Ouvi a campainha tocar, o que significava... hóspede novo!Dei um salto da cama e corri para as escadas, empolgada para receber quem quer que estivesse chegando. Martina ficaria super animada em ter mais alguém na casa para ela cuidar e eu faria questão de ajudar como eu pudesse, afinal ela esperava por hóspedes há tempos e...
Grunhi ao ver que Lorenzo tinha sido mais rápido e já havia aberto a porta.
Um rapaz moreno abriu um grande sorriso e soltou as malas perto da porta aberta. Cheguei no hall de entrada também com um sorriso e a mão estendida.
— Seja bem vindo a pensão Belini! Estamos prontos para acomodá-lo da melhor forma — o cumprimentei.
— Dio mio*, não sabia que a recepção por aqui estava assim — ele assentiu maravilhado.
— Tratamos os hóspedes muito bem aqui — respondi.
Lorenzo deixou escapar uma risada, olhei com cara feia para ele. Até aquele momento tudo o que ele havia feito para recepcionar o rapaz tinha sido abrir a porta.
— Il mio nome è, Tommaso*. — O rapaz, que notei ser um pouco mais velho que Lorenzo e eu, pegou uma de minhas mãos e beijou o dorso da mesma. Seu italiano era tão forte quanto o de Giordana e carregava certo charme ao falar. — Mas pode me chamar de todo seu.
Fiquei surpresa e ao mesmo tempo com vontade de gargalhar na cara dele, porque aquela tinha sido a pior cantada de todos os tempos.
Foi a vez de Lorenzo fazer cara feia e bater com força no braço do rapaz.
— Sei pazzo*?! — exclamou. — Esta é a garota.
Como assim "esta é a garota"? Mas antes que eu pudesse perguntar, o rapaz pareceu se dar conta de algo e sorriu para Lorenzo.
— A garota brasileira, hein?
Lorenzo balançou a cabeça.
Não gostei do modo como ambos pareceram cúmplices de algo que me incluía, mas que eu não sabia do que se tratava. Cruzei os braços para demonstrar minha indignação.
— Este é o meu primo, Tommaso — Lorenzo me explicou, apontando o moreno sorridente que pensei ser um novo hóspede.
Tommaso estendeu-me a mão para um cumprimento e disse:
— E tu sei*...
— A garota brasileira — respondi com ironia para os dois e apertei sua mão com força.
Virei-me para ir para a cozinha antes que eu expressasse ainda mais meu humor ácido daquele dia.
— Ela é a Mila. — Pude ouvir Lorenzo dizer ao primo.
— Fratello*, ela é um lindo furacão — respondeu Tommaso em tom de consolo ao outro rapaz.
Não fiz questão de entender a conversa de ambos, tampouco queria. Fiz um lanche rápido e logo saí para andar de bicicleta pela praça mais próxima.
Visitei algumas barraquinhas e comi um pouco em uma delas. Ultimamente eu sentia mais fraquezas e enjoos, então tinha sempre que maneirar no que comia ou no que eu fazia.
Minha mãe estava sempre me mandando algumas dietas ricas em nutrientes que fariam meu corpo mais forte e que poderiam reduzir os sintomas de estar morrendo. Eu achava fofo e seguia algumas delas às vezes, fazendo questão de mostrar para ela. Meu pai também me ligava para perguntar como eu estava e para falar sobre suas pescas recentes.
Parte de estar morrendo era conviver com quem ficaria e transmitir consolo por algo que era culpa sua. Era como preparar corações até o momento em que fossem machucados.
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Mila
RomanceCamila é uma garota alegre, esperançosa e aventureira que possui muitos sonhos, ela viaja para a Itália em busca de realizar um deles, abrir um restaurante e fazê-lo famoso. Ela conhece Lorenzo, que ao contrário dela é realista e busca apenas por co...