Capítulo - 55

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Aviso da autora:

Este capítulo e o posterior são inteira e honrosamente dedicados à Lucy_Angel_ , que acompanha avidamente esta história desde o princípio.

Minha gratidão à você e aos seus comentários, dos quais me incentivam cada vez mais. ❤️
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Eu me sentia deslumbrante. Lorenzo e eu voltávamos para o clube de dança andando já que não era tão longe e Tommaso tinha feito o favor de sumir.

Lorenzo ria para o vento e seus olhos brilhavam como estrelas, os dedos enlaçados aos meus. Ele contava histórias felizes de sua infância.

— Uma vez, quando a pensão estava lotada, eu acordei no meio da noite e fui para o sótão — contava ele. — Fiquei imitando barulhos de casa assombrada e arrastando umas correntes velhas que achei lá.

— Seus avós devem ter ficado furiosos! — Gargalhei.

Lorenzo assentiu.

— Ficaram sim. Depois disso alguns hóspedes quiseram sair e eu levei a maior bronca — concluiu aos risos. — Minha avó, não satisfeita apenas com a bronca, puxou meu pé de madrugada usando um lençol branco sobre a cabeça. Quase morri de medo achando que tinha perturbado algum fantasma de verdade!

Gargalhei ainda mais ao imaginar Martina assustando o neto como lição pela travessura feita. Precisamos parar nossa caminhada para recuperar o fôlego.

Nossas risadas foram diminuindo aos poucos, até se tornarem sorrisos em meio a uma troca de olhares.

Era bom a sensação de não ter mais nada escondido ou omisso entre nós, os corações completamente abertos um para o outro.

Passei os braços ao redor da cintura de Lorenzo e ele me acolheu com os seus. Inalei seu perfume fixando-o no lugar mais profundo da minha memória.

Levei uma das mãos ao seu peito e com o indicador desenhei sobre o lado esquerdo uma porta imaginária.

Ele franziu as sobrancelhas com um sorriso ladino.

— O que está fazendo?

Voltei a abraçá-lo.

— Entrando no seu coração — respondi apoiando o queixo contra seu peito.

— Você sempre esteve nele, coração — Lorenzo disse ao beijar minha testa.

Continuamos a andar e ele fez questão de me carregar nas costas o restante do caminho como se eu fosse uma criancinha. Lorenzo correu os últimos passos até o clube fazendo-me rir de sua empolgação.

As pessoas ainda estavam lá, não tantas quanto antes, mas um bom grupo. Encontramos nossa família conversando na nossa mesa e nos juntamos a eles. É claro que eles perguntaram onde estivemos e apenas revelamos sobre o restaurante, porque o resto estava mais do que explícito em nossas expressões.

Descobri, por intermédio de minha mãe, que Lorenzo falara com eles há alguns dias pedindo autorização. Achei respeitoso e fofo da parte dele, coisa que me deixou com um sorriso todo bobo.

Eram exatas três e quarenta da manhã quando anunciaram que o clube estaria fechando. Ainda havia bastante comida na mesa onde serviram, de forma que demos a ideia de fazer marmitas e distribuir para as pessoas em situação de rua. Seria bom fazer o ano novo de alguém ser o melhor possível.

Lorenzo pediu que tocassem uma última música e perguntou-me qual eu gostaria de dançar. Optei por "Do You Wanna Dance" de Jhonny Rivers.

As primeiras notas da canção fizeram-me arrepiar. A maioria que ainda estava presente reconheceu a música e se renderam à última dança.

Mila Onde histórias criam vida. Descubra agora