Quando acordei ele não estava mais na cama, mas eu ouvi o barulho de água, eu me enrolei no lençol e fui até o banheiro porque o barulho vinha de lá, quando eu ia abrir a porta ela foi aberta, ele estava com a toalha na cintura e me olhou mordendo o lábio inferior.
- Você não consegue ficar sem mim nem cinco minutos?- ele me perguntou com um tom de brincadeira.
- Eu consigo. É você que não me deixa em paz, e vem sempre me perturbar, me fazendo fazer tudo que eu não ia mais fazer.
- O que você não ia mais fazer?
- Exatamente o que agente fez.
- Eu tenho certeza que eu não concordei com isso.
- Concordou sim. Na última noite da viagem, a gente combinou que íamos ser só amigos, e amigos não se beijam e muito menos fazem sexo.
- Ahh lembrei. Mas eu não concordei, eu disse a gente vê depois esse combinado.
- Mas não discordou, então eu pensei que tinha aceito.
- Não, nunca, eu te garanto isso.- porque nunca eu pensei- Agora vamos tomar banho, eu já enchi a banheira.
Ele me puxou para dentro do banheiro, ele tirou a toalha e entrou na banheira, eu em seguida eu prendi meu cabelo e me livrei do lençol e entrei também sentando entre as pernas dele e encostando as minhas costas em seu peito. Ele começou a passar a mão pelos meus ombros. Eu tombei a minha cabeça para trás pra ficar mais próxima dele.
- Por que nunca?- eu virei a cabeça o olhando.
Ele me olhou e pareceu pensar na pergunta.
- Por que eu nunca vou aceitar não tocar você?- eu assenti.- Porque pra mim isso é impossível, eu não imagino não poder te beijar, ou te abraçar, ou fazer tudo que a gente faz.- ele respondeu olhando nos meus olhos.
- Mas isso vai acontecer um dia.- falei desviando o olhar.
- Como assim?
- Se eu namorar eu não vou mais te beijar, por exemplo.
- Eu acho que eu não quero falar sobre isso, não agora pelo menos.
- Eu acho que devemos sim, falar sobre isso agora.
- Valerie.- ele virou o meu rosto pra ele- Vamos viver o agora, o se não existe, é futuro, e ninguém sabe do futuro.
Eu resolvi não falar nada, não adiantaria, ele não ia entender. Eu voltei a encostar minha cabeça no peito dele e nos ficamos assim por um tempo, depois tomamos banho, nós arrumamos, eu vesti as roupas de baixo e uma calça legging que eu tinha deixado na casa dele, e depois o Leon me levou pra casa.
🖤🖤🖤
Assim que cheguei em casa encontrei meu irmão e a Mari, eu abracei eles e sentei com eles na sala.
- Onde você estava?- perguntou meu irmão de forma arrogante.
- Não te interessa.
- Se não interessasse eu não estaria perguntando.
- Você tá perguntando porque é curioso.- ele levantou e começou a andar de um lado pro outro.
- Eu vi você saindo do carro do Leon, então você estava com ele.
- Se você sabe porque perguntou.
- Pra saber o que você responderia.
- Valério, o que você quer saber exatamente?
- Vocês voltaram?
Eu olhei pra Mari e ela estava mexendo no celular, ignorando completamente essa conversa.
- Não, mas por que isso importa?
- Valerie você acha que a gente não sabe que vocês ficaram juntos na viagem.
- Eu sei que vocês sabem, a gente não tentou esconder.
- Você vai voltar com ele?
- Não Valério, eu não pretendo voltar com ele.- eu levantei com raiva e parei na frente dele- Mas se um dia eu quiser, o que isso tem a ver com você?
- Tudo, você é minha irmã, e eu tenho que botar juízo na sua cabeça pra você não fazer merda de novo.
- Eu não sou mais criança, sei me cuidar muito bem, eu não preciso de você me dando sermão.
- Pelo visto precisa sim, porque parece até agora que se ele te pedir mais uma chance você vai dar.
- E qual é o problema, a vida é minha.
- O problema é que você está prestes a ter a vida que tanto sonhou, e ele pode estragar tudo.- eu ia responder mas ele não deixou.- Valerie, por mais que eu goste dele, eu sei que ele não te faz bem quando vocês namoram, ele te machuca. E não tem como você discordar disso.
- Eu vou repetir, a vida é minha, as escolhas são minhas, e você não pode falar nada sobre isso.
Eu só percebi agora que a Mari estava do em pé do nosso lado. Ele se preparava para falar algo mas ela falou primeiro.
- Eu acho que vocês deveriam se sentar e se acalmarem um pouco pra conversar melhor.- ela falou.
- Eu vou pro meu quarto.
Eu ouvi o Valério me chamar mas o ignorei. Assim que entrei no meu quarto tranquei a porta e me joguei na cama e comecei a chorar de raiva.
Aí que raiva, o que ele pensa que eu sou pra me tratar assim, uma criança que não sabe de nada. Eu sei que ele pensa em mim, mas isso não quer dizer que ele tem o direito de interferir na minha vida.
Não sei quanto tempo havia passado quando eu ouvi alguém bater na porta.
- Quem é?
- Sou eu Valie.- era a voz da Mari.
- Ele está com você?
- Não, ele tá lá embaixo com os seus pais.
Levantei da cama e fui abrir a porta, assim que ela entrou eu fechei a porta a trancando novamente.
- Você sabe que ele falou aquilo para o seu bem, não sabe?- a Mari falou se sentando na cadeira.
- Independente se é ou não para o meu bem, ele não pode falar daquele jeito comigo.
- Eu sei, é só que- ela se levantou- deixa pra lá você sabe o que faz.
Eu balancei a cabeça de forma positiva e voltei a me deitar na cama.
- Você vai ir jantar?- ela me perguntou.
- Não, eu estou sem fome.
- Tube bem, então eu vou descer.-ela destrancou a porta e saiu, eu não me levantei pra tranca novamente.
Eu estou cansada mentalmente, e agora eu percebi que é por causa do que eu ainda vou fazer, meu irmão brigou comigo sem saber nada, imagina quando ele descobrir que eu vou literalmente adiar meus planos por causa do Leon.
Me levantei e fui desenhar um pouco para me distrair, ocupar a minha mente com o que eu gosto é sempre a melhor coisa pra relaxar. Quando eu vi já era duas da manhã, eu resolvi assistir uma série que eu estava acompanhando, e nem percebi quando adormeci.
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Mais uma Chance
RomanceAté onde você iria pela sua amizade, deixaria seu sonho de lado e realizaria o pedido do seu melhor amigo, é exatamente isso que Valérie faz, adia o seu sonho de ir para Paris abrir sua própria loja para realizar o pedido do melhor amigo dela, mesmo...