22

142 13 0
                                    

Era pro domingo ser perfeito, exatamente era, pois nao foi o que aconteceu. Eu acordei passando mal, tive que tomar um remédio e não consegui comer nada de manhã, acabei dormindo de novo.

São onze horas, eu literalmente acabei de acordar, eu olho de novo no celular pra confirmar o horário e é realmente esse, ou seja minha família provavelmente já chegou.

A porta se abre, e o Leon entra, ele me olha e vê que eu já estou acordada.

– Eu vim ver se você já tinha acordado.– ele senta do meu lado e passa a mão no meu cabelo– Você tá melhor?

– Acho que sim.

– Acha que tá bem pra descer?

– Eu só vou tomar um banho primeiro, depois eu desço.

– Quer que eu te ajude?

– Não precisa, pode descer, daqui a pouco eu vou.

Depois do banho, eu me visto com algo mais confortável do que eu normalmente uso, e desço.

Eu chego na cozinha, e cumprimento todos, depois me sento a mesa onde vai ser servido a comida, a Marta, a Mari, o Valério e minha mãe estão conversando, enquanto o meu pai e o Leon finalizam a comida.

Passam apenas alguns minutos até que o timer do forno apite, avisando que o pra tô principal está pronto. Eles já tinham colocado as outras comidas na mesa. O meu pai vem com uma travessa e o Leon com outra, colocando na mesa o bacalhau. Depois disso eles se sentam, o Leon senta ao meu lado. Após um breve agradecimento pela vida, todos se servem.

Eu amo essa comida, simplesmente amo, mas eu não estou conseguindo comer direito, então estou virando a comida de um lado pro outro, o Valério e a Mari estão me olhando, o Leon colocou uma mão na parte de baixo das minhas costas e está passando a mão fazendo um carrinho.

– Você tá bem?– o Leon pergunta baixinho pra que só eu escute, eu afirmo com a cabeça.

– Valie, o que você tem tá de TPM?– meu irmão pergunta.

– Amor, pelo amor de Deus.– diz a Mari.

– Tudo bem Mari, e não Valério eu não estou de TPM.

– Então é o que, você nem comeu a comida, tá doente?– ele diz levado a taça com vinho a boca.

Antes que eu pudesse responder a Marta fala.

– Deve ser por causa da gravidez.

Eu olho pra frente, como a mesa é redonda dá pra ver a reação de todos, obviamente meus pais não se surpreenderam, eles já sabiam que ia acontecer, a Mari está me olhando, e meu irmão tentando engolir o vinho que ele havia colocado na boca.

– Quem está grávida?– ele pergunta quando finalmente consegue ficar com a boca vazia.

– Vocês ainda não tinham contado?– a Marta pergunta, o Leon e eu negamos com a cabeça– Desculpa, eu imaginei que todos soubessem.

– Tudo bem, uma hora todos iam saber.

– Valérie.– eu olho pro meu irmão que me chama– Me diz que isso não é verdade.– ele se levanta.

Eu me levanto, e a Mari em seguida, e depois o Leon.

– Vamos pro meu quarto.– o Leon fala.

Assim nos fazemos, vamos os quatro pro quarto, o Leon pergunta se eu quero que ele fique e eu digo que não. O Valério anda de um lado para o outro.

– Primeiro calma.– eu digo.

– Calma, como você me pede calma, depois de falar que tá grávida.– ele para e depois grita– Valérie.– eu tomo um susto– Que droga, você disse que ele não ia atrapalha a sua vida.

– Valério calma, você precisa me ouvir, depois você tira as suas próprias conclusões.– eu digo.

– Eu não quero te ouvir, já estava tudo pronto e agora você me aparece com essa.

– Amor deixa ela falar, eu imagino que tenha uma razão.– a Mari diz me olhando.

– Tá, fala.– ele diz, sentando em uma cadeira que tem no quarto.

Eu levanto e vou ver se o Leon não está no corredor, ele não está, deve estar lá embaixo com os outros. Eu voltei e me sentei na beirada da cama de frente pra ele.

– A mãe dele vai morrer.– eu digo sussurrando, ele me olha espantado, mas não fala nada– O Leon me pediu pra realizar a única coisa que ele não tinha feito e que ela sempre pediu.

Ele parece estar absorvendo o que eu falei, pensando antes de falar alguma coisa.

– Você vai ficar ligada a ele pelo resto da vida, você sempre quis um filho, você não vai ir realizar seu sonho.

Hora de falar a mentira, espero que ele acredite como meus pais.

– Eu só vou gerar.– eu digo.

– Você está dizendo que não é seu o bebê?– dessa vez é a Mari quem fala.

– Exatamente isso.

– A mãe e o pai já sabiam?– o Valério pergunta.

– Sim.

– E quanto tempo você vai adiar a viagem?– ele falou super baixo.

– Eu pretendo ir em janeiro.

– Apesar de ser muito tempo, pelo menos não é tanto.

Ele se levanta e respira fundo e começa a ir em direção a porta. A Mari continua me olhando de forma estranha.

– Vamos.– ele diz abrindo a porta.

Nós descemos, e sentamos na mesa novamente, o Valério se serviu com mais vinho e começou a beber. O Leon passa o braço pela minha cintura me dando um abraço de lado.

– Tudo bem?– ele me pergunta, e eu percebo que todos estão esperando a resposta.

– Sim, o Valério só ficou um pouco surpreso demais.

– Sim, eu fiquei surpreso demais, mas agora está tudo bem, ela conversou comigo.– eu acho que ele está ficando bêbado.

O resto do almoço foi tranquilo, eu consegui comer mais um pouco, depois nós demos os chocolates de presente pra cada um, meus pais foram logo embora. A Mari e meu irmão ficaram um pouco mais, pois a Mari gosta de conversar com a Marta, principalmente por elas terem a mesma profissão, mas depois também foram. Eu ia ficar até mais tarde como o Leon tinha me pedido, depois o Leon me levaria pra casa.

Mais uma ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora