106.

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Pierre

Papo reto e sem neurose, eu tô felizão pra caralho mané.

Simplesmente não consigo mais ficar longe do meu filho, não queria nem deixar a enfermeira levar ele pra fazer os exames e as parada toda. Só queria ele comigo a todo momento.

Anna: Tu tá me deixando enjoada indo pra lá e pra cá, senta aí um pouco. — Ouço sua voz baixa e cansada e sorrio sem graça pra ela, já estamos no quarto e ela tá descansando. — Já vão trazer ele, amor.

Pierre: Quero segurar ele. — Solto uma bufada e vou até ela e beijo sua testa com carinho. — Como tu tá agora?

Anna: Tô bem apesar do cansaço físico, a anestesia tá passando então tô começando a sentir uma dorzinha lá em baixo...mas nada demais. — Ela sorri fraco e aceno com a cabeça.

Enfermeira: Tem alguém doido para ter seu primeiro mamazinho. — Ouço o murmúrio do meu filho vindo do bercinho que ela tá trazendo até nós e sorrio vendo ele todo empacotadinho na roupinha. — Está com fome, papais.

Pierre: Eae meu fiotinho. — Vou até o berço e pego ele no colo com cuidado, cheiro seu rostinho pequeno e observo a Anna nos olhando. — Tá com fome papai?

Anna: Aqui tem leite pra dar e vender. — Dou risada e a Anna estende os braços e coloco o Theo com cuidado em seu colo, ela embala ele o ninando e sorrio vendo a cena. — Oi mamãe.

A enfermeira vai até a Anna e auxilia minha mulher da forma como ela deve fazer, ela pega tudo de primeira e o nosso bebê abocanha seu mamilo com tanta rapidez que não consigo conter a risada junto dela.

Anna: Meu bebê tá com fome, né? — Com a mão livre ela passa os dedos em todo seu rostinho enquanto ele amamenta. — Você é tão lindo, filho.

Pierre: Ele é lindo demais vida, da vontade de guardar ele dentro de um pote de vidro. — Ela da uma risada fraca e faz que sim com a cabeça. — Tô feliz a beça.

Anna: Eu também amor, sensação de que agora finalmente tá tudo completinho. — Me aproximo beijando seu rosto e fico ao seu lado velando nosso filho. — Ele é todo nervoso, você viu? Já chegou aqui reclamando querendo mamar, puxou teu gênio todinho.

Pierre: Papo reto, ele não puxou tu nesse aspecto porque tu é calma até demais. — Dou risada e ela da a língua pra mim. — Criançona.

Anna: Vou ter dor de cabeça com dois garoto enxaqueca dentro de casa, tô até vendo. — Ela sorri e ajeita o Theo no colo depois que ele terminou de mamar, coloca ele pra arrotar e logo ele arrota.

Pierre: Merma fita, tu ama nois de qualquer jeito. — Me espreguiço ouvindo minhas costas estralarem e observo a Anna ninando nosso filho no colo dela. — Comprei um bagulho pra ele.

Anna: O que? — Ela me observa e coloca o Theo no bercinho ao lado da cama dela, sorrio ao vê-lo dormir e vou até a minha bolsa e pego uma sacola entregando pra ela.

Ela abre a sacola e pega o conteúdo de dentro e sorri ao ver o que é.

Anna: Que coisinha mais fofa amor! O Theo vai amar, eu tenho certeza que vai ser o primeiro melhor amigo dele. — Ela abraça com carinho o coelho cinza com orelhas grandes de pelúcia e coloca o bichinho no bercinho junto ao nosso filho. — Preciosidade.

Ouço batidas na porta e logo em seguida já entra a manada de gente pra ver o Theo, eles quase se atropelam pra ver quem vai pegar ele primeiro.

Rô: Da licença todos vocês porque é por prioridades, conheci a Anna primeiro que todo mundo aqui nesse quarto. — Ele fala baixo entredentes e escuto a risada da Anna. — Deixa eu ver meu sobrinho. — Ele caminha até a Anna e da um beijo rápido em sua testa, em seguida vai até o bercinho e fica paralisado vendo nosso filho. — Meu papai do céu, como ele é lindo!

Pierre: Tinha nem como vir feio, os pais são modelos pô. — Sorrio e ele revira os olhos mas concorda comigo.

Rô: Realmente é inegável. — Ele passa a mão de leve no rostinho do Theo e sorri. — Ele é cabeludinho.

Anna: E é reclamão também igualzinho o Pierre, tinha que ver como ele tava quando chegou aqui pra mamar.

Rô: Ih, boa sorte amiga! Se um Pierre da trabalho, imagina dois. — Nego com a cabeça e eles dão risada. — Parabéns gente, vocês merecem muito.

Preto: Deixa eu ver meu sobrinho também pô. — Preto caminha em passos rápidos até o berço e acaricia o cabelo da Anna antes de se virar para o Theo. — Que mlk bonito pô, nunca vi uma criança já nascer cheio de cabelo assim.

Lopes: Calvo ele não vai ser. — Todos do quarto dão risada e isso acaba acordando o Theo. — Foi mal, Theozinho. — Ele sussurra e vai até o bercinho e pega ele no colo com cuidado. — Fizeram bem a beça viu, tu tem um pincel nessa rola Pierre.

Íris: Ei, olha a boca! — A Iris aparece e pega o Theo do colo do Lopes que faz uma cara emburrada. — Vocês são péssimos exemplos pra ele, né bebê? — Ela cheira o cabelinho dele e sorri. — Titia que vai educar bem.

Lopes: Logo tu? — Ele joga a cabeça pra trás e da risada. — Piadista.

Dona Jô: Sai, sai, sai todo mundo, deixa eu ver meu bisneto. — A Iris entrega o Theo pra ela e ela sorri emocionada vendo o bebê. — Que coisinha mais linda meu Deus, Deus abençoe muito vocês.

Pierre: Valeu aê todo mundo, não só pra mim mas é importante a beça pra Anna ter vocês aqui agora. — Olho pra minha mulher e ela sorri. — Agora vou pedir pra vocês sairem pra ela descansar um pouco, pode ser?

Íris: Já sabe quando vai ter alta? — Observo dona Jô entregando o bebê pra Anna.

Anna: Pode ser hoje ou amanhã, a médica ainda vai vir aqui me falar. — Todos se despedem da gente e finalmente ficamos só nós três dentro do quarto. — Tô com fome.

Pierre: Logo logo alguém vem te trazer tua comida, dragãozinho. — Sorrio e me aproximo dela vendo ela ninando o Theo que não quer saber de dormir. — Eai carinha. — No exato momento que me ouve ele abre o maior berreiro.

Anna: Já tá ficando mal acostumado contigo, se vira aí agora. — Ela da risada e eu pego o chorão no colo. — Mimado que só ele.

Pierre: Qual foi a fita malucão? — Ele da um soluço junto de um choro sôfrego e eu nego com a cabeça achando graça da cena. — Tu é todo ator mermo né? Safado igual teu pai.

Vermelho Fogo [M] Onde histórias criam vida. Descubra agora