Capítulo - 56

33 4 31
                                    


Sabe aquele momento em que acordamos de manhã e nos lembramos de algo bom que aconteceu ou de algo que ganhamos e que parecia ser sonho? Aconteceu comigo naquele dia.

Não pude evitar sorrir ao lembrar de tudo da noite de ano novo. Não poderia ter sido mais perfeita, e se fosse acabaria sendo sonho mesmo.

Me espreguicei e vi que já eram dez horas da manhã do dia primeiro. Tratei de levantar e me aprontar para o café.

Lorenzo já estava acordado e jogava panquecas para o ar na frente do fogão. Tommaso colocava a mesa enquanto assobiava feliz da vida. Pelo visto não havia sido apenas nós que tivemos uma noite memorável.

Sentei-me à mesa no lugar de sempre após cumprimentar Tommaso. Lorenzo veio empilhar o restante das panquecas em um prato grande que estava na mesa e beijou minha bochecha ao passar por mim.

Buongiorno*, coração — disse ele com aquele sorriso maravilhoso.

Joguei-lhe um beijo no ar quando ele voltou para a cozinha. Foi quando vi a expressão embasbacada de Tommaso.

— Vocês... — gaguejou ele. — Então vocês...

Gargalhei da sua surpresa em nos ver juntos.

— Sente-se, fratello*, e beba um café para digerir a informação — Lorenzo brincou com o primo.

E foi exatamente o que Tommaso fez. Após beber a terceira xícara de café ele finalmente diz:

Davvero*, não achei que as flores a conquistariam — deu de ombros, brincando. — Não achei que ele a conquistaria!

Lorenzo bateu de leve na cabeça dele e reclamou.

— Fico feliz por vocês — Tommaso disse por fim, sorrindo ao esticar a mão para alcançar a minha.

Devolvi o sorriso e apertei sua mão.

Os outros logo vieram e se juntaram a nós para o café da manhã. Dessa vez, Lorenzo não se sentou do outro lado da mesa, ele ficou do meu lado e fez questão de me servir a cada vez que meu prato se esvaziava.

Embora eu estivesse doente, e houvesse um período em que eu não conseguia ingerir nada, naqueles dias minha fome parecia insaciável. Como se meu corpo estivesse precisando do dobro de energia que eu consumia para permanecer ativo.

Após o café da manhã acompanhei Lorenzo até o restaurante, apesar de estar fechado por conta do feriado, e onde quer que ele fosse. Resolvemos problemas, fomos a diversos lugares e fizemos degustação do cardápio novo e essa foi a minha parte favorita de todas.

Já era de tardezinha quando fomos embora do Romano's.

Lorenzo abriu a porta de seu carro para mim, aquele sorriso travesso delineando seus lábios rosados dedurando que ele tinha um plano em mente.

Parei entre a porta e ele e cruzei os braços.

— Conte logo.

Ele negou.

— Eu sou um homem de surpresas — respondeu levando a mão ao coração. — E romântico também. — Deu uma piscadela charmosa.

Segurei uma risada.

— E imagino que eu deva ser a mulher de sorte — insinuei, entrando no jogo.

Lorenzo deu de ombros e arrumou o cabelo com uma das mãos.

— Quanto a isso não temos dúvida alguma — exibiu-se.

Bati em seu braço, boquiaberta.

Ele gargalhou e puxou-me pela cintura.

Mila Onde histórias criam vida. Descubra agora