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Falta uma semana pro casamento do Leon. Eu já deveria ter ido pro Brasil, mas eu decidi que só iria no dia anterior a comemoração. Meus pais estavam aqui semana passada, então eles levaram a Bia para o Brasil com eles. Porque ela vai ficar com o pai dela.

Hoje eu marquei uma ultrassom pra fazer antes da viagem, e pra ter certeza que o bebê está bem, eu já estou com doze semanas. A doutora falou que eu poderia viajar, só pediu pra fazer o exame antes porque é o tempo certo e que eu pudesse viajar sem me preocupar.

Eu entro na sala assim que a enfermeira me chama. Eu não estava preparada pra ver quem eu vejo.

– Oi.– o Adrien fala.

– Oi... Eu acho.

– Pode entrar.

– Cadê a Doutora Camille?

– Ela teve uma emergência e me pediu pra atender os pacientes dela.

Eu entro na sala e me sento em frente a ele. Ele lê a minha ficha e depois me olha.

– Grávida?– eu afirmo, ele coloca a ficha na mesa e me olha– Sobre aquele dia.

– Eu acho que não temos mais nada pra falar sobre.

– Sim, temos, eu tenho que te pedir desculpas. Eu juro que isso nunca aconteceu. É que, sabe?

– Não, eu não sei.

– Você me deixa com ciúmes.

– Deixava.– corrijo ele.

– Isso, você me deixava com ciúmes, e eu não sei o que aconteceu comigo.

– Sinceramente.– ele olha nos meus olhos– Isso não importa mais. Agora que tal fazermos logo o exame.

Ele levanta e pede para que eu deite na maca e levante a camisa. Depois ele coloca um gel na minha barriga e começa o exame.

– É dele?

– O que é de quem?– pergunto.

– O bebê, é do pai da Bia?

– Eu acho que eu não tenho que falar sobre isso.

– Eu queria que fosse meu.– ele fala me surpreendendo.

– Por que você está falando isso?

– Eu queria muito que você tivesse um filho comigo.

– Você nunca falou sobre isso.

– Mas eu pensei, e todas as vezes que não me preveni, eu torci pra que acontecesse.

– Eu pensei que nós sempre tivéssemos usado proteção.

– A gente fez várias vezes sem. Como você nunca falou nada, eu pensei que sabia.

– Você acabou de dizer que poderia ter me engravidado sem meu consentimento?

– Pelo visto não.– ele me olha– Eu descobri que não posso ter filhos.

Eu olho pra ele sem saber o que falar, o olhar dele é triste. Ele volta a olhar pro monitor e fazer o exame. Ele coloca o som do coração e me olha com um sorriso triste.

– Eu sinto muito.– eu digo.

– Eu também.

Ele termina de fazer o exame e me entrega papéis pra limpar o gel.

– Seu bebê é perfeito, não tem absolutamente nada de errado.

Eu me levanto e volto a sentar na cadeira, ele termina de imprimir as fotos do bebê e me entrega.

Mais uma ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora