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Pierre

Recebo uma ligação do Ronald desesperado falando que a Anna tá arrebentando uma mina na sorveteria.

Pego a moto rapidão e vou em direção ao local, quando chego vejo um bando de zé povinho tudo olhando e ninguém faz nada.

Empurro geral e vejo a cena da Anna em cima da mina acabando com ela, vou até ela e a pego pelos braços, só dou um gritão e todo mundo fica em silêncio.

Pergunto que porra tá acontecendo ali e a Anna aponta pra mina no chão, olho melhor e vejo que é a Carine, uma puta que comi uma vez e mandei vazar.

Respiro fundo e conto até dez pra não sacar a arma e dar na cabeça de geral.

Pierre: Qual foi Ronald? O que aconteceu aqui? — Olho pro cara do lado da Anna.

Rô: Eu tinha ido no banheiro então não vi o começo da bagunça, mas quando cheguei essa piranha tava falando da mãe da Anna e coisas horríveis que tu sabe muito bem que mexe com ela! — Observo a Anna que está calada desde a hora que cheguei.

Pierre: É só tomação de cu mermo, VAZA TODO MUNDO DAQUI PORRA! Só quero a Carine aqui. — Os fofoqueiros começam a dispersar e sair da sorveteria, ficando somente eu, a Anna, Rô e Carine que permanece no chão. — Suas amiguinha não pensaram duas vezes antes de deixar tu aqui sozinha. — Falo para a Carine em tom de deboche. — Vou deixar tu falar toda a história que fez minha mulher ter te arrebentado.

Puxo uma cadeira ficando de frente pra mulher no chão e ela me olha com lágrima nos olhos, deve achar que eu vou ficar com dó.

Pierre: Não vai falar? — Ela me observa e fica em silêncio. — O que aconteceu Anna? — Olho pra trás esperando alguém falar, a ouço limpar a garganta e começar a explicar o que aconteceu.

Anna: Passei por ela e ela começou a jogar piadinha pra mim, me chamou de corna, disse que você tava comendo mulher na salinha enquanto eu tava no hospital...e falou da situação com a minha mãe, tu sabe muito bem o que é. — Sinto a voz dela ficar embargada. — Você sabe que eu não sou a favor de agressão, mas isso foi a gota d'água pra mim, não tenho sangue de barata.

Rô: Ainda falou que tu ia jogar ela pra rua e ela seria estuprada igual a mãe dela! Se você deixar essa vagabundinha em pune, eu mesmo dou um jeito nela.

Pierre: Ela ofendeu minha mulher dentro da minha favela, tu acha mermo que eu não vou fazer nada? — Levanto da cadeira e encaro o homem a minha frente. — Tu não me conhece mermo.

Rô: Então faça teu papel de homem e dono dessa porra e mande essa mina pra casa do caralho! A Anna passou por um trauma há poucos dias, e ter que ficar ouvindo merda de vagabunda não ajuda em nada! — Ele fala bravo sustentando meu olhar, pega no braço da Anna e começa a levá-la pra fora. — Vou levar ela pra casa, resolve essa porra e garante que isso não vai mais acontecer. Porque eu não vou pensar duas vezes antes de tirar a Anna daqui e levar ela pra morar comigo.

Pierre: Tu tá chapado porra? Tu não vai falar assim comigo dentro da minha favela não rapá. — Vou em sua direção e a Anna entra na minha frente.

Anna: PARA POR FAVOR, PARA OS DOIS! — Ela grita e começa a chorar. — Resolve isso aí logo Pierre, por favor! Só não briguem, eu não vou aguentar ver as duas pessoas que eu mais amo brigando...por favor. — Ela da as costas e sai andando sozinha, logo o Ronald vai atrás.

Passo a mão no rosto estressado e chamo o Preto no radinho, que logo vem até onde estou.

Preto: Qual foi chefia? — Ele me cumprimenta e depois percebe a mina no chão. — Eita porra!

Pierre: Maior k.o do caralho, essa filha da puta ficou jogando piadinha pra cima da Anna, falou uns bagulho da mãe dela e ela arrebentou a mina... — Coço a nuca e respiro fundo, sentindo uma raiva enorme tomar conta de mim. — Pede pros mlk da um trato nela pra ela não esquecer e nunca mais mexer com mulher de bandido, e o mesmo recado serve pra suas amigas! — Falo alto pra ela ouvir. — Não vai ter próxima vez.

Saio da sorveteria ligando a moto e indo em direção a minha casa, preciso conversar com a Anna.

Espero que ela não tenha caído na pilha da Carine, tava tudo indo tão bem entre a gente e vem uma merda dessa pra desestabilizar nosso relacionamento.

Vermelho Fogo [M] Onde histórias criam vida. Descubra agora