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Falta menos de uma semana para o Natal, a Bia já está com mais de um mês de vida.

Hoje nós fomos ao médico, porque pela primeira vez a Bia teve cólica, nós ficamos a madrugada toda acordados e de manhã levamos ela na pediatra, ela disse que é normal e que de preferência é só fazer massagem nela e tentar dar evitar dar remédio, mesmo assim ela passou um caso a massagem não funcione.

Depois que volta os do hospital, conseguimos dormir, mas acordamos só as oito da noite. Agora já passa da meia noite, a Bia está dormindo no quarto, enquanto nós estamos na cozinha fazendo brigadeiro (no caso o Leon está fazendo). A gente consegue ver ela pela babá eletrônica.

O Leon está no fogão, mexendo na panela, virado de costas pra mim. Eu estou sentada na bancada e olhando pra ele, que veste só uma calça de moletom.

– Você não vai querer nada mesmo de natal?–  pergunta, enquanto desliga o fogo e se vira em minha direção e fazendo com que eu pare de olhar o que estava olhando.

– Não. E você não vai querer nada mesmo?– faço a mesma pergunta que ele.

Ele se aproxima de mim, parando no meio das minhas pernas e colocando uma mão de cada lado do meu corpo.

– Eu estive pensando nisso.– ele passa uma das mãos na minha perna, me fazendo arrepiar.– E acho que mudei de ideia.

Eu tiro a mão dele e ele me olha estranho.

– Que foi?

– Meu corpo está horrível.– ele me olha com os olhos arregalados.

– Valérie o seu corpo está perfeito.

– Não, não está, eu me vejo no espelho e eu sei que não está.

– Eu te vejo o tempo todo, e eu posso te garantir que está.

– Como?

– Eu fico o tempo todo excitado perto de você, eu não sei como você não percebeu isso. E você acha que eu não ficaria se você não estivesse linda.

– Eu não achei que fosse por minha causa.

– Como não? Eu acordo de manhã daquele jeito por que?

– Eu pensei que fosse normal. Você não tentou nada.

– Eu não tentei porque não podia. Eu estou me segurando a mais de seis meses.

– Como assim?– pergunto surpresa.

– Desde que descolou a placenta e você não podia fazer esforço nenhum.

– Você não ficou com ninguém?– ele nega com a cabeça.

– Eu só fiquei com você desde o começo do ano.

– Por que?

– Não sei, parecia errado ficar com outras pessoas, e normalmente só você me deixa assim.

Eu paro um pouco pra assimilar tudo que ele acabou de falar, o fato de ele estar a mais de seis meses sem transar me surpreendeu.

Eu saio dos meus pensamentos quando ele volta a colocar a mão na minha perna, dessa vez eu não tiro. Eu lembro do que estávamos falando antes e opto por voltar a esse assunto.

– E o que você quer?– pergunto, colocando os braços ao redor dos ombros dele.

Ele me puxa mais pra perto, fazendo nossos corpos se colarem, ele coloca a cabeça no meu pescoço e respira fundo.

– Eu acho que talvez você não concorde com o que eu quero.– ele beija meu pescoço.

– Se você não falar, não tem como saber.

Mais uma ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora