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Eu não gosto de hospitais, eu não gosto de laboratórios, eu não gosto de clínicas, eu também não gosto de esperar.

Fazem vinte minutos que estamos na sala de espera, eu não aguento mais esperar, o Leon não aguenta mais esperar, ele já levantou e deu uma volta na sala inteira umas cinco vezes, ele estava se levantando novamente, quando chamaram meu nome.

Nós entramos na sala, ela tem uma máquina que eu nunca usei, uma maca com uma cadeira ao lado. A enfermeira que nós acompanhou me deu uma daquelas roupas hospitalares me pediu pra colocar e ficar sem calcinha. O Leon está segurando as minhas roupas. A médica bate na porta e entra.

- Então, estão ansiosos?- ela pergunta.

- Muito.- o Leon fala.

Ela pede pra mim deitar.

- Você já fez alguma vez esse exame?

- Não é a primeira.- eu digo.

Ela explica como funciona o exame, não é como eu pensei que fosse, que colocasse um gel na minha barriga e depois passasse a máquina, ela disse que o primeiro trimestre é melhor fazer o transvaginal, acho que é tranquilo, só não estava preparada.

- Quado foi a sua última menstruação?

- No fim de janeiro.

- Você engravidou logo em seguida. Foi planejado?

- Por incrível que pareça foi.- o Leon fala.

- Aqui indica que você está exatamente com sete semanas, querem ouvir o coração?

O Leon balança a cabeça confirmando, e olhando fixamente para a tela com uma imagem que não dá realmente para ver um bebê, ela explica e mostra mais algumas coisas, antes de finalmente colocar o som do coração.

Eu quero chorar, mas eu não posso, eu não posso me emocionar com esse som, eu olho pra ele e ele está chorando, e gravando, eu não sei em que momento ele começou a filmar.

O exame terminou, a médica entregou o exame, eu me troquei, e nós fomos para o consultório do doutor João- tio do Leon-, ele já estava nos esperando, pois tinha acabado de chegar.

Nós mostramos os exames pra ele, ele falou que está tudo bem, me passou uma vitamina, ele também falou que é normal o mal estar, principalmente no primeiro trimestre, e disse que mesmo que eu não tivesse com vontade seria bom se eu comesse de três em três horas.

O Leon e ele conversaram mais um pouco, e depois nós fomos pra casa.

🖤🖤🖤

Já é de noite, após voltarmos eu tirei um cochilo. Alguns amigos do Leon chamaram ele para ir em uma balada, ele pediu pra mim ir, eu aceitei só porque é aniversário dele, e porque ele não vai ficar muito tempo.

Nós chegamos nesse lugar não faz nem duas horas e eu já quero ir embora. O Leon saiu um pouco de perto de mim pra ir fazer não sei o que, e agora uma pessoa que eu não imaginei que estaria aqui, está bem na minha frente.

- Oi Valérie.- ela fala.

- Oi Melanie.- eu respondo.

- Cadê o seu melhor amigo?

- Por aí, em algum lugar.

Ela senta no banco ao meu lado, e olha para o meu copo com água e uma rodela de limão.

- Você soube que o Leon e eu vamos fazer par romântico no filme.

Ela está tentando me provocar, eu sei disso, isso é super infantil, mas por incrível que pareça me faz sentir algo.

- Sei, ele me contou, e perguntou se deveria realmente aceitar o papel.- eu falo, quando percebi que já tinha ficado em silêncio por muito tempo.

Antes que ela falasse mais alguma coisa eu sinto ele atrás de mim, ele colocou uma mão na minha cintura e empurrou de leve, indicando que eu levantasse, assim que levantei, ele se sentou, ela sorriu, mas o sorriso morreu quando ele me puxou pra sentar no colo dele, envolveu os braços na minha cintura e parou a mão na minha barriga, fazendo um carrinho bem sutil, quase imperceptível. Ela olhou as mãos dele, mas não disse nada.

- Oi Melanie, tá fazendo o que aqui, não tinha cenas atrasadas.- ele fala.

- Não achei justo, você ter um dia a mais de folga e eu não.

- Eu não tive um dia a mais, o primeiro fim de semana, eu fiquei gravado as cenas sozinho, enquanto você e mais alguns resolveram ficar sem gravar.

Ela não responde, simplesmente vira as costas e sai andando.

- Vamos embora?- o Leon pergunta.

- Com certeza.

🖤🖤🖤

Chegamos em casa, e ainda faltava algumas horas pra ele ir embora, eu estou super cansada, mas se eu dormir eu não vou nem mais ver ele, porque ele vai sair umas seis da manhã, e eu quero aproveitar, porque provavelmente só vou ver ele daqui a duas semanas, ele me falou que nesse fim de semana vai ficar gravando, tentando adiantar algumas cenas.

Ele está sentado na beirada da cama, só com um short de pijama, e mexendo no celular. Eu paro na frente dele, ele tira o olho da tela e olha pra mim, ele bloqueia e coloca ele em cima da mesinha de cabeceira ao lado do meu.

Eu subo no colo dele, ele começa a passar as mãos nas minhas pernas, quando ele sobe mais um pouco um arrepio passa por todo meu corpo, agora ele põe uma das mãos nos meus ombros, segurando a alça da camisola, ele desliza ela expondo um dos meus seios, ele começa a beijar lentamente, de um jeito que causa um arrepio torturante. A outra mão está apertando a minha bunda, ele levanta a cabeça e me observa.

- O que você quer?

Eu sei o que ele quer que eu diga, dessa vez não vai ter resistência, acho que eu quero isso muito mais do que ele. Mesmo que eu esteja sentindo o quanto excitado ele está.

- Eu quero você.- ele sorri, olhando nos meus olhos- Dentro de mim, agora.

A última parte ele não estava esperando ser dita, mas parece que era o que ele precisava para perder o controle, em segundo já não existe mais roupas nós nossos corpos, eu sento nele devagar, arrancando um gemido de sua boca, começo a acelerar os movimentos, enquanto ele se agarra a minha cintura, e começa a distribuir beijos pelo meu pescoço, descendo até os seios e subindo de novo, ele segura o meu rosto e me beija.

- Valérie.- ele fala meu nome quase sem som.

Eu chego ao orgasmo, meu corpo inteiro está tremendo, eu o sinto dentro de mim, e sei que aconteceu a mesma coisa com ele.

Mais uma ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora