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O Leon foi embora logo depois que as aulas da Bia começaram. E não, não aconteceu de novo. Agora nós já estamos na terceira semana de janeiro, e ele acabou de me enviar uma mensagem perguntando as medidas da Bia, eu perguntei o porquê e ele disse que é pra fazer o vestido de daminha. Lembrar que ele vai se casar acaba mexendo um pouco comigo. O casamento vai ser no fim de março.

– Por que você tá com essa cara?– o Pierre pergunta me olhando.

– Que cara?

– Essa cara de tristeza.

– Eu não estou.

– Tudo bem se você não quer falar, mas saiba que eu estou aqui se precisar.

– Eu sei Pierre, obrigado por ser meu amigo.– eu abraço ele– Eu vou ir buscar a Bia já volto.

A Bia é sociável, como eu sei disso. Ela está a quinze minutos conversando com os amigos dela. Eu chamo ela novamente e dessa vez ela vem.

– A Stela vai ter um irmãozinho.– ela fala quando entramos no carro.

– Que legal.– digo sorrindo pra ela.

– Sabe mamãe.– vai começar– Eu queria ter um irmãozinho.– eu espero ela continuar– Me dá um.

– Eu não posso te dar um irmãozinho.

– Pode sim. E na verdade eu quero uma irmãzinha.

– Filha eu acho melhor a gente falar sobre outras coisas.– tento cortar o assunto.

– Não, eu quero falar sobre isso. Eu quero uma irmã.

– Você não vai ter uma irmã.

– Por que não?

– Porque não é tão simples assim.

– É sim.– eu estaciono e olho pra ela– A Stela falou que é só o papai colocar um bebê na barriga da mamãe.– eu arregalo os olhos, sem saber qual reação ter– Então é só você falar pro papai colocar um em sua barriga.

Eu tiro ela do carro e nós vamos até a loja, ela continua falando, e eu não sei de verdade o que falar pra ela. Quando nós entramos no ateliê ela começa a falar com o Pierre sobre isso. Ele me olha e eu não sei o que falar.

– Vai mamãe, você quer que eu peça?– ela me pergunta.

– Não filha, eu não vou ficar grávida, sinto muito te decepcionar, mas você não vai ter uma irmã.

Ela fica brava, ela cruza os braços e senta na cadeira. Depois ela pega o tablet e vai brincar, esquecendo do assunto.

                                               🖤🖤🖤

Estamos na segunda semana de fevereiro, a Mari, o Valério e meus sobrinhos estão vindo pra cá. Eles vão vir de táxi do aeroporto, o que é ótimo porque eu estou a semana inteira passando mal.

Já é de noite e nesse exato momento eu estou sentada no chão do banheiro, depois de ter vomitado por mais uma vez no dia. Meu celular toca.

– Oi.– eu atendo.

– Valie, a gente já está aqui na porta da sua casa vêm abrir.– ouço o meu irmão falar do outro lado.

– Já tô indo.– eu desligo.

Quando eu ia levantar sinto uma tontura forte, eu volto a me sentar.

– Bia.– eu a chamo, ela aparece em segundos.

– Oi mamãe.– ela me olha– Você ainda não tá bem.– ela fala fazendo careta.

– Mas eu vou ficar, não se preocupa. Eu quero te pedir um favor, pode ser?– ela afirma com a cabeça– Vai lá abrir a porta pro seus tios.

Mais uma ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora