32

148 10 0
                                    

Quando chegamos ao hospital já passava das dez horas, pelo menos já estava tudo pronto, então fomos direto pro quarto, eu me troquei e coloquei uma camisola do hospital, em seguida a enfermeira olhou pra ver se já tinha dilatação, e ainda só dois dedos, em seguida ela colocou um aparelho na minha barriga pra monitorar.

- Quanto tempo você acha que vai demorar?- eu pergunto a ela.

- Acredito que algumas horas.- ela olha pro monitor e faz uma expressão estranha- Mas o doutor já está vindo. Ele teve que ajudar em uma emergência.

Ela sai da sala em seguida. O Leon segura a minha mão e começa a fazer carinho.

- Você não parece nada bem.- ele diz.

- Nossa que sinceridade.

- Não foi isso que eu quiz dizer, eu estou dizendo que parece que você está com mais dor do que está demonstrando.

- Você acha que eu deveria demonstrar como?

- Sei lá, tipo, as pessoas gritam.

- Eu não vou gritar.

A enfermeira veio mais uma vez ver se já tinha evoluído alguma coisa, mas infelizmente nada, ela fala que andar era uma boa opção ou ficar em uma bola que tem aqui. Mas eu estou com tanta dor que não quero nem levantar da cama. Passou mais alguns minutos e enfim o doutor chegou.

- Boa noite. Como vocês estão?- ele entra no quarto falando.

- Caramba tio, demorou.- o Leon fala.

- Eu tive que ajudar em uma emergência, sinto muito.- ele olha pra mim- E você Valérie como está se sentindo?

- Com dor, com muita dor.- eu respondo.

- A Jéssica falou que as contratações parecem estar mais fortes do que a evolução da dilatação. Vamos examinar.

Ele coloca as luvas e faz o exame, depois ele olha pra máquina que monitora as contratações e os batimentos da bebê.

- Realmente, parece estar mais forte. Você está sentindo alguma coisa além dessa dor, tipo sentindo mal estar?

- Não.- eu digo.

- Você quer tomar alguma coisa para aliviar um pouco a dor?

- Eu prefiro esperar mais um pouco.

Já passam da meia noite, ou seja ela provavelmente vai nascer hoje, dia sete de novembro.

A enfermeira veio de novo ver e evolui para três centímetros. Mas agora eu comecei sentir um mal estás que eu não estava sentindo, começou a me dar náuseas e uma sensação de desmaio.

- Leon.- eu o chamo.

- Oi.- ele se aproxima e fica bem perto do meu rosto.

- Eu não estou me sentindo bem, acho melhor chamar alguém.

Ele sai de perto de mim e vai apertar o botão que é pra chamar, em seguida ele volta a ficar só meu lado. A enfermeira chega.

- Precisão de algo?

- Ela não está bem.- o Leon fala antes de mim.

- O que foi?- ela diz se aproximando mais de mim e olhando o monitor.

- Eu não sei, estou com a sensação de desmaio.

- Respira fundo.- ela fala e eu faço- Eu vou chamar o doutor.

Em minutos o doutor volta e com ele mais algumas pessoas. Alguém coloca em mim aquele aparelho de medir pressão.

- O que está acontecendo?- o Leon pergunta.

- Doutor, pressão dezeseis por dez.- alguém fala.

- Tio o que tá acontecendo?- o Leon pergunta de novo.

- Emergência, levem ela pra sala de cirurgia agora.

A minha visão começou a ficar turva, eu não estou entendendo mais nada, cada vez que eu abro os olhos vejo um cenário diferente. Agora eu sinto meus braços abertos e consigo ver diversos acesos nas minhas veias. Eu ouço a voz do Leon e viro meu rosto na direção dele, ele está do meu lado, eu só consigo ver o rosto dele.

- Você vai ficar bem.–ele está chorando– Fica com os olhos abertos okay.– ele chega mais perto– Eu não posso te perder.

Eu queria responder, eu queria falar que ele nunca vai me perder, mas eu não consigo, eu não consigo nem manter meus olhos abertos, eu tento segurar ao máximo, mas acabo fechando, em seguida eu ouço um som de choro, é bem fraco, quase inaudível, má é fofinho. De repente não ouço mais nada............................................................................................................... .......... ...... .... .. . . .

Mais uma ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora