Capítulo - 64

27 4 15
                                        


Naquele dia, após o café da manhã, recebi a visita das minhas amigas na pensão.

Elas me avisaram a tempo de eu ficar minimamente aceitável, tive ajuda de Lorenzo com isso.

— Sabe que você é linda de qualquer jeito, não é? — ele disse enquanto terminava de trançar o meu cabelo seguindo o passo a passo de um vídeo na internet.

Ri para ele.

— Certo, mas não posso estar de qualquer jeito sempre — brinquei.

Ele amarrou a pontinha da trança e beijou-a. Depois ajeitou os travesseiros nas minhas costas e se pôs de longe para olhar para mim. Não que houvesse algo incrível em mim, eu tinha apenas colocado uma jardineira fofa e penteado o cabelo com a ajuda dele, mas seus olhos brilharam.

Revirei meus olhos quando corei com sua admiração.

— Me passe a maquiagem antes que elas cheguem — indiquei e ele o fez.

Eu não gostava de como minha pele estava pálida e a cor sem graça dos meus lábios, de modo que apliquei um pouquinho de blush e gloss labial rosado. Fiquei pronta bem a tempo de a campainha tocar.

Lorenzo foi correndo para atender e voltou segundos depois, acompanhado de Francesca e Giordana. Mamãe também se juntou a nós quando ouviu as vozes das meninas.

— Bem, já que não faço parte do clube das garotas, vou descer e preparar um lanche para vocês — Lorenzo disse apertando as mãos. — Com licença, senhoritas.

Assentimos e o vimos sair. Contudo, duvido que ele não tenha escutado os gritinhos de animação das meninas diante do cavalheirismo costumeiro dele.

— Ah, ragazza*, você tem tanta sorte! — Giordana exclamou com um suspiro.

— E você é casada — rebateu Francesca.

Giordana fingiu estar ofendida.

— Estou apenas elogiando o namorado incrível de Mila — defendeu-se, e então virou para a minha mãe. — Deve estar orgulhosa da sua bambina*!

Mamãe gargalhou junto a mim e assentiu.

A conversa se estendeu por um longo tempo, tão animada e revigorante que mais parecíamos adolescentes compartilhando segredos.

— Acho que flores rosas ficariam muito bem no seu buquê — aconselhei Francesca quando chegamos no assunto do casamento dela e de Henry.

Minha amiga assentiu como se tivesse pensado a mesma coisa.

— Só não quero nada extravagante para a cerimônia — admitiu. — Ficarei feliz com a simplicidade.

Giordana bateu palmas como que em advertência.

Ragazza*, é um dia único na sua vida! Acho que deve fazer a festa do ano para comemorar algo tão lindo — deu sua opinião enquanto gesticulava exageradamente com as mãos. Não pude deixar de rir ao imaginá-la com um bebê nos braços com esse jeito tão efusivo de ser.

Francesca e Giordana discutiram sobre seus gostos completamente diferentes, cada uma pontuando prós e contras de uma festa simples ou uma extravagante. Por fim, me incluíram no problema criado por elas.

Ergui as mãos para apascentar os ânimos antes de dizer:

— Acho que deve fazer o que o seu coração mandar, independente do que for. — Dei de ombros.

Francesca alcançou minha mão e a apertou em gratidão.

— E você, querida, o que imagina para o seu casamento? — perguntou-me a noiva.

Mila Onde histórias criam vida. Descubra agora