16

112 8 0
                                    

Assim que entramos na recepção, uma moça veio falar com a gente, o perfume dela está me enjoando.

– Eu posso ajudar?– ela fala.

– Eu vim ver minha mãe.– o Leon fala.

Eu abracei o Leon e comecei a inalar o cheiro dele pra ver se melhora, ele passa os braços em volta dos meus ombros.

– Qual o nome dela? – a moça pergunta

– Marta Marticini.

– A Doutora Marta?

– Sim.

– Eu não sabia que ela tinha um filho tão lindo.

Ela está dando em cima dele?, mesmo comigo abraçada com ele, por que eu estou pensando isso, eu não posso ter ciúmes do Leon, nós não temos nada, Valérie você já disse a si mesma que não ia mais ser assim.

– Obrigado, você também é bonita.– ele fala.

Não é não, eu levanto a cabeça e olho pra ele, ele abaixa o olhar pra mim.

– Você tá bem?– eu faço que sim e abaixo a cabeça de novo, para voltar a respirar o perfume que não me enjoa.

– Você pode chamar ela, ou me levar até ela?

– Ah claro, venham comigo.– nos seguimos ela por um corredor– Eu não sei exatamente onde ela está, como ela não é paciente não dá pra saber, então a gente vai ter que procurar.

Conforme ela andava a nossa frente o vento batia e fazia o cheiro vir em nossa direção, eu estou agarrada a ele e mesmo assim continuo sentindo o outro cheiro.

Assim que chegamos a uma sala com vários sofás e uma televisão, tem alguns idosos assistindo tv, o Leon para, eu levanto o olhar pra ele.

– Você pode procurar enquanto a gente espera aqui?– ele pergunta a moça.

– Sim, claro, podem ficar a vontade.

Ele espera ela se afastar e me puxa pra frente dele, coloca as mãos no meu rosto e me encara.

– O que tá acontecendo?, você tá pálida.– ele questiona.

– O perfume dela está me dando náuseas.– eu respondo logo.

Ele balança a cabeça e sorrindo, ele me conduz até um sofá em um canto mais afastado, e nós sentamos.

– A partir de hoje eu vou tomar cuidado com todos os meus perfumes.

– Esse que você tá usando é ótimo.– eu falo.

– É o que você me deu.

Antes de falar mais alguma coisa quem nós viemos ver surgiu do nosso lado, acompanhada com a enfermeira dela e a moça da recepção. O Leon se levantou e deu um abraço e um beijo nela, eu fiz o mesmo em seguida, e me sentei logo.

– Oi mãe, quanto tempo.

– Filho você veio aqui a duas semanas, nós já ficamos muito mais tempo sem nós ver.

– Nossa mãe, assim você me mágoa.– ele falou brincando.

– Obrigado por ter me chamado já pode ir.– ela falou para a moça.

– Claro.– ela olhou para o Leon– Meu nome é Joana.

Antes do Leon falar alguma coisa, a mãe dele fala.

– Para de dar em cima do meu filho, principalmente quando ele estiver com a única nora que eu quero.

O meu rosto com certeza deve expressar o choque que eu tive nesse momento, e acho que o Leon também, eu nunca vi ela falar assim com ninguém, e olha que eu conheço ela a muito tempo. A tal Joana não fala mais nada e simplesmente sai.

– Nossa tia, nunca te vi falar assim com alguém.

– As vezes é necessário.– ela me analisa– Você está bem Valérie?, parece meio pálida.

– Eu tô, e você?

– Eu estou, me digam, quais são as novidades.

– Vamos no restaurante com a gente, aí nós conversamos melhor.– o Leon fala.

– Acho melhor não, vai dar muito trabalho.

– Não vai mãe, vamos.

–Eu não estou com vontade.

– Okay.– fala desistindo e se sentando ao meu lado.

– Me contém as novidades.– ela fala de novo.

O Leon olha pra mim como se esperasse algum tipo de incentivo, eu balançou a cabeça em forma de encorajamento, ele volta o olhar pra sua mãe.

–Eu vou ser pai.– ele fala.

Ela olha pra ele, sem esboçar uma reação, acho que não era essa a reação que ele esperava, nem eu esperava isso, será que ela não gostou.

– Por favor me diz que é com você.– ela fala pra mim.

Eu assinto com a cabeça, e finamente um sorriso surge no rosto dela, enfim ela estende o braço e puxa ele para em abraço.

– Você me assustou.– ela diz pra ele.

Logo que ela solta ele ela me abraça.

– Por que?– ele pergunta.

– Vocês disseram que não estavam juntos.

– E nós não estamos.– falei rapidamente.

– Então eu acho melhor eu nem questionar.

– Você tá feliz?– ele questiona.

– Sim, claro que estou, eu sempre quis ser avó, eu queria que vocês tivessem tido antes, mas tudo bem, mesmo assim está ótimo.– ela me olhou– É por isso que você está pálida, está passando muito mal?

– Não, começou ontem, mas depois melhora.

– Eu já vi gente passar mal a gravidez inteira.

– Mãe, eu acho que você falar isso não vai ajudar em nada.

– Eu sei, mas é bom alertar, vocês já foram fazer os exames.

– Nós fizemos o de sangue, o ultrassom vamos fazer acho que na semana que vem.

– Eu fico feliz pelos dois.

Nós ficamos mais algum tempo lá e depois fomos almoçar e depois fomos para o shopping.

                                                   🖤🖤🖤

A gente estava andando pelas lojas, quando passamos em frente a uma loja de bebês, ele parou e olhou pra mim.

– Vamos olhar?– ele fala ansioso.

– Você já quer comprar?– eu pergunto.

– Talvez uma roupinha, ou um sapatinho, ou só olhar mesmo.

– Tá vamos.

Nós entramos na loja, e começamos a olhar várias coisas, os atendentes vieram falar com a gente, e mostrar um monte de coisas, eu comecei a ficar até com aflição, no fim ele não comprou só uma coisinha, a gente saiu com algumas sacolas da loja, todas as roupas de cores neutras.

– Só ia comprar uma coisinha né.– falei sarcástica.

– Você também gostou.

– Sim, gostei, mas eu não tinha noção que um bebê precisava de tanta coisa.

– Eu também não, é coisa demais, vou ter que começar a estudar.

Nós andamos mais um pouco e em seguida voltamos pra casa.

Mais uma ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora