ela não sabe do que ele fez com a Amelia, vou ir até lá. — se refere à mãe de Amelia.

— Está bem. — queria que a minha mãe se dedicasse a mim tanto quanto se dedica aos outros.

Os dois se olham esquisito mais uma vez antes dela voltar para dentro de casa, e eu ignoro Sloan completamente. Lhe dou as costas e atravesso a rua, indo pela mesma direção que vim.

— Onde você vai?

— Buscar o meu carro.

— Eu posso te levar até lá.

— Você já fez o favor de me trazer até aqui, obrigada. — ironizo.

— O que você queria que eu fizesse? — quando me dou conta, ele está ao meu lado.

— Como você se sentiria se eu te arrastasse para o meu carro e levasse à força para a sua casa?

— Acho que eu me sentiria muito, muito bem. — o ignoro e ando mais depressa, dobrando uma esquina.

— Não sei o que é mais esquisito: você, um cara que sabia o meu nome sem eu dizer, o lugar onde moro e conhecia a minha mãe ser amigo do namorado da minha melhor amiga, ou o seu cinismo.

— Talvez essas coisas não sejam coincidência, mas eu não quero perder tempo explicando isso agora.

— Estou pensando em entrar com uma ordem judicial contra você. — me afasto e me sinto irritada quando percebo que ele não vai me deixar em paz.

A FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora