Capítulo - 43

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De todas as pessoas do nosso pequeno grupo de amigos, a que eu achava mais louca, num bom sentido, era Giordana. Principalmente agora, com um convite de casamento aberto na minha frente. Os nomes de Giordana e Paolo estampavam boa parte do papel, acima dos dizeres bonitos.

— Você é louca! — exclamei ao telefone.

Até aquele momento o dia estava sendo tranquilo demais.

Ragazza*, o amor é louco — ela responde, com aquele ar sonhador.

— Giordana, faz apenas um mês que vocês se conhecem... Você não está grávida, não é?!

Ela riu da minha cara e negou.

— Por que esperar toda uma vida para fazer algo que nós sabemos que vai acontecer de um jeito ou de outro?

Tomei fôlego para responder, mas não consegui. De certa forma ela estava certa.

— Você precisará de um acompanhante, querida, então o convite se estende para todos vocês da pensão — continuou, confiante por eu não ter dado uma resposta à sua pergunta.

Balancei a cabeça para recobrar os sentidos.

— Certo então, verei se Lorenzo estará livre.

Giordana deu uma risadinha suspeita.

— Eu não me referia apenas a ele como seu acompanhante, mas se as coisas entre vocês já estão boas assim... — Ela deixou a insinuação no ar.

Quis bater nela.

— Você realmente tem um parafuso a menos — rebati. — E sim, eu vou ao seu casamento.

— Te vejo lá, ragazza*. E agarre aquele buquê! — disse antes de desligar.

Não pude deixar de rir da situação. Tudo o que eu menos esperava para aquela manhã era um casamento para dali há quatro dias.

Ainda era cedo, e eu não havia dormido muito durante a noite por conta de uma náusea insistente. Então aproveitei o silêncio da casa e o sofá macio da sala. Entreguei-me a um sono cansado e pesado.

Talvez fosse pelo sonho que tive com cachorrinhos em volta de mim, mas pude jurar que algo tocou minha cabeça e em seguida senti um beijinho sobre meus cabelos. Quando abri os olhos dei de cara com Lorenzo. Ele estava sentado no chão ao lado do sofá com o rosto na mesma direção que o meu. Seus olhos refletiam o sorriso que havia em seu rosto.

— Desculpa, acordei você — sussurrou, como se eu ainda estivesse dormindo.

Então o beijo veio dele.

— Pensei que tivessem sido os cachorrinhos — respondi, a voz arrastada.

O sorriso dele aumentou diante da minha resposta.

— De tudo o que eu pudesse imaginar você sonhando... cachorrinhos seria a última coisa — brincou.

Estendi o braço e dei um tapinha em seu ombro.

— Como você é bobo.

Lorenzo apoiou o queixo na própria mão.

— Passe o dia comigo — disse, como um menininho.

Não pude negar que havia sido pega de surpresa pelo pedido dele, mas algo queimou em meu coração fazendo-me assentir.

Descobri, ao levantar e ir me arrumar, que eram oito horas da manhã. Eu não sabia para onde Lorenzo me levaria, ou por onde passaríamos durante o dia. Isso me levou a escolher uma roupa confortável, mas bonita.

Mila Onde histórias criam vida. Descubra agora