Vermelho Fogo [M]

43.

Pierre

Largo a moto do lado de fora e vou correndo pra dentro de casa, onde vejo a Anna mais branca que um papel sentada na ponta da escada, onde provavelmente ela desmaiou, com um copo de água na mão.

Dona Jô: Pedi pra ela só ficar sentadinha aqui, não ia conseguir ajudar ela a levantar pra ir no sofá com a minha perna desse jeito. — Minha avó fala entristecida.

Pierre: Tudo bem vó, não se preocupa com isso. — Olho pra Anna que agora está me observando e ela sorri tímida, vou até ela e a pego no colo para colocá-la no sofá. — Tá dando mais trabalho que criança hein parceira? — Dou risada e ela também.

Anna: Desculpa amor... — Deito ela no sofá e pego o copo de água de sua mão para colocar em cima da mesa de centro. — Não sei o que aconteceu, só sei que apaguei do nada...a sorte é que eu já tava no fim da escada, senão o estrago ia ser maior.

Pierre: Papo reto, quando eu não tiver em casa você não sai daquele quarto. Se você cair nesse lance todo de escada é perigoso.

Anna: Ah claro, e eu vou ficar trancada dentro do teu quarto até você resolver aparecer pra me libertar? Não fode cara. — Ela cruza os braços brava e eu dou risada. - Qual a graça?

Pierre: Tá toda nervosinha não sei porque. — Chego perto dela e sussurro no seu ouvido. — Vou te dar uma surra de pica que você vai melhorar rapidinho desse humor. — Ela me dá um tapa na barriga e eu gargalho, olhando pra ela que tá tentando fingir que tá brava. — Tira essa marra branquela, tu não é assim..

Anna: Eu acabei de desmaiar e tu falando safadeza, sem respeito nem um...

Pierre: Você precisa se alimentar direito Anna Estrella, e não vem querer negar senão te levo de volta pro hospital.

Anna: Tá bom, papai. — Diz toda debochadinha pra mim, olho nos seus olhos metendo o sérinho.

Pierre: Tu brinca demais depois não aguenta, vou meter um filhote na tua barriga e tu vai ver o papai.

Anna: Não começaaaaaa, faz a boa e vai na padaria pegar pão de queijo recheado com catupiry pra mim, e quero suco de manga também. — Olho pra maluca na minha frente com a sobrancelha erguida e ela sorri com todos os dentes aparecendo.

Dona Jô: Vai comprar pão de queijo pra menina Pierre, contesta não. — Ela da uma piscadela pra Anna que retribui, dando um risinho suspeito.

Pierre: Qual foi vocês duas aí? Perdi alguma parada?

Anna: Que neurose é essa? É a idade batendo né? Vai logo amor, to morrendo de fome...vou desmaiar de novo assim. — Ela faz o drama dela e finge que desmaiou de novo, dou risada.

Pierre: Onde eu fui amarrar meu burro... — Pego a carteira e coloco no bolso da bermuda, confiro se tô com a chave da moto e me aproximo da Anna dando um beijo rápido nos seus lábios. — Vou lá, fica de boa aí dragãozinha.

Anna: Não vou sair daqui tão cedo grandão. — Ela sorri e ouço a barriga dela roncar. — Opa...

Pierre: Caralho muleke, tô achando que tem um dragão aí mermo. — Ela da risada e eu balanço a cabeça em negativo, saindo de casa e pegando a moto para ir na padaria.

Essa maluca é magra de ruim, porque quando quer come mais que 30 pedreiro de obra.