04.

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Pierre

Enquanto finalizo o café escuto a campainha tocar, certeza que é a Anna.

Enxugo as mãos no pano de prato e vou até o porta para abrir.

E porra, falando namoral? A mina fica cada dia mais linda, nunca vi igual.

Cabelão quase até a cintura, uma bunda e uns peitos que deixa qualquer maluco babando.

Mesmo toda vermelha do sol continua perfeita, tô é fudido mermo com essa mina.

Pierre: E ai Estrellinha, suave? Entra aí pô, quer ajuda? — Vejo quando ela desce da Scooter e abre o bagageiro para pegar as flores da dona Jô.

Anna: Suave, e você? Não precisa, tá tranquilo. Vai ser rápido. — Fala tímida e toda meiga sem olhar nos meu olhos, ela fecha o bagageiro e me acompanha pra dentro de casa.

Pierre: Que isso pô, descansa aí um pouco e conversa com a minha vó, ela tá morrendo de saudade de tu. Quebrou o pé esses dias aí, mó veneno. — Ela me olha assustada logo quando entra e vê a dona Jô no sofá.

Anna: Meu Deus dona Jô!!! Como a senhora fez isso? Tá tudo bem? Tá doendo? Meu Deus Pierre, alguém deveria ter me avisado que eu vinha ajudar. — Disse completamente desesperada.

Dona Jô: Ô minha querida, quanta saudade eu tava de você Anninha. Senta aqui senta, tá toda vermelha...Vai pegar uma água gelada pra menina Pierre.
Eu tô bem melhor agora meu bem, foi um susto mas sabe como é né? Vai ficando velho e qualquer coisinha é motivo pra quebrar osso, caí na rua e deu no que deu. Agora tô de molho até segunda ordem. E como estão as coisas, fala pra mim?

Diz enquanto vou até a cozinha pegando uma garrafa de água gelada e entregando pra ela que agradece com um sorriso tímido, linda demais.

Anna: Meu Deus dona Jô, que perigo! Mas graças a Deus tá tudo bem, qualquer coisa pode me chamar que eu venho ajudar. As coisas estão indo bem na medida do possível, to dando conta...Eu trouxe suas túlipas! 

Diz daquele jeitinho meigo dela, eu me amarro pra caralho mas jamais vou admitir isso em voz alta.
Sou bandido mau pô.

Dona Jô: Você sabe que pode pedir ajudar pra mim né? Eu não me importo nada em te ajudar Anna, você é a minha neta do coração. — Diz passando a mão no rostinho vermelho dela. — Não precisa carregar tanto peso nas costas sozinha minha filha...E muito obrigada, pode deixar aí em cima da mesa que logo logo vou no jardim arrumar um cantinho pra elas. Lindas demais! — Toda sorridente e feliz com a nova aquisição de flores.

Anna: Eu sei dona Jô, e fico imensamente grata de saber que posso contar com a senhora...Escolhi elas especialmente pra você, da próxima te trago uns girassóis de presente, são minhas favoritas.

Dona Jô: Perfeito querida! Agora aqui Pierre, me leva lá pra cima um pouco, preciso descansar antes de dar atenção nas minhas plantinhas....olha aqui Anna, fica a vontade viu? Toma um café e depois conversamos com mais calma. — Da um abraço apertado na garota a sua frente e sorri, logo pego ela no colo e levo até o andar de cima onde fica seu quarto, aconchegando-a em sua cama.

Pierre: Tá entregue dona Joana, descansa aí e qualquer coisa me grita. — Já estava na porta para sair quando ela me chama baixinho. — Oi vó...

Dona Jô: Trata bem a menina meu filho, ela é muito especial pra mim, você sabe disso né? Oferece café e alguma coisa pra ela comer, a Anna tem mania de não se alimentar direito e com esse calor do rio de janeiro ninguém aguenta de barriga vazia. Por favor... — Respiro fundo e sorrio, o carinho que ela tem pela Anna é admirável demais.

Pierre: Sim senhora minha vó, pode deixar, sabe que eu sempre tratei a Anna muito bem...e vou tentar convencer ela a tomar café da manhã. Mas provavelmente ela já deve tá querendo fugir por você deixar ela sozinha comigo, até parece que eu mordo.

Só se ela pedir, penso comigo.

Dona Jô: Eu sei o que eu faço...agora vai lá, vou dormir um pouco. — Dou um beijo na testa dela e saio do quarto fechando a porta, desço as escadas rapidamente e vejo a Anna ainda sentada no sofá tomando água.

Pierre: E ai, eu passei um café antes de você chegar. Quer tomar e comer alguma coisa? Já deixo avisado que a dona Jô pediu pra você comer, não vai querer contrariar a véia né? — Dou um sorriso de lado pra garota na minha frente.

Anna: Ok...eu só vou aceitar porque ela pediu e porque realmente não comi nada até agora, só bebi água. Tenho outras entregas mais tarde e preciso estar bem, senão desmaio. — Sorri e se levanta me acompanhando até a mesa.

Pierre: Como sempre teimosa e não se alimentando direito, você não aprende mesmo. Na escola era a mesma coisa, passava mal direto pô... senta aí, vou colocar a mesa pra gente tomar café.

Anna: Agora não faço isso de propósito, minha vida tá uma loucura e na maioria das vezes só lembro de comer quando acaba meu expediente. Enfim, você não é meu pai cara, preocupação atoa. — Diz irritada e senta na mesa, essa daí é teimosa igual dona Joana.

Pierre: E continua estressadinha como sempre. — Ela revira os olhos enquanto bufa e eu coloco todas as coisas de comer e beber na mesa, sento do lado dela e começo a me servir. — Fica a vontade, tem pão, frios, fruta, café, leite, suco...

Anna: Valeu... — Começa a se servir e comer, ficamos em um silêncio confortável e de vez em quando acabo olhando pra ela mais do que devo.

A beleza da Anna é coisa de outro mundo, e toda vez que ela aparece eu fico aqui parecendo um otario de um adolescente apaixonado. Sai fora, preciso tirar isso da minha cabeça logo, só b.o.

Vermelho Fogo [M] Onde histórias criam vida. Descubra agora