Anna
Se passaram três dias desde que o Pierre foi para a missão em São Paulo, e são três dias que não durmo direito.
Três dias que os jornais de tv e a internet estão em fervo comentando sobre o tiroteio e mortes que teve em uma das estradas famosas de SP, e sei que o Pierre tá no meio disso tudo.
Quando falaram o número de mortos eu só pensei no pior, ligava para ele e ele não me atendia...
Tive crises de ansiedade por conta disso, mas na noite de quarta-feira recebi sua ligação e chorei muito, agradecendo a Deus por ele estar vivo.
Como ele não podia ficar muito no celular, ele precisou desligar...mas estava um pouco mais tranquila, porém sua voz estava diferente e ele agia de uma forma estranha, não era meu Pierre que eu conhecia.
Não cheguei a contar que nesse mesmo dia, indo embora para casa eu fui seguida por um carro completamente insufilmado.
Tive que mudar minha rota e dar um perdido para que ele não soubesse onde morava, não faço ideia do que isso signifique.
Quinta-feira de manhã acordei cedinho indo para minha loja, hoje irei ficar sozinha o dia todo pois a mãe do Rô ficou doente e ele terá que ficar com ela no hospital.
Estava terminando de limpar as prateleiras quando alguém entra na loja, quando olho para trás vejo que é um homem de aproximadamente 45 anos de idade, alto e meio musculoso.
Estava com uma camisa branca e calça jeans, com óculos escuro tampando seus olhos.
Anna: Bom dia! Posso ajudar? — Coloco o espanador no lugar e sorrio para o homem a minha frente, que em nem um momento esboça reação.
xx02: Anna né?
Anna: Isso... — Ele me encara por alguns segundos e eu começo a ficar assustada, será que é a pessoa que me seguiu ontem a noite? — Posso te ajudar?
xx02: Na verdade você pode sim. — Ele me entrega um envelope amarelo pesado, eu não tinha reparado que estava segurando.
Anna: O que é isso?
xx02: Abre. — Diz grosso e eu abro envelope um pouco trêmula, quando vejo o que tem ali dentro arregalo os olhos, sem entender absolutamente nada.
Anna: Tem muito dinheiro aqui! Tu deve tá me confundido com alguém, o que você quer? — Fecho o envelope e estico a mão para que ele pegue de volta, mas ele não o faz.
xx02: Espertinha. — Ele se aproxima de mim com um sorriso diabólico e eu me afasto a cada passo dele. — Tem 20 mil reais nesse envelope, um dinheiro bom para um fodida igual você, né?
Anna: O que você quer caralho? Eu vou chamar a polícia. — Pego o celular da loja que estava em cima do balcão mas no mesmo segundo ele pega de mim e joga na parede, fazendo ele se estraçalhar completamente. O olho assustada. — VOCÊ É MALUCO?
xx02: CALA A BOCA VADIA! — Me pega pelo pescoço e aperta, me fazendo ficar sem ar na hora. — Tu vai me falar a localização de onde o filho da puta do teu namorado tá agora, sei que ele tá escondido por são paulo.
Eu fico assustada com aquilo e custo a acreditar que isso realmente tá acontecendo, seguro com as mãos no seu braço tentando tirar ele do meu pescoço.
xx02: Ou tu me fala ou eu te mato aqui agora. — Com a mão livre ele levanta um pouco a barra da camisa e me mostra que está armado.
Eu arregalo os olhos e o desespero me consome, meu Deus me ajuda.
Anna: Pode me matar, até porque eu não sei de porra nem uma onde ele tá! — Ele da uma risada sarcástica e aperta mais meu pescoço, me fazendo tossir. — Ele só me falou que ia pra lá, não me deu localização nem uma!
xx02: Você por ser fiel dele deveria saber, não? Ou ele não confia na princesinha dele? — Diz em um tom de voz debochado e solta meu pescoço com brusquidão, me seguro no balcão tentando buscar ar. — Vou dar o papo, tô de olho em tu...e se eu souber que você falou de mim e que vim aqui procurar ele, eu te mato na frente dele.
xx02: Se tu soubesse o tanto de grana que a cabeça dele tá valendo, logo a tua vale milhões também até porque agora esse vagabundo tem um ponto fraco...um ponto fraco bem gostoso, inclusive.
Anna: Se ele ter conhecimento de quem é tu e o que você tá fazendo, pode ter certeza que a morte vai ser pouco pra você. Fudido do caralho! — Mal termino de falar e sinto o soco que ele me dá pegando na minha boca, sinto na hora o gosto de ferrugem.
xx02: Tua sorte é que não tô muito afim de estourar seus miolos agora, mas saiba que eu tô louco pra tirar tudo de você. Vagabunda inútil. — Ele chuta minhas pernas numa rasteira e acabo caindo no chão com tudo. — Lembra desse nome que eu vou te falar: Marcão. — Fala baixo e começa a andar dando as costas e saindo da loja sabe lá Deus pra onde.
Eu fico estática no chão chorando, morrendo de dor e pensando no que minha vida acabou de virar.
O que tá acontecendo? Eu tô com muito medo.
Respiro fundo e me levanto com cuidado indo em direção ao banheiro, quando me olho no espelho vejo o estado que ficou meu lábio inferior pelo soco daquele covarde.
Abaixo os olhos e vejo as marcas roxas dos seus dedos no meu pescoço, o que eu faço?
Se eu contar pro Pierre ele pode correr mais perigo ainda, não sei como reagir.
Não posso contar pro Rô, não quero envolver ele nesse problema.
Limpo meu lábio com água e sinto arder, vejo que fez um corte superficial mas o suficiente pra sangrar a beça.
Respiro fundo e decido fechar a loja, estou sem cabeça pra continuar aqui hoje.
Decido mandar mensagens para as clientes explicando que não vou poder entregar nada hoje por motivos pessoais e que a loja ficará fechada.
Pego minha bolsa e saio da loja indo em direção a minha Scooter, dou partida e vou correndo para minha casa.
Estou sem rumo, assustada e não sei o que fazer.
Vou ter que lidar com essa merda sozinha, assim como foi minha vida inteira.
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Vermelho Fogo [M]
FanfictionMe jogaram na malandragem irmão, eu voltei liderando a gangue.. SEGUNDA TEMPORADA NO PERFIL.